25/04/2018

Vulgarização e Descaracterização da Cultura

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Pré-conceito é falta de conhecimento, logo, uma opinião que diverge do gosto popular não pode ser vista como pré-conceito, como o caso do dramaturgo, romancista, ensaísta, poeta e professor brasileiro Ariano Suassuna, ou seja, um ícone para a educação e cultura brasileira.

Interessante o ponto de vista sobre a vulgarização e descaracterização da cultura brasileira, que segundo Suassuna[1], certas coisas que vemos não podem ser ditas normais, principalmente "as empurradas guela abaixo" como se fosse manifestação da arte e cultura.

A mídia tem criado falsos ídolos e nossos jovens tem comprado essas imagens que passam longe de serem bons exemplos principalmente no meio artístico, e cabe a nós educadores e/ou responsáveis, direcionarmos nossos jovens para o discernimento.

Não a uma imposição do que é visto como "belo", mas apenas uma análise que exige um pouco de bom senso para perceber o que realmente esta cultura, ingenuamente chamada de música induz nossos jovens a promiscuidade, drogas e estupros.

Não é para voltarmos ao AI-5 (Ato Institucional número 5) que foi o decreto mais arbitrária do governo militar. Tudo bem que o lado bom hoje seria o confisco dos bens daqueles que fossem incriminados por corrupção, mas ele teve o lado triste e que muitos foram torturados e mortos por esta medida arbitrária, sem contar que foi um atraso para a educação e cultura, pois este decreto Impunha a censura prévia para jornais, revistas, livros, peças de teatro e músicas.

Em um texto escrito por Alencar na página Pedagogia & Comunicação, publicado pelo UOL educação em 2008, intitulado Música e cultura: Todo povo tem a sua música[2], esclarece que as músicas eram produzidas muito antes das orquestras que surgiram no barroco europeu durante o século XVI, até mesmo antes do século XI quando a notação musical que conhecemos hoje foi criada por Guido d'Arezzo.

Segundo a autora supracitada, no Brasil, a música de acordo com mitos, eram presente dos deuses entristecidos com o silêncio no mundo dos humanos, e a autora ressalta ainda que a criação da música em outras lendas se dá ao mesmo tempo que a criação do mundo.

Entretanto larguemos de lado as crendices e percebamos que a música retrata bem a cultura de um povo e cultura pode também ser aprendida e não necessariamente empurrada como afirmou Ariano Suassuma.

Cabe aqui, fazer com que a Educação pública faça uso de sua persuasão para que seus educandos aprendam a apreciar uma música que tenha no mínimo uma boa melodia e uma letra que passe a mensagem em forma de poesia ou não, mas que faça nossos alunos cada vez mais críticos e protagonistas, como as boas músicas do movimento tropicália, em que muitas músicas eram escritas de forma inteligente e com conteúdos.

Precisamos acabar com a cultura do lixo musical e isso deve ser feito sem a idéia de preconceito, pois como dito anteriormente, preconceito é nada mais que um conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério, sendo assim, ensinemos nossos alunos a aprender não a gostar, mas pelo menos ouvir boas músicas de forma que no meio dessa juventude perdida neste ritmo que induz a violência, estupro, vulgarização e descaracterização de nossa cultura musical.

 

[2] Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/artes/musica-e-cultura-todo-povo-tem-a-sua-musica.htm?cmpid=copiaecola

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