29/01/2025

Universidade Aberta do Brasil: Dignidade e Perspectiva

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

A educação é um direito inalienável de todo cidadão e o acesso ao ensino superior não deve ser restrito a alguns privilegiados, dessa forma, em 2006 o governo federal em parceria com o Ministério da Educação (MEC) democratizaram o ensino superior por meio da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

O interessante é que 18 anos se passaram e mais de 1,5 milhão de alunos foram beneficiados por esta modalidade de estudo, que oferece diversos cursos na área de graduação e pós-graduação, tendo como cerne cidadãos que se encontram em áreas remotas e desprovidas de infraestrutura e acesso ao ensino superior.

Cabe ressaltar que por meio da UAB, milhares de pessoas tiveram sua dignidade restituída e em concomitância, puderem ter melhores perspectivas quanto a realidade, e nela atuarem.

Faz-se mister observar que a UAB é uma forma de minimizar o comércio de diplomas oferecidos por instituições oportunistas que disponibilizam cursos a seu bel-prazer, sem fiscalização quanto ao conteúdo programático, grade curricular e até mesmo diplomas, uma vez que muitas destas organizações, visando um capitalismo selvagem, facilitam a aquisição do diploma mediante pagamentos, ou seja, são instituições que caminham na contramão da educação de qualidade e da ética, focando apenas o lucro além de estarem em situações clandestinas em relação ao reconhecimento do MEC.

Oferecer acesso a cursos superiores e pós-graduação em parceria com universidades federais proporciona ao aluno uma educação de qualidade na qual, segundo Hernandes (2017)[1] a instituição de ensino é desterritorializada fisicamente e reterritorializada no ambiente virtual por meio de redes de computadores.

Interessante perceber nas falas de Mendonça et al (2020)[2] que as desigualdades sociais e de oportunidades perpassam pelo acesso à educação superior de qualidade, sendo assim, a UAB busca dar oportunidade ao aluno para que ele possa ser o protagonista deste desenvolvimento socioeconômico.

Dessa forma, Kligerman et al (2005) elucidam[3] o gritante contraste social existente, que para uma minoria, oferece excelente qualidade de vida e para a maioria denominada de massa, as situações são adversas e subumanas e em concomitância, vivendo cada vez mais de forma precária, marginalizada e excluída do meio social.

Para os autores acima, a UAB passa a ser uma forma de oportunizar um estudo de qualidade de maneira com que o aluno faça o seu próprio ritmo e os professores cientes de suas especificidades, ressignificam sua forma de ensinar, perpassando assim por metodologias ativas e novas práticas educativas, de forma que o processo ensino-aprendizagem seja realmente efetivado.

O fato é que por meio da UAB o aluno que outrora se sentia excluído da sociedade, tem a chance de se desenvolver intelectualmente, proporcionando a si mesmo, perspectivas de um futuro melhor.

 

 

 

[1] HERNANDES, P. R.. A Universidade Aberta do Brasil e a democratização do Ensino Superior público. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 25, n. 95, p. 283–307, abr. 2017.

[2] MENDONÇA, J. R. C. DE . et al.. Políticas públicas para o Ensino Superior a Distância: um exame do papel da Universidade Aberta do Brasil. Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, v. 28, n. 106, p. 156–177, jan. 2020.

[3] KLIGERMAN, D. C. et al.. A experiência do Programa Universidade Aberta e suas contribuições para a transformação social. Ciência & Saúde Coletiva, v. 10, p. 195–205, set. 2005.

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