02/02/2010

Simulab, da FEA, influencia criação de laboratório na UFF

Ao tomar conhecimento dos trabalhos realizados no Laboratório de Gestão (Simulab), da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, o administrador de empresas Murilo Alvarenga Oliveira teve a ideia de implantar um programa semelhante na Universidade Federal Fluminense (UFF), no Rio de Janeiro, no campus de Volta Redonda. A história da implantação desse projeto, que recebeu o nome de Laboratório de Gestão Organizacional Simulada (LAGOS), foi o tema da pesquisa de doutorado de Oliveira, apresentada na FEA no último mês de dezembro.
Na UFF, disciplina é oferecida em 3 semestres. Idéia é oferecer no mestrado

O Simulab é coordenado pelo professor da FEA, Antonio Carlos Aidar Sauaia — orientador da pesquisa de Oliveira. O Laboratório permite aos alunos unirem teorias e conceitos em administração com as práticas empresariais, além de incentivar a realização de pesquisas aplicadas. É o chamado aprendizado vivencial, onde o aluno aprende fazendo.

O Simulab é baseado em um tripé conceitual: um simulador organizacional (teoria), que apresenta de forma simplificada a realidade de uma empresa; um jogo de empresas (prática), em que os alunos, após estudarem os problemas apresentados no simulador, se unem em grupos para gerenciar esses problemas; e a pesquisa aplicada, em que desenvolvem uma pesquisa científica sobre um tema das etapas anteriores, visando a sustentabilidade da empresa. A disciplina é oferecida aos alunos de graduação do terceiro ano em Administração e Contabilidade da FEA. Na pós, ela é oferecida para o mestrado, o doutorado e nos cursos de especialização.

“A proposta que implantamos no LAGOS é semelhante”, conta Oliveira, que é professor na UFF. “Mas inovamos no que se refere ao oferecimento da disciplina. Na FEA, são duas disciplinas. Na UFF, optamos por três, oferecidas no terceiro, quinto e sétimo semestres”, destaca o pesquisador. O próximo passo do grupo da UFF, informa Oliveira, é passar a oferecer as aulas também no programa de mestrado.

Implantação
Oliveira conta que ele e Sauaia elaboraram um plano para implantação do projeto. A primeira iniciativa foi chamada de “Aculturamento docente”: em 2007, o professor da FEA foi até a UFF e apresentou a metodologia utilizada no Simulab para 19 professores do Departamento de Administração. “A idéia era sensibilizar os docentes para a implantação do programa”, explica. “Tivemos uma grande participação, pois o número total de professores era de 22 e apenas 3 não puderam comparecer”, conta.

Esses professores participaram de uma “oficina vivencial”, por meio de um jogo de empresas, em que puderam aliar conceitos teóricos e prática organizacional. O resultado, segundo Oliveira, foi muito positivo. Também foram feitas discussões com os docentes sobre aprendizagem vivencial e eles puderam sugerir temas para serem usados nos jogos das empresas. “Por exemplo, um professor da área de Psicologia sugeriu o tema ‘comportamento nas organizações’. Segundo esse professor, a aprendizagem vivencial proporciona a antecipação de situações que os alunos irão viver durante a prática empresarial”, destaca.

Oliveira conta que em 2008 as três disciplinas foram aprovadas no Colegiado do curso de administração e depois na Pró-Reitoria Acadêmica da UFF e, neste mesmo ano, começaram a ser oferecidas. No início apenas o pesquisador ministrava as aulas, mas atualmente esse número foi ampliado para quatro docentes.

Resultados
Para o pesquisador, as grandes contribuições do Simulab e do LAGOS são mostrar a importância da prática dos conceitos teóricos. Oliveira também destaca que os Laboratórios representam um incentivo ao aluno para a realização de pesquisa na graduação, sendo que muitas delas dão origem a trabalhos de iniciação científica. Ele conta que muitos de seus alunos, ao se depararem com os problemas, recorrem à literatura em busca de soluções. “Com esta experiência eles passam a ter conhecimento de como podem solucionar os problemas.”

Outro resultado importante foi a premiação de seu aluno Juliano dos Santos Moreira que participou do LAGOS em 2008, e desenvolveu a pesquisa de iniciação científica “Conhecimento em Administração e desempenho em jogos de empresa: os melhores alunos serão os melhores gestores?”. Em 2009, esse aluno recebeu o prêmio Vasconcellos Torres de Iniciação Científica, concedido pela UFF.

Oliveira lembra que a metodologia usada nos Laboratórios está disponível para todas as universidades e interessados por meio de oficinas e workshops ministrados pelo professor Sauaia.

A análise da implantação do LAGOS está descrita na tese de doutorado de Oliveira  Implantando o laboratório de gestão: um programa integrado de educação gerencial e pesquisa em administração e está disponível para consulta da biblioteca digital de teses e dissertações da USP.

A implantação do LAGOS foi realizada por meio de recursos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O Laboratório conta com 60 metros quadrados e tem 20 computadores.

 


(Envolverde/Agência USP de Notícias)
 
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