24/09/2019

Sincericídio

            Interessante perceber como as palavras vão surgindo em nosso dia a dia. Pode parecer um neologismo, só que é uma palavra comum, embora não muito usada em nosso vocabulário.

            O sincericídio de acordo com o site[1], A mente é maravilhosa na parte psicologia é enfático em afirmar que significa "dizer a verdade sem pensar, sem limites, sem ter em mente o que o outro sente ou quer". De acordo com o texto, é uma sinceridade aplicada sem inteligência que poderá causar mais danos do que se imagina.

            O texto esclarece também que a verdade e a sinceridade devem andar juntas, uma para ajudar e a outra para construir, embora alguns as usam para prejudicar e derrubar os outros.

            A verdade, ela deve prevalecer, mas deve estar embasada na empatia e inteligência social, reforçando os três crivos socráticos que é verdade, bondade e utilidade. Caso queiramos passar algo que não seja verdadeiro, nem bom e nem útil, então de nada servirá para nosso crescimento e edificação.

            Valores como este deveriam ser ensinados nas escolas, já que o princípio da educação é a transformação do ser, e Gadotti no livro História das Idéias Pedagógicas, publicado pela Ática em 2004, esclarece que Kilpatrick, um dos mais importantes discípulos de John Dewey afirmava que a educação baseia-se na vida para torná-la melhor, entretanto a história da nossa educação pública visa não esta transformação, o que é salientado por Romanelli em seu livro História da Educação, publicado pela Petrópolis em 2003 quando aduz que a educação passou a desempenhar um papel conservador e alienante.

            Na corrente oposta ao viés alienante, Giles em seu livro Filosofia da Educação, publicado pela EPU em 1983 salienta que o educar é um processo de construção, que tanto concretiza quanto impulsiona a imagem ideal. Para o autor, a educação tem que alcançar o indivíduo naquilo que lhe é mais característico, ou seja, o ser humano, na sua intelectualidade, afetividade, hábitos que os levem a realização de um ideal.

            Vale lembrar que esta realização deve sempre ser amparada pela ética, já que resumidamente pode se fazer a coisa certa mesmo com ninguém te observando.

            Rodrigues em seu livro Ética e Cidadania, publicado pela Moderna em 1994 esclarece que o conjunto de princípios e valores que tem a função de orientar as relações humanas é denominado ética. A autora complementa através do sociólogo Herbert de Souza (Betinho) que a racionalidade legitima a ética.

            Gallo em seu livro Ética e Cidadania: caminho da filosofia: elementos para o ensino da filosofia, publicado pela Papirus em 2003 complementa que ética é uma parte da filosofia que pensa nas ações humanas e seus fundamentos.

            Assim sendo, quando a ética faz parte do dia a dia das pessoas, em especial, dos políticos, não faz sentido a palavra sincericídio, já que a verdade seria aplicada com inteligência social e em prol de toda uma comunidade, e não para se livrar de situações através de comunicações de realidades objetivas e em momentos inapropriados conforme ressalta o site A mente é maravilhosa.

            Que a nossa educação pública possa desenvolver em nossos educandos uma inteligência social para que a verdade embasada na ética componha a pedra angular dos nossos políticos.

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