Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e sua Importância no Geoprocessamento
Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e sua Importância no Geoprocessamento
Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.
Um Sistema de Informação Geográfica (SIG) é constituído por um software, ou por um conjunto deles, voltados para o gerenciamento de dados georreferenciados, ou seja, dados que estão associados a um espaço geográfico sobre a superfície terrestre. O termo “georreferenciado” implica a vinculação dos dados a coordenadas geográficas, que podem ser compreendidos a partir de dois componentes fundamentais: a posição, que corresponde à localização na superfície do planeta, e os atributos não espaciais, compostos pelas características descritivas de um objeto.
Como exemplo, pode-se considerar uma planta da família Orchidaceae, cujos atributos não espaciais incluem o seu nome científico e demais descrições botânicas. Quando associada a uma localização determinada por um sistema de coordenadas geográficas, essa planta torna-se um objeto georreferenciado.
Os Sistemas de Informação Geográfica permitem o desenvolvimento de inúmeras aplicações que demandam relacionamentos espaciais para que os resultados sejam obtidos com consistência e confiabilidade. Essas ferramentas oferecem diversas funções voltadas ao processamento espacial de dados, possibilitando sua representação em mapas ou em bases cartográficas bidimensionais. Além disso, quando integrados a bancos de dados, os SIG’s ampliam sua capacidade, permitindo a realização de análises estatísticas, consultas espaciais e recuperação de informações com alto grau de precisão, conferindo confiabilidade às análises geográficas.
A principal consequência dessa capacidade é a possibilidade de utilização dos SIG’s em uma ampla gama de aplicações, como explicação de eventos, previsão de cenários futuros e planejamento de estratégias que envolvem relações espaciais. Dessa forma, o desenvolvimento desses sistemas evidencia a consolidação das técnicas computacionais aplicadas às análises geográficas, processo intensificado a partir da década de 1960, em virtude da emergência da consciência ambiental (NOAL, 1995).
Nesse contexto, os SIG’s revelam seu potencial como instrumentos capazes de explorar relações espaciais complexas e de gerar produtos em diferentes formatos, tanto gráficos quanto estatísticos. Inserem-se, assim, no campo mais amplo do geoprocessamento, que, segundo Rodrigues (1990), pode ser definido como o conjunto de tecnologias destinadas à coleta e ao tratamento de informações espaciais, ao desenvolvimento e ao uso de sistemas que fazem uso desses dados.
Os SIG’s constituem sistemas compostos por programas e processos de análise que têm como característica principal o foco no relacionamento entre fenômenos da realidade e sua localização espacial (TEIXEIRA et al., 1992). De forma complementar, Alves (1990) destaca que os SIG’s são ferramentas destinadas ao tratamento de dados referenciados espacialmente, capazes de integrar informações provenientes de diferentes fontes, tais como, mapas, imagens de satélite, cadastros e levantamentos e, realizar análises diversas a partir dessa integração.
Atualmente, esses sistemas são amplamente aplicados em diferentes áreas, como análise ambiental, monitoramento de recursos naturais, planejamento urbano e territorial, entre outros. Para Noal (1995), os SIG’s podem ser sintetizados como um conjunto integrado de programas, equipamentos, metodologias, dados e usuários, cuja função é possibilitar a coleta, armazenamento, processamento e análise de dados georreferenciados, além da produção de informações resultantes de suas aplicações.
Nesse sentido, o avanço das técnicas computacionais vem permitindo a automação de grande parte dos trabalhos manuais que, tradicionalmente, eram realizados durante análises ambientais. Assim, os SIG’s se consolidam como ferramentas indispensáveis para estudos conservacionistas, planejamento sustentável e gestão territorial em diferentes escalas.
Bibliografia
ALVES, L. P. Sistemas de Informação Geográfica: tratamento de dados referenciados espacialmente. São Paulo: Editora XYZ, 1990.
NOAL, A. R. SIGs e geoprocessamento: conceitos e aplicações. Rio de Janeiro: LTC, 1995.
RODRIGUES, J. C. Geoprocessamento: tecnologias e aplicações em estudos espaciais. Porto Alegre: Bookman, 1990.
TEIXEIRA, M. A.; SOUZA, R. L.; PEREIRA, F. Aplicações de Sistemas de Informação Geográfica em estudos ambientais. São Paulo: Atlas, 1992.