06/10/2021

Teoria Comportamental da Administração - Teoria das Decisões (1947)

Jorge Barros

Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira

 

A Teoria Comportamental percebe a organização como um sistema de decisões em que cada pessoa participa conscientemente e racionalmente, escolhendo e tomando decisões individuais a respeito de alternativas racionais de comportamento, ou seja, mostra que não é somente o administrador quem toma as decisões dentro da empresa, mas sim todos os membros que dela fazem parte, compondo assim um complexo sistema de decisões. Neste âmbito, as pessoas são processadoras de informação, criadoras de opinião e tomadoras de decisão.

Simon, na década de 40 do século XX, é uma das maiores figuras do bheaviorismo ou da Teoria Comportamental e há quem refira que o início da mesma se deve a este autor. A ele se deve também o estabelecimento da Teoria das Decisões. Na obra que publica em 1947 sob o título Comportamento Administrativo: estudo dos processos decisórios nas organizações administrativas, Simon analisa a estrutura da escolha racional humana, ou seja, o modo como o indivíduo decide, para estudar a anatomia (estrutura) e a fisiologia (funcionamento) da organização e descrever o trabalho do administrador. A forma como se constrói a opinião, resolve problemas e decide, envolve os seis elementos seguintes: o tomador da decisão, os objetivos a atingir, as preferências escolhidas, a estratégia selecionada, a situação e o resultado. Isto é, o tomador de decisões, encontra-se numa situação, na qual para alcançar os seus objetivos, estabelece preferências, formula estratégias para conseguir obter um resultado satisfatório ou não.

A decisão envolve a ação e esta é racional se o seu tomador escolher os meios apropriados para alcançar um determinado objetivo. Este processo de tomada de decisão é complexo e depende das caraterísticas pessoais do decisor, da situação em que está envolvido e da forma como percebe a situação, o que exige percorrer sete etapas, nomeadamente: 1. perceção da situação que envolve algum problema; 2. análise e definição do problema; 3. definição dos objetivos; 4. procura de alternativas de solução ou de cursos de ação; 5. escolha (seleção) da alternativa mais adequada ao alcance dos objetivos; 6. avaliação e comparação das alternativas; e 7. implementação da alternativa escolhida.

Cada uma das etapas citadas influencia as outras e todo o processo. Por vezes as etapas 3, 5 e 7 são abreviadas ou suprimidas, em especial nas situações de pressão ou de tensão. Pelo contrário, quando não se verificam aquelas situações as etapas podem ser ampliadas ou estendidas no tempo.

Contudo, segundo Simon, este processo de tomada de decisões envolve uma subjetividade enorme, visto as decisões serem individuais. Para esta subjetividade contribuem os seguintes aspetos: racionalidade limitada; imperfeição das decisões; relatividade das decisões; hierarquização das decisões; racionalidade administrativa; e influência organizacional.

Já este último aspeto, isto é, as influências da organização que determinam algumas das premissas da tomada de decisões do indivíduo podem ser divididas em influências externas, como a autoridade, o aconselhamento, a informação e o treino, e internas, tais como, o critério da eficiência e as identificações com a organização. Ainda de acordo com Simon, o problema está em determinar o alcance e o modo em que se deve utilizar cada uma dessas formas de influência. Ainda para este autor o exemplo mais simples disso é o aumento gradual da liberdade de decidir que se permite ao empregado, à medida que ele se vai familiarizando com o trabalho e com as referências determinadas pela organização.

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