TIPOS DE ENSINO DE UMA LÍNGUA: UMA QUESTÃO DE BOM SENSO.
TIPOS DE ENSINO DE UMA LÍNGUA: UMA QUESTÃO DE BOM SENSO.
[1]MARINHO CELESTINO DE SOUZA FILHO
RESUMO: Por meio desse artigo, pretende-se mostrar três concepções de ensino, pretende-se ainda demonstrar a importância de adotar as três concepções simultaneamente, para tornar o ensino da Língua Portuguesa mais produtivo, adequado e profícuo.
PALAVRAS-CHAVE: Tipos de Ensino. Ensino Prescritivo. Ensino Descritivo. Ensino Produtivo.
ABSTRACT: Through this article is intended to show three teaching concepts, we intend still to demonstrate the importance of adopting the three concepts simultaneously to make the teaching of Portuguese more productive, appropriate and fruitful.
KEY WORDS: Types of Teaching. Prescriptive Teaching. Descriptive Teaching. Productive Teaching.
1 INTRODUÇÃO
Alguns questionamentos devem se feitos, quando se trata de ensinar um determinado tipo de língua, tais como: por que ensinamos uma língua? O que seria ensinar uma língua? Ensinar uma língua seria, apenas, ensinar a Gramática Normativa[2] dessa língua?
Serão estes questionamentos que tentaremos deslindar durante o transcorrer desse trabalho, mas, antes de assim o fizermos, trataremos dos tipos de ensino de uma dada língua.
2 TIPOS DE ENSINO
Em consonância com Travaglia (1996), existem três tipos de ensino possíveis para se trabalhar com um determinado tipo de língua, a saber:
- Ensino Prescritivo – Este tipo de ensino objetiva levar o aluno a substituir os seus próprios padrões linguísticos, considerados “inaceitáveis”, “errados” por outros considerados “corretos”, “aceitáveis”, ou seja, nessa forma de ensinar só se valoriza uma variedade da língua: a considerada “padrão”, a dita culta, por isso, não se valoriza a linguagem que o aluno traz de casa, sua fala, que de acordo com Luft (1995), constitui-se na gramática natural da língua, isto é, o seu jeito espontâneo de falar sua própria língua e que adquire desde tenra idade, quando começa a balbuciar suas primeiras palavras.
- Ensino Descritivo – Este tipo de ensino pretende mostrar como determinada língua em particular funciona. Trata das habilidades linguísticas adquiridas sem procurar alterá-las, mostrando, assim, como podem ser utilizadas.
Nesse tipo de ensino, a língua materna cumpre papel relevante e a fala é basicamente o material desta modalidade de ensino, apesar de este tipo de ensino tratar de todas as variedades lingüísticas.
- Ensino Produtivo – objetiva ensinar novas variedades linguísticas, ou seja, pretende auxiliar o aluno a aumentar o uso de sua língua materna de maneira mais eficiente e nas diversas situações de interação verbal e social por que ele passe e ainda este tipo de ensino não objetiva a substituir padrões linguísticos que o estudante já possui, não obstante, nesta modalidade, o que se pretende é aumentar ainda mais os recursos linguísticos adquiridos pelo discente, ou seja, que o aluno possa expressar-se, adequadamente, em todas as circunstâncias de comunicação que a vida exige.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Portanto, ensinar uma língua não seria ensinar apenas a Gramática Normativa ou Escolar, isto é, as gramáticas utilizadas na escola, as quais estipulam regras tidas “como certas ou erradas”. Como por exemplo: “Não se começam frases com letra minúscula”. “O verbo deve concordar com o sujeito em número e pessoa”. “Nomes próprios devem ser escritos sempre com letra maiúscula” etc.
Em vista disso, ao ensinarmos um tipo de língua, devemos não só ensinar a Gramática Normativa dessa língua, entretanto, devemos aprimorar ainda mais a competência comunicativa dos nossos estudantes, ou melhor, capacitá-los para que em quaisquer circunstâncias, situações de comunicação, possam se expressar adequadamente, tanto na escrita, quanto na fala, por isso, sugerimos que se embase o ensino-aprendizagem de nossa língua materna não só em um tipo de ensino, mas nos três ao mesmo tempo, fazendo assim, certamente, o ensino-aprendizagem do português terá mais sentido e ainda saberemos por que ensinamos português a quem já fala com bastante propriedade esta língua.
4 REFERÊNCIAS
LUFT, Celso Pedro. Língua e Liberdade. São Paulo: Ática, 1995.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o ensino de Gramática no 1º e 2º Graus. São Paulo: Cortez, 1996.
1 Mestre em Linguística e, professor da Cadeira de Língua Portuguesa do IFRO – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia – Campus Ariquemes.