02/07/2021

Teoria Comportamental da Administração - Teoria da Aceitação de Autoridade (década de 1930 e de 1940)

Jorge Barros

Pós-graduado e Mestre em Administração e Gestão Escolar, Doutor em Administração e Gestão Educativa e Escolar, Professor no 2.º Ciclo do Ensino Básico no Agrupamento de Escolas Dra. Laura Ayres (ESLA), Quarteira

 

É uma teoria que se refere à autoridade e que foi desenvolvida por Barnard nas décadas de 30 e 40 do século XX. A mesma contraria os ensinamentos da Teoria Clássica. O autor concluiu que a autoridade não repousa no poder de quem a possui, mas sim na aceitação ou consentimento dos subordinados. Deste modo, a autoridade não depende do superior, mas da decisão do subordinado em aceitá-la ou não, isto porque a decisão sobre a autoridade depende de quem recebe a ordem e não de quem a emite. Neste processo, a pessoa obedece, não pela legitimação da autoridade, mas decidindo entre as alternativas de obedecer ou não: se a obediência lhe traz vantagens que deseja obter ou se a desobediência lhe traz desvantagens que deseja evitar. Neste sentido, em que as pessoas aceitam as ordens e decisões dos superiores sob determinadas condições, a autoridade é vista como um fenómeno psicológico.

Mas a Teoria da Aceitação da Autoridade entende que um subordinado, também, pode aceitar uma ordem como autoritária nas seguintes situações: a. Quando o subordinado pode entender ou compreender a ordem; b. Quando não a julga incompatível com os objetivos da organização; c. Quando não a julga incompatível com os seus objetivos pessoais; e d. Quando é mental e fisicamente capaz de cumpri-la.

Para esta teoria, a desobediência a uma ordem constitui a própria negação da autoridade.

A Teoria Comportamental da Administração prestou uma grande contribuição, designadamente, na motivação individual e comportamento de grupos, relações interpessoais no trabalho e importância deste para a nossa realização. Igualmente contribuiu para a maior sensibilidade e relacionamento dos gestores com os subordinados, para soluções de conflitos, uso do poder, comunicação e mudança organizacional. Esta teoria fez ainda emergir um novo conceito de autoridade, baseado na forma de aceitação de normas e ordens.

Por seu lado, são apontadas algumas críticas a esta teoria, nomeadamente no que concerne aos gestores considerarem complexos os modelos e teorias comportamentais, assim como o comportamento humano. Neste sentido, o behaviorismo é também acusado de percecionar a prática administrativa a partir dos objetivos dos dirigentes da empresa, ou seja, contesta-se a prática da teoria comportamental.

Outras críticas prendem-se com: a ênfase nas pessoas: peca por tratar por meio da «psicologia» determinados aspetos organizacionais, como o caso da «Teoria das Decisões»; e com a relatividade das teorias da motivação: as teorias apresentadas por Maslow na década de 50 do século XX e por Herzberg na década de sessenta desse mesmo século, são muito relativas e pesquisas recentes colocam dúvidas sobre a sua validade.

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