TECNOLOGIA ASSISTIVA

Promovendo a inserção de pessoas com deficiências, objetivando a inclusão social

 

 

José Alexandre Fernandes Locci 

Must University 

 

Resumo: reconhecer que existem indivíduos que apresentam algum tipo de restrição, quanto a deficiências, incapacidades ou mesmo mobilidade reduzida e que esses indivíduos têm por questões éticas e sociais, pleno direito a acesso à informação e crescimento educacional é fator preponderante para toda e qualquer sociedade que assuma um papel de traçar políticas mais justas e iguais para todos. Portanto, faz-se necessário reconhecer que governos, empresas, instituições de ensino e demais membros da sociedade precisam incluir em suas ações e tomadas de decisão a premissa básica de desenvolver e ofertar meios para propiciar a inserção de todos os indivíduos em uma sociedade responsável e democrática. Considerando-se essas premissas, focar as ações no uso e aplicação de tecnologias assistivas com o objetivo de propiciar a inclusão social e digital, é fator de suma relevância para uma sociedade que objetiva melhorar a qualidade de vida dos indivíduos. Sendo que esses desafios, embora difíceis de serem alcançados, pelas exigências demandadas, uma realidade a ser considerada por toda e qualquer sociedade socio responsável, pois, existem meios e mecanismos que possibilitam a concretização destes objetivos, bastando para tanto, que tenhamos essas premissas incluídas nas políticas públicas de um país. 

 

Palavras-chave: Educação. Inclusão Digital. Inclusão social. Sociedade. Tecnologia assistiva. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

ASSISTIVE TECHNOLOGY

 

Promoting the inclusion of people with disabilities, aiming at social inclusion

 

Abstract: recognizing that there are individuals who have some kind of restriction, regarding disabilities or even reduced mobility and that these individuals have ethical and social issues, full right to access information and educational growth are preponderant factor for any and all society that assumes a role of devising more just and equal policies for all. Therefore, it is necessary to recognize that governments, companies, educational institutions and other members of society need to include in their actions and decision making the basic premise of developing and offering means to promote the insertion of all individuals in a responsible and democratic way. Considering these premises, focusing actions on the use and application of assistive technologies with the objective of promoting social and digital inclusion is an extremely relevant factor for a society that aims to improve the quality of life of individuals. These challenges, although difficult to be achieved, has a reality to be considered by any and all socially responsible society, because there are means and mechanisms that enable the achievement of these objectives. Because of that, we have these premises included in a country's public policies. 

 

Keywords: Education. Digital inclusion. Social inclusion. Society. Assistive technology.

1 Introdução 

Criar e oferecer oportunidades de inclusão social e inclusão digital, também para os indivíduos que possuam algum tipo de limitação, devido a deficiências, mobilidade reduzida, incapacidade entre outras, muito mais do que um ato de generosidade, torna-se uma obrigação para qualquer sociedade, que possua o entendimento claro que todas as pessoas são iguais, portanto, possuem os mesmos direitos, portanto, traçar e definir políticas públicas, bem como, políticas empresariais e educacionais, torna-se preponderante para viabilizar a integração e participação de todos os membros de uma sociedade de forma igualitária nos processos de inclusão social.

 

Sendo assim, um olhar mais atento, justo e objetivo para a inclusão digital, em um mundo contemporâneo e altamente tecnológico, passa a ser uma premissa fundamental para o êxito de qualquer política que objetive agir de forma responsável e justa, com foco em possibilitar a inclusão dos indivíduos na sociedade, propiciando a todos a oportunidade de se sentirem incluídos, tanto social, quanto digitalmente, nos cenários, políticos, econômicos, financeiros e educacionais.

 

Esse paper foi desenvolvido baseado em pesquisas e estudos bibliográficos, com análise de informações obtidas em websites, artigos, livros e apostilas. Toda a pesquisa considerou os conceitos apresentados pelos seus respectivos autores e fundamentaram a análise para o desenvolvimento do paper, sobre a importância e urgência de um olhar mais adequado e objetivo para a aplicação das tecnologias assistivas como meio para propiciar e oportunizar as pessoas com algum tipo de deficiência, incapacidade ou mobilidade reduzida a inclusão social e digital para um mundo contemporâneo, viabilizando desta forma o sentimento de pertencimento de todos os indivíduos em uma sociedade mais justa e igualitária.

 

2 Desenvolvimento 

Quando se trata de abordar a inclusão digital, para pessoas com deficiência, pode-se considerar um tema amplo e desafiador para qualquer sociedade, que possua a consciência efetiva da importância deste processo, principalmente para os países que possuem em sua Constituição (que é a lei máxima de um país), itens, que tratam de oferecer oportunidades iguais a todos os membros da sociedade.

 

Sendo assim priorizar ações que objetivam tratar da inclusão social e digital, através do uso e aplicação de tecnologias assistivas, é fator chave, para que se obtenha o êxito desejado.

 

Quando se olha para o sistema educacional, percebe-se que esse sistema possui papel fundamental, pois, segundo Menezes (2020) as Tecnologias Assistivas (TA) são vistas como instrumento metodológico facilitador do processo de aprendizagem de estudantes com deficiência a partir do paradigma inclusivo.

 

Possibilitar aos indivíduos que possuem algum tipo de deficiência, que seja de mobilidade reduzida, incapacidades ou mesmo deficiências que possam causar algum tipo de restrição ao acesso ao meio social e cultural, é uma responsabilidade de toda a sociedade, pois é inaceitável, inviabilizar ou mesmo, não permitir que esses indivíduos em especial sejam seciados do convívio social, educacional e político de um país. 

 

Neste contexto a Tecnologia Assistiva (TA), assume um papel de extrema relevância, e tornar-se uma obrigatoriedade para qualquer sociedade, cuja o objetivo, seja oferecer políticas mais justas e integrativas.

 

Segundo Menezes (2020, p. 1) “As Tecnologias Assistivas são importantes por proporcionar às pessoas com deficiência o exercício de seus direitos civis, culturais e sociais, ampliando suas habilidades, aprendizado e trabalho, e garantindo sua máxima participação nas atividades desejadas”.

 

Focar as ações objetivando oferecer condições para que os indivíduos com algum tipo de deficiência, tenham condições de desenvolverem suas atividades cotidianas com autonomia, é o mote, ou seja, o propósito básico das tecnologias assistivas.

 

A tecnologia assistiva compreende todos os recursos de diferentes custos ou complexidades e os diferentes serviços prestados por profissionais da saúde, da engenharia, da educação ou da arquitetura, por exemplo, que tenham como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas com algum tipo de dificuldade ou deficiência. (Pereira, 2018 p. 9).

 

Pode-se categorizar as tecnologias assistivas, considerando-se seus graus de complexidades e respectivos custos, conforme o quadro resumo abaixo:

 

Tabela I - Categorias da Tecnologia Assistiva

 

 

Categoria Descrição    

Sistema de controle de ambientes Acionamento de sistemas eletroeletrônicos pelo controle remoto ou por comando, por exemplo, o sopro, o piscar de olhos ou a voz.    

Projetos arquitetônicos para acessibilidade Projetos pensados e desenvolvidos para propiciar a acessibilidade de portadores de deficiência e/ou dificuldades físicas ou sensoriais.    

Órteses e próteses Materiais que de forma artificial substituem órgão, membros ou articulações ausentes.    

Adequação postural Recursos disponibilizados para a garantia da postura alinhada, estável e confortável, tais como: Cadeira de roda, camas, macas, etc.    

Auxílio de mobilidade Recursos que possibilitam e proporcionam mobilidade das pessoas, tais como: bengalas, muletas, andadores, etc.    

Mobilidade em veículos Customização de acessórios em veículos, que permitam a uma pessoa com deficiência, dirigir o automóvel.  

Fonte: Menezes, (2018 p. 3 - 6) - Adaptado pelo autor

 

Embora, para todas as categorias mencionadas acima, as mesmas, apresentem graus de complexidades por vezes elevados, incorrendo em custos também elevados, são investimentos obrigatórios e necessários, pois, se consideramos os ganhos efetivos com a inserção social, destes indivíduos com algum tipo de limitação, oferecendo aos mesmos um ganho qualitativo na qualidade vida, o resultado obtido com tais investimentos, superam e muito os investimentos demandados.

 

Portanto a conscientização de governos, empresas, sistemas educacionais, bem como a sociedade como um todo, para a relevâncias destas ações, é fator primordial, para possamos oferecer uma sociedade mais justa e igualitária.

 

2. 1 Tecnologias assistivas na educação especial

Assegurar aos alunos que apresentam algum grau de deficiência, a possibilidade de inclusão social e inclusão social no âmbito acadêmico é reconhecidamente fator preponderante para oferecer a essas pessoas, a possibilidade de um desenvolvimento acadêmico (aprendizagem) de forma autônoma, portanto, essas ações relacionadas a “Tecnologias Assistivas (TA)” obrigatoriamente precisam fazer parte de todo o planejamento pedagógico das instituições de ensino.

 

A Declaração de Salamanca foi o marco das mudanças no cenário educacional mundial e o Brasil acolheu o princípio básico da inclusão escolar, que consiste em que as escolas reconheçam as diversas necessidades dos estudantes e a elas respondam, assegurando-lhes uma educação de qualidade, que lhes proporcione aprendizagem por meio de currículo apropriado e promova modificações organizacionais, estratégias de ensino e uso de recursos e TA. Pereira (2020, p. 17-18).

 

Analisando essas propostas, pode-se entender segundo Pereira (2018) que o ideal é que seja feito um planejamento comum entre gestores e professores das classes comuns e das salas de recursos, na tentativa de fazer com que as tecnologias disponíveis sejam sempre utilizadas de forma assistiva para aqueles estudantes que dependem delas.

 

Outro ponto a ser considerado, quando, se trata dos investimentos a serem realizados neste processo, é fundamental que as instituições de ensino, também levem em consideração a demanda crescente deste público alvo, pois, de nada adiantaria oferecer algum tipo de recurso ou benefício, que no futuro (devido ao aumento de demanda) acabe por se tornar inviável em termos de infraestrutura ou financeiro.

Sendo assim, é primordial um planejamento pedagógico assertivo e coerente, que viabilize a continuidade dos serviços e produtos ofertados, mesmo quando do acréscimo de demanda por tais necessidades.

 

Para tanto, faz-se necessário, uma qualificação contínua para o docente, que com elas irão trabalhar, para que possa desenvolver seu papel frente a essa temática, de modo que venha beneficiar a educação a inclusiva

 

Neste quesito do planejamento pedagógico, é imperativo o investimento na qualificação contínua dos docentes, para que estes estejam preparados para atuar com foco na educação inclusiva.

Com o objetivo de entender as demandas do público alvo da educação especial, apresenta-se abaixo o enquadramento de tais necessidades.

 

 

 

 

Tabela II - Público alvo da educação especial

 

Público Alvo - Pessoas com Deficiência    

a) Deficiência Intelectual    

b) Deficiência Física    

c) Deficiência Sensorial

     - Deficiência Visual

     - Deficiência Auditiva    

d) Surdo cegueira    

e) Deficiência Múltipla  

Fonte: Menezes, (2018 p. 25 - 27) - Adaptado pelo autor

 

No âmbito educacional, a Tecnologias Assistivas (TA) vem se tornando, cada vez mais, uma ponte nos processos de ensino, aprendizagem e desenvolvimento de estudantes com limitações funcionais leves ou severas, uma vez que tem tornado possível o uso de recursos e estratégias pedagógicas aplicadas à educação de estudantes com deficiência, auxiliando na aprendizagem destes. Teixeira (2020, p. 38 – 39).

 

Desta forma, pode-se concluir que as instituições de ensino que sejam elas públicas ou privadas, possuem um papel imprescindível neste processo de inclusão social e inclusão digital, para pessoas que apresentem algum tipo de deficiência, que é o de oferecer melhora na qualidade de vida dos indivíduos, através dos sistemas educacionais praticados.

 

3 Considerações Finais 

Um olhar e foco nos desafios para as organizações e instituições de ensino no tocante a inclusão social e digital para pessoas que apresentem algum tipo de limitação devido a deficiências de qualquer proporção, é fator chave, para garantir ou mesmo aumentar a qualidade de vida destes indivíduos, levando-os a se sentirem pertencentes efetivamente a sociedade onde convivem.

 

Diante do exporto neste paper, pode-se concluir que o uso das tecnologias assistivas, são estratégias a serem consideradas e adotadas por todas as instituições de ensino que possuem em suas políticas pedagógicas a preocupação com o atendimento a todas as demandas de alunos que apresentam alguma necessidade especial.

 

Fator este, chave para propiciar o bem estar e a qualidade de vidas, para os alunos, que apresentam demandas diferenciadas em função de suas necessidades especiais.

 

4 Referências Bibliográficas

 

Menezes, M.M; Teixeira, H.B. Tecnologias Assistivas: Uma nova abordagem na educação inclusiva. [e‐book]. 2020. UNKNOWN. Edição do Kindle. Copyright © 2020 Mônica Macário de Menezes & Hebert Balieiro Teixeira. Todos os direitos reservados. ISBN: 9798653448454

Pereira, A.C.S. (2018). Categorias da Tecnologia Assistiva. [e‐book] Flórida: Must University

Pereira, A.C.S. (2018). Tecnologia Assistiva. [e‐book] Flórida: Must University

Pereira, A.C.S. (2018). Tecnologia Assistiva na Educação. [e‐book] Flórida: Must University

Tabela I - Categorias da Tecnologia Assistiva - Fonte: Menezes, (2018 p. 3 - 6) - Adaptado pelo autor.

Tabela II - Público alvo da educação especial - Fonte: Menezes, (2018 p. 25 - 27) - Adaptado pelo autor