15/05/2017

Telessala e a Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

No dia 15/03/2017 foi publicado pela Revista Gestão Universitária um texto intitulado Estado Mínimo, e neste foi informado que estamos criando uma desertificação do futuro, e algumas medidas seja no âmbito federal ou estadual reforçam essa idéia.

A Secretaria Estadual de Educação de Minas Gerais sem uma prévia consulta aos verdadeiros educadores, diga-se verdadeiros pois são eles que estão enfrentando os problemas mais sérios relacionados a educação, (como descaso do Estado, violência, indisciplina, currículo incoerente com a realidade do aluno, desvalorização dos profissionais da educação, dentre outros) e não estão inventando projetos estéreis para justificar um cargo oferecido por meio de um favor político, no qual na maioria das vezes, foi desconsiderada a meritocracia.

Estes pseudo-educadores querem de forma arbitrária impor as famosas telessalas (método telecurso), ou seja, confinar jovens fora de faixa a assistir teleaulas sob a atenção de um pedagogo com o intuito de acelerar sua “saída” da escola. Estes poderão pular do sexto-ano do primeiro grau para o primeiro ano do segundo grau. Será um único instrutor durante o ano e no final, fará uma prova que nada avaliará, apenas constará e este será literalmente empurrado para série seguinte, aumentando ainda mais a massa de manobra alienada.

O mais triste é que existem profissionais tentando convencer os menos esclarecidos de que isso será vantajoso para a sociedade.

Assim reforça como anda a nossa educação. No âmbito federal políticos esterilizando idéias e sonhos e no âmbito nacional, pseudoeducadores “acelerando” neste caso, a deseducação.

Nossa política está corrompida, o que nos faz pensar que nossa educação é fruto desta suja política ou esta suja política é fruto desta nefasta educação?

As ações para idiotizar ainda mais o povo estão vindo de todas as direções e os professores serão as maiores vítimas. O Estado está agindo como Pôncio Pilatos, lavando as mãos enquanto seus alunos têm o futuro massacrado, o que comprometerá ao futuro de toda nação.

Temos em Goiás as OSSs que são organizações privadas querendo assumir a função do Estado e em São Paulo, uma tentativa em colocar 100 jovens em uma sala de aula com o intuito de fechar algumas escolas.

Estamos testemunhando a verdadeira barbárie com a juventude. Tais ações implicarão em um verdadeiro problema social, visto que a educação é a única maneira de fazer com que os jovens possam ter um futuro mais promissor e humanizado.

            Ações como esta estão apenas aumentando o índice de criminalidade, pois nossos jovens não conseguem discernir o certo do errado. Para se ter idéia, a Secretaria de Estado de Defesa Social de MG informa que jovens com menos de 18 anos vem sendo aliciado para o roubo sem contar os aliciados ao tráfico de drogas e até mesmo drogados.

            De acordo com a Secretaria, só entre 2011 a 2014 houve um crescimento de 167%. Estes jovens são frutos de uma deseducação. Aprenderam com a inversão de valores, a ponto de afirmar que o crime te dá coisas de forma rápida, o que você poderia ter de forma ética e com o suor de seu trabalho.

            Logo aqui cabe uma pergunta: Trabalhar para que? Simplesmente empurramos para a sociedade um bando de idiotas que mal sabem ler e escrever. Onde estes poderão ser aproveitados no mercado de trabalho o qual impera a sociedade do conhecimento e que valoriza o capital intelectual?

            Que intelecto estes jovens desenvolveram que poderia ser aproveitado como um diferencial competitivo? O que resta para eles sonharem?

            A Estatística mostrará seus cruéis números em que os ladrões ou traficantes menos espertos morrerão, ou pelas mãos dos policiais no combate ao tráfico e/ou pela guerra travada entre eles mesmos e os mais espertos, estes sim, virarão os verdadeiros políticos, como os que temos hoje.

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