Tipos de líderes educacionais e não educacionais - Assertivos adaptáveis
Jorge Barros
Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira
Os líderes assertivos adaptáveis adaptam-se bem a situações variadas, embora não sejam carismáticos nem criativos, mas possuem o género de competências práticas de liderança que fazem deles bons administradores e dirigentes de escolas, sentindo-se, por isso, muito realizados nestes papéis.
São líderes que prestam maior atenção aos pormenores, defendem a ordem instituída e são conscienciosos. Os outros podem confiar neles para tratar dos detalhes da organização ou de qualquer programa. São ordeiros e previsíveis e não têm a necessidade de poder, nem de atenção. São trabalhadores fiáveis e diligentes, necessitando de escassa supervisão. Não são preguiçosos. A sua tendência é para trabalhar intensamente e por longos períodos, mas este excesso de zelo pode resultar numa carga considerável de stress negativo.
Os líderes assertivos adaptáveis são excelentes organizadores. São constantes, trabalhadores, muito organizados e responsáveis, tendencialmente muito arrumados, pelo que preferem trabalhar em ambientes organizados. Também são bons na gestão do tempo. São persistentes, inteligentes, determinados, fiáveis e pragmáticos. Preferem a ordem, a qualidade e esforçam-se para atingir o equilíbrio entre todos estes atributos. Possuem princípios muito fortes e são de um grande civismo.
Estes líderes devido ao seu caráter compulsivo são pessoas nervosas e ansiosas, ficando stressadas com facilidade. Se não lhes ensinarem métodos para lidar com o stress, terão dificuldades em enfrentar situações de crise.
As observações anteriores sobre o stress e os tipos de personalidade de liderança constituem generalizações, pois os diferentes indivíduos variam na sua reação a este elemento. Contudo, ter consciência da tendência geral do seu grupo qualitativo irá colocar este tipo de pessoas numa posição melhor para fazer face a situações de stress. A questão fundamental é que o seu nível de autoconhecimento determina a eficiência com que lidam com as circunstâncias stressantes que se lhes deparam.
Normalmente, estes líderes educacionais não se evidenciam, são antes pessoas que, de forma discreta, trabalham nos bastidores dos acontecimentos e das instituições. Possuem princípios muito fortes, são de um grande de civismo e orientados para a família. No entanto, são menos imaginativos que os outros tipos de líderes. Também têm dificuldade em trabalhar em ambientes caóticos e no seu pior podem exibir um comportamento compulsivo e intolerante.
Estes são líderes que saem dos gabinetes e visitam as salas de aula, aproveitando os períodos de menor atividade para redigirem relatórios e outros documentos.
As suas qualidades operam, ainda, num continuum, de cima para baixo, pelo que no seu melhor são excelentes profissionais, com os quais se pode sempre contar em situações de crise, como espelha o extremo superior (como acontece agora com a crise pandémica que se vive com a Covid-19). No seu pior, o extremo inferior mostra que podem exibir um comportamento compulsivo e intolerante.
São líderes que têm a tendência para pensarem que podem fazer tudo, o que muitas vezes é confirmado pela sua competência e sucesso na maioria das iniciativas que empreendem. Todavia, as suas ações são precedidas por tomadas de decisão em que estes líderes procuram envolver os outros.
Entre todos os tipos qualitativos de líderes, aqueles que possuem uma enorme capacidade para planear, organizar e coordenar acontecimentos são os líderes assertivos adaptáveis.
Estes são líderes que realizam melhor o seu papel quando compreenderem a importância do valor das mudanças sistémicas, quando aprenderem a tolerar a desordem, quando se concentrarem na liderança educacional (no caso das escolas) e quando se empenharem para construir consensos e para delegarem competências e responsabilidades.