29/01/2018

Síndrome do Pensamento Acelerado

É comum ouvirmos nomes de doenças ligadas a algum tipo de síndrome, como Síndrome de Burnout, Síndrome do Pânico, Síndrome do Pensamento Acelerado, etc... São tantos os males que atingem a classe dos professores que algumas vezes confundimos realmente o que temos.

Quando me refiro a professor, quero deixar claro aquele profissional que atua em sala de aula, não o que se encontra em uma sala confortável brincando de educador, inventando projetos estéreis, ou brincando de `chefe` camuflando uma frustração como profissional, para justificar seu alto salário oferecido por `trocas de favores, políticos ou de naturezas escusas`.

A profissão de professor é uma profissão ingrata. Ela exige que estejamos sempre atualizados em relação a tecnologias e métodos didático-pedagógicos, entretanto, são poucos os professores que mergulham em especializações, extensões tudo para se sentir atualizado e conectado com a realidade tecnológica, política, social e econômica do país, e não com o intuito apenas de melhorar o salário.

Afinal de contas, estes professores que sofrem a pressão de que devem se atualizar, seja ela oriunda externamente ou de si mesmo, não se conformam em criar sujeitos subalternos para este sistema esmagador das classes menos favorecidas. Estes profissionais dão o melhor para que o educando se transforme em um verdadeiro cidadão protagonista cognoscente.

São de professores assim que precisamos, professores que tem uma vontade de se superar cada vez mais, pois sabem que podem ser referência para algum aluno. Quem nunca teve `aquele professor que incentiva a turma a pensar?`. Infelizmente para alguns alunos, professores assim não são bem vistos, pois nem todos gostam de pensar.

Férias e folgas para nós professores são sempre bem vindas, sendo assim. Nosso corpo e mente precisam de descanso, caso contrário, ficaremos estressados devido a um desgaste físico, psicológico e emocional e isso em uma sala de aula, pode trazer graves consequencias no processo ensino-aprendizagem de nossos educandos, uma vez que nós professores não sentiremos as energias renovadas e tampouco estaremos prontos para o início do ano letivo.

De acordo com o artigo Considerações sobre trabalho e suicídio: um estudo de caso, escrito por Santos e Siqueira e publicado na Rev. bras. Saúde ocup., São Paulo, 36 (123): 71-83, 2011, ressalta que `O trabalho potencializa a sanidade e o senso de pertencimento social quando viabiliza o espaço público da palavra e da criatividade` e assim sendo, ser professor é pertencer ao contexto do educando e ser exemplo vivo para que este possa se espelhar e assim, melhorar suas perspectivas.

A educação precisa de profissionais empenhados, mas que a paixão pelo que se faz, não dê lugar a insanidade, já que nem tudo depende do esforço do professor. Precisamos apenas fazer nossa parte e deixar com que a semente que colocamos na cabeça de nossos alunos esteja realmente em um terreno fértil e não árido como de muitos que se encontram nas escolas públicas.

Muitos de nós professores sofremos com Síndrome do Pensamento Acelerado, que de acordo com site escoladainteligencia `as pessoas que têm um trabalho intelectual mais intenso, como médicos, psicólogos, jornalistas, executivos, professores, são as mais atingidas pela Síndrome do Pensamento Acelerado`.

A Síndrome do Pensamento Acelerado é algo bem comum em boa parte dos que se encontram comprometidos com a qualidade do ensino e com o seu próprio profissionalismo, independente as síndromes expostas neste texto, precisamos perceber que o descanso é sempre bem vindo para podermos oferecer o melhor para uma educação de qualidade.

Precisamos relaxar a mente e acalmar os pensamentos e isso pode ser alcançado com um bom descanso e um bom momento de lazer.

Wolmer Ricardo Tavares - Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

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