18/10/2022

Toxicologia em Questão: Um Estudo Bibliográfico Sobre as Dioxinas

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MENDONÇA, João Paulo Santos Neves.*;

KINTOPP, Raynara.**;

DA SILVA, Gustavo Henrique de Assunção.**;


* Professor Orientador. Docente na Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste. Mestre em Ciências da Educação. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Química e Pedagogia.

**Graduandos pela Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste.


      As diferentes interações homem e meio ambiente contemporâneas foram transformadas, especialmente a partir da Revolução Industrial, com o avanço das práticas industriais e o uso de diferentes artifícios para a intervenção no meio, como agrotóxicos. Os reflexos ambientais e sistêmicos dessas intervenções refletem de diferentes formas na saúde humana.

      Nesse contexto, as dioxinas são consideradas preocupações emergentes, produtos tanto espontâneos da atividade natural quanto, em principal, geradas pela ação humana, em especial na incineração de resíduos e produção industrial. A toxicidade desta substância é alegada como plural, com indicações de potencial carcinogênico a influências endocrinológicas.

      Este artigo foi desenvolvido sob a justificativa da abordagem das dioxinas por sua longevidade e amplitude de efeitos na vida humana, no contexto da enfermagem. O reconhecimento dos sinais e das principais implicações da presença tóxica dessa substância envolve a enfermagem e a qualidade da assistência prestada. Essa percepção originou a pergunta norteadora do artigo: qual a importância do conhecimento em enfermagem na abordagem das dioxinas?

      O objetivo geral deste artigo foi apresentar um estudo bibliográfico a respeito das dioxinas. Os objetivos específicos foram: discutir a toxicologia como preocupação mundial, abordar a enfermagem frente aos desafios toxicológicos e, por fim, discutir as dioxinas no contexto atual como risco emergente.

      Foi realizada uma revisão bibliográfica a partir de artigos de periódicos e livros extraídos de fontes como Portal Periódicos Capes, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Google Acadêmico. Foram selecionadas em principal (não exclusivamente) publicações entre os anos de 2017 a 2022, com inclusão extemporânea de obras referenciais ao tema, em língua portuguesa e inglesa, buscadas a partir dos descritores “toxicologia”, “enfermagem” e “dioxinas” e seus respectivos termos em língua inglesa. Os resultados foram coletados, fichados e inseridos em uma revisão de literatura organizada por encadeamento temático, não por cronologia, apresentada em sequência.

TOXICOLOGIA – UMA PREOCUPAÇÃO MUNDIAL

      Com o padrão contemporâneo de vida, produção e exploração do ambiente, a toxicologia recebe destaque pelos reflexos diversos que a ação humana pode promover no meio. Disner, Silva e Kitamura (2018) compreendem a toxicologia estudos voltados à ação das substâncias químicas sobre organismos vivos. Os primeiros registros datam a prática desde os primórdios da humanidade. Alguns exemplos envolvem o caso de Atenas, por volta de 600 a.C., quando a toxicidade das plantas e de seus extratos era estudada para o desenvolvimento de armas para guerras. Outro exemplo é o curare, um veneno tradicional indígena obtido na natureza, cujo efeito é a paralisia muscular respiratória. Estes casos evidenciam a condição ancestral do conhecimento toxicológico, mesmo que não denominado ainda dessa forma.

      Ainda para Disner, Silva e Kitamura (2018), a Revolução Industrial e as guerras trouxeram transformações e reflexos pontuados pela interação agressiva do homem ao meio, intencional ou não. A toxicologia, nesse cenário, esteve no protagonismo de diferentes eventos, como o uso de ácido cianídrico e nitrogênio nos campos de concentração na Segunda Grande Guerra e da aplicação do agente laranja durante a Guerra do Vietnam.

      A partir das demandas contemporâneas da vida humana e da extensão de aplicação da toxicologia frente a essas dinâmicas, Fernandes Neto, Loióla e Loióla (2004) pontuaram a necessidade de ampliação do conceito de toxicologia na forma de uma:

[...] ciência multidisciplinar que, além de estudar os efeitos adversos causados por agentes químicos no homem e no meio ambiente, estuda também as propriedades físico-químicas de cada substância e avalia a segurança de seu uso (p. 129).

      Em mesma orientação, Disner, Silva e Kitamura (2018) reforçam que o conhecimento em toxicologia é multidisciplinar, orientado a identificar como cada composto pode prover efeitos nocivos, de forma inerente (toxicidade) ou o risco deste evento. Em união a essas duas visões, Friedrich et al. (2022) descreve a toxicologia atual como a ciência e investimento sobre a interação entre agentes químicos, físicos e biológicos com organismos vivos, bem como com ecossistemas, para a identificação dos danos possíveis e da possibilidade de que estes eventos ocorram.

      Nessa abrangência, Tavella et al. (2021) observam que a atividade humana contemporânea envolve a inclusão de elementos em atividades produtivas de alimentação e indústria que contemplam:

Agrotóxicos, defensivos agrícolas, pesticidas, praguicidas, remédios de planta, veneno. Essas são algumas das inúmeras denominações relacionadas a um grupo de substâncias químicas utilizadas no controle de pragas (animais e vegetais) e doenças de plantas [...]. São utilizados nas florestas nativas e plantadas, nos ambientes hídricos, urbanos e industriais e, em larga escala, na agricultura e nas pastagens para a pecuária, sendo também empregados nas campanhas sanitárias para o combate a vetores de doenças. Tão extensa quanto a lista de efeitos nocivos dos agrotóxicos à saúde humana é a discussão sobre a nomenclatura correta dessa gama de produtos, a qual, de acordo com os interesses de grupo (ou grupos) envolvido(s), pode dar-lhes conotações muitas vezes opostas ao sentido real (TAVELLA et al., 2012, p. 21).

      A partir dessa observação, Friedrich et al. (2022) contempla que a atividade humana, por sua extensão e interesse, aproxima a toxicologia das necessidades da vida contemporânea, para sua segurança e para um controle cada vez mais crescente dos efeitos nocivos. Ainda assim, nem sempre é possível prever ou mediar sem reflexos ostensivos eventos como acidentes, contaminações e comprometimentos em que a vida humana, animal e o meio em geral são colocados em risco a partir dos desequilíbrios que envolvem o campo de interesse da toxicologia. Quando isto ocorre, a enfermagem ganha espaço.

A ENFERMAGEM FRENTE AOS DESAFIOS TOXICOLÓGICOS

      Entre os diferentes campos de atuação da enfermagem está a toxicologia. No entanto, como observado por Fernandes Neto, Loióla e Loióla (2004), esta área é pouco difundida entre os profissionais da saúde e o público leigo. Todavia, apesar de ser dessa forma, a toxicologia possui diferentes abordagens que se referem à enfermagem e seus interesses, em especial a partir de suas finalidades preventivas e curativas, da seguinte forma:

No aspecto preventivo, através do reconhecimento dos riscos que uma  dada substância  oferece,  pode-se estabelecer padrões de segurança em relação à exposição. É o mais  importante  aspecto  da  Toxicologia,  pois  determina os meios de relação segura com substâncias   químicas   por extrapolação, hipótese ou fatos, à luz dos conhecimentos existentes com vistas à prevenção da intoxicação. A  Toxicologia,  no  seu  aspecto  curativo,  trata  o  indivíduo  de  acordo  com  o  tipo  de intoxicação, promove a recuperação de um indivíduo farmacodependente  ou de um trabalhador  com  alterações  da  saúde  causadas  pela  exposição  a  substâncias  químicas  no ambiente  de  trabalho,  ou  ainda  a  desintoxicação  de  vítimas  de  catástrofes  ambientais.  O caráter  repressivo  da  Toxicologia  estabelece  a  responsabilidade  penal  dos  envolvidos  em situações ilegais no uso de substâncias químicas (FERNANDES NETO; LOIÓLA; LOIÓLA, 2004, p. 130).

      Assim, a toxicologia se apresenta como um conhecimento importante para a enfermagem, que permite aos profissionais identificar sinais e procedimentos úteis para a saúde e salvaguarda do paciente, bem como um processo de atendimento responsivo a seus quadros e os plurais dinâmicas pelas quais a vida contemporânea e seus processos podem incidir nos indivíduos e afetar a sua saúde. O domínio fundamental da toxicologia permite ao enfermeiro maior eficácia em sua abordagem e contribuições às práticas de saúde, sendo ainda uma medida de ruptura de um distanciamento conceitual de reflexos importantes no atendimento (VOLMMER et al., 2021).

      Um exemplo da importância da toxicologia à enfermagem pode ser visto no caso exemplar do ano de 2004, no envenenamento criminoso de Viktor Yushchenko, um político ucraniano que sobreviveu ao evento, mas apresentou grande parte dos sinais clássicos do envenenamento por dioxina. O manejo do caso e o conhecimento adequado pela equipe de saúde foi uma das chaves para identificação do que ocorria e de como poderia ser preservada a sua vida (SAMER et al., 2020). No escopo deste interesse, as dioxinas são tratadas em sequência sob a perspectiva da toxicologia.

AS DIOXINAS – UMA REALIDADE ALARMANTE NO CONTEXTO ATUAL

      As dioxinas são produtos químicos orgânicos clorados, que integram o grupo de Poluentes Orgânicos Persistentes (POPs), com longo tempo de decomposição no meio ambiente. Em geral, o termo envolve Políquicolorinadodibeneno-p-Dioxinas (PCDD), Policloradodibenzofuranos (PCDF) e alguns tipos de Bifenilos-Policlorados (PCBs), cuja toxicidade depende da posição estrutural de seus átomos de cloro, quando situados em 2, 3, 7 e 8 a partir dos anéis de carbono. Já PCBs possuem anéis bifenilos, e isso permite que atuem de forma similar às dioxinas (PRAKASH, 2019).

      Em específico, PCDDs e PCDFs são formadas por dois anéis que se ligam por átomos de oxigênio, sendo o primeiro por duas pontes de oxigênio e o segundo por uma ligação de carbono unida a uma ponte de oxigênio. Quanto à finalidade, as dioxinas não possuem uma aplicabilidade conhecida (ALSHEMMARI, 2021).

      A aparência de uma dioxina quando pura é similar a uma agulha translúcida, uma vez que é um sólido incolor de aparência cristalina. Mas a difusão no meio afeta a sua aparência e as dioxinas costumam se ligar a poeira, cinzas e outros elementos e impurezas, o que a torna invisível a olho nu. Geralmente, as dioxinas geradas pela combustão terminam ligadas a cinzas, e por com isso podem ser levadas a longas distâncias das fontes de emissão (HADDAD; MOQBEL, 2018; LAN et al., 2022).

      Embora a natureza seja produtora de dioxinas a partir de incêndios florestais e da atividade vulcânica, a maior parte deste elemento é formada pela atividade humana e industrial, bem como pela incineração de resíduos. Usinas termoelétricas a carvão ou óleo são outras fontes de geração pela queima de compostos clorados como PCBs (ALSHEMMARI, 2021).

      Dessa maneira, cerca de 45% de toda a dioxina emitida no mundo todo é produzida por incineradores de resíduos, pela produção de meta, aquecimento e geração de energia, enquanto 40% decorrem de processos de combustão não controlados. Apenas uma pequena parcela é naturalmente produzida ou decorre de fontes distintas destas (AJAY et al., 2022; PETRLIK et al., 2022).

      Compostos como PCDDs e PCDFs decorrem de atividades humanas que os formam de maneira não intencional, como queima de lixo e incêndios florestais. Já os tipos de PCBs decorrem de manufatura, embora a produção já esteja relativamente controlada (MATOS, 2020).

      A dioxina é altamente lipofílica, com alta solubilidade em solventes (que se torna maior conforme o teor de cloro presente) e comportamento hidrofóbico. Com isso, uma vez na água, a dioxina tende a se aderir nos primeiros elementos orgânicos presentes, quase sempre plantas e animais microscópicos. Animais maiores terminam contaminados por este composto quando ingerem seus primeiros receptores, e com isso passam a acumular dioxinas, no fenômeno da biomagnificação (HAEDRICH; STUMPF; DENISON, 2020).

      Complexas por sua produção e feito, as dioxinas foram tema de debates relacionados a sólidos urbanos, incineradores industriais e resíduos hospitalares pois, enquanto sua incineração é positiva para a redução da geração de resíduos, também gera substâncias nocivas. No entanto, a temperatura tem influência determinante, assim como o teor de cloro presente nos resíduos incinerados: temperaturas entre 200º C a 400º C geram PCDDs e, a partir de 800º C, promovem a sua destruição. A pirólise presente acima de 700º C é capaz de destruir a totalidade de PCBs e dioxinas, mas a incineração a estas temperaturas é onerosa e, por isso, pouco adotada (ZHANG et al., 2021).

      As dioxinas estão cada vez mais presentes no cotidiano pelo aumento de fontes de emissão que ocorre sem reciprocidade das fontes de controle, mas também pela característica própria que apresentam da longevidade no meio. Como POP, ainda que os níveis ambientais possam estar sob controle e repressão mais ativos nas três últimas décadas, as emissões passadas permanecem ativas no meio, e grande parte dos problemas presentes com essa substância decorrem de comportamentos de emissão excessiva do passado, sobretudo atividade industrial. A longevidade do problema pode ainda ser contemplada quando considerado que mesmo que todas as fontes de emissão fossem encerradas, seria necessário aguardar a sobrevida dos presentes e a presença de novas emissões naturais, de baixo nível (BLOISE, 2018).

      Matos (2020) afirma que, além do fenômeno da biomagnificação, as dioxinas se difundem a partir de emissões atmosféricas de incineração, pela disposição do ar nos solos  que erodem em águas superficiais e também em descargas na água feitas por fábricas de produtos químicos. Com presença global no ambiente, sobretudo na cadeia alimentar, as dioxinas tendem a se alojar no tecido adiposo animal, que também é uma das principais fontes de exposição humana: acredita-se que até 90% da exposição humana à dioxina ocorra pela ingestão de gorduras animais, como carnes, mariscos, laticínios e peixes. São identificados casos de contaminação de carne de frango e ovos com dioxina, bem como da presença dessa substância em diferentes derivados lácteos.

      O mundo já vivenciou diferentes eventos associados à dioxina, alguns dos principais no século XX. Um exemplo clássico da década de 1930 foi a Monsanto Company, com seus produtos que geravam altos níveis de dioxinas e substâncias semelhantes em seus efeitos. Ainda na década de 1930, vários funcionários da Monsanto apresentaram sinais característicos de cloracne, uma lesão cutânea própria da dioxina, além de outros sintomas. Mesmo diante disso, produtos como o desinfetante Lysol e o herbicida desfolhante Agente Laranja continuaram a ser produzidos pela Monsanto e, muito embora não fosse a única a produzir Agente Laranja, o seu produto era o que continua níveis mais críticos de dioxina (KURWADKAR, 2020).

      No final dos anos de 1970, um acidente em Seveso, na Itália, expôs milhares de pessoas a altos níveis da dioxina mais tóxica, que referencia a toxicidade das demais – 2,3,7,8-TCDD. Na ocasião, houve um vazamento que gerou entre 450 g- 1800 g de dioxina e a morte de pessoas, animais e plantações, além de lesões severas na pele por indivíduos contaminados (cloracne) e fadiga intensa (FURUE; TSUJI, 2019).

      Ainda conforme Furue e Tsuji (2019), nos EUA, na década de 1980, ocorreu a contaminação por dioxina da Times Beach (Missouri, EUA), que resultou em mais de 265 mil toneladas de solo contaminado e na evacuação da praia. No final dos anos de 1990, foram contaminadas mais de 500 toneladas de forragem na Bélgica por 50 kg de PCBs, o que espalhou dioxina por toda a região próxima pela condução aérea, atingindo inclusive França e Alemanha com a contaminação de aves e posterior incineração. Os indivíduos que consumiram carnes e subprodutos contaminados tiveram elevação dos níveis de dioxina em até três vezes o de uma pessoa em índices normais. Outro caso exemplar foi o uso criminoso de dioxina para o envenenamento do político ucraniano Viktor Yushchenko, em 2004. Exames realizados em virtude dos sinais de cloracne intensos mostraram níveis 50 mil vezes superiores à média em seu organismo, o que causou deformações significativas na face.

      Assim, cerca de 75 compostos representam a ação da dioxina e são de longa permanência ambiental, com danos extensivos. Este fator ressalta a ameaça latente desta substância à saúde, bem-estar e ao meio-ambiente. A persistência da produção de herbicidas com derivados compostos orgânicos clorados eleva a emissão continuada, bem como a incineração de materiais que responde por furanos e dioxinas, os primeiros replicantes dos segundos em sua ação e ambos incidindo em gases poluentes. A indústria de celulose, com o uso de cloro para alvejar o papel bem como as fábricas de Policloreto de Vinila (PVC) são outras fontes de emissão, cujo uso e demanda são crescentes, e contribuem para o efeito cumulativo persistente dessa substância, especialmente na cadeia alimentar (BLOISE, 2018).

      Em desfecho, para a saúde humana, ainda, cabe ressaltar que a mesma toxicidade presente em 2,3,7,8 – TCDD também pode ser identificada de forma fracionária em TCDD polihalogenadas, dibenzofuranos, bifenilos, naftalenos, azo e azoxi-benzenos, com efeitos mediados pela proteína intracelular específica Receptor Ah.  Contudo, somente esta ligação não promove, por si, respostas severas de imunotoxidade e efeitos reprodutivos, endócrinos e tóxicos suficientes a tumores e cloracne. No entanto, efeitos reprodutivos são geralmente os de maior sensibilidade e o receptor Ah atua intensificando as respostas presentes, bem como em interações com proteínas reguladoras. Efeitos de dioxinas no DNA sugerem ser mediados por elementos plurais como fatores de crescimento, hormônios e receptores, assim como proteínas reguladoras. A dioxina age como hormônio e desencadeia diferentes eventos em células e tecidos, bem como todas a espécies parecem ter respostas similares à essa substância (PISKORSKA-PLISZCZYNSKA; STRUCINSKI; KAN, 2019).

      Em complemento, Matos (2020) apresenta que não há um nível saudável ou seguro de exposição à dioxina, e a reação pode ser muito variável conforme o indivíduo. A ausência dessa faixa mínima decorre do potencial cumulativo da substância. No entanto, alguns referenciais podem ser encontrados, como o oferecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 2,3 picograma(pg)/ kg/ dia) e o referencial mais rigoroso americano, desenvolvido pela agência Enviromental Protection Agency (EPA), de 0,7 pg/kg/dia. Todavia, mesmo o uso de um simples filtro de papel branqueado pode superar esses limiares desenvolvidos para evitar danos cumulativos ao longo da vida. A exposição significativa às dioxinas causa aumento na incidência de doenças circulatórias e respiratórias crônicas, bem como é evidenciado o potencial carcinogênico evidente, bem como de comprometimentos cardiovasculares e endocrinológicos. Indivíduos expostos de forma recorrente às dioxinas podem desenvolver ainda doenças respiratórias crônicas e circulatórias com maior frequência, o que é ligado a estressores causados por exposição química e acidentes.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

      As dioxinas são uma substância tóxica, cuja exposição determina a intensidade dos efeitos, e que está presente de forma global. O efeito cumulativo da substância no meio e no organismo é um dos principais fatores que tornam a sua presença preocupante, em especial por sua longevidade. Os aspectos de controle atuais e em atividade desde as últimas três décadas são importantes para a redução futura da emissão, contudo, grande parte dos efeitos presentes decorrem dos excessos de décadas passadas, cumulados no meio. A exposição extrema à substância gera efeitos de evidência clássica, como cloracne e fadiga extrema, além de comprometimentos endocrinológicos, carcinogênicos, vasculares e sistêmicos. Na enfermagem, o reconhecimento dos sinais que indicam exposição e reflexos de natureza diversa, sobretudo reprodutivos, considerados mais sensíveis, mediam um tratamento de maior eficácia e qualidade ao paciente.

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