27/11/2014

Simpósio traça objetivos para reforçar agricultura inteligente

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Documento apresentado no Siagro 2014 será encaminhado para representantes de diferentes setores da sociedade civil

 

O último dia do Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro 2014) foi marcado pela elaboração de um documento direcionado à agricultura inteligente no Brasil. A carta encaminhada para representantes de diferentes setores da sociedade civil é o resultado de três dias de discussões realizadas no encontro.

O Siagro marcou a comemoração dos 30 anos da Embrapa Instrumentação, em São Carlos (SP). O evento reuniu cerca de 500 especialistas na temática do Brasil e exterior, com apresentação de 184 trabalhos científicos, dez palestras e quatro mesas-redondas.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, foi um dos debatedores da mesa-redonda "Construindo o futuro" e destacou a importância do planejamento e da inteligência estratégica para alcançar os objetivos no futuro.

O diretor de Pesquisa & Desenvolvimento, Ladislau Martin Neto, acompanhou as apresentações científicas e também o Business Day, um modelo inovador no âmbito da Embrapa.

O evento reuniu empresários, mídia e instituições de pesquisa, para lançamentos de três livros, apresentação de tecnologias em ação e a realização de provas de conceito em condições de campo sobre novidades ligadas à agricultura inteligente e internet das coisas, entre as quais, um robô inspirado no projeto do Curiosity (enviado pela NASA ao planeta Marte).

Agricultura inteligente

O conceito que inspirou o SIAGRO 2014 foi a Agricultura Inteligente ou SmartAgriculture, que engloba a utilização de eletrônica, sensores e informática aplicados à agricultura, buscando desenvolver uma agricultura mais avançada e eficiente.

Contempla ainda a inserção das tecnologias convergentes, que englobam a nanotecnologia, TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação), biotecnologia e ciências cognitivas, as quais segundo relatório da National Science Foundation, dos Estados Unidos, terão impactos decisivos em todas as áreas do conhecimento, dos negócios, da economia e da humanidade em geral.

As discussões resultaram em várias propostas de encaminhamento para reforçar a agricultura inteligente, entre as quais podem ser destacados:

  • Promover a instrumentação e automação como um tema amplo, em uma estratégia de atrair empreendedores e uma nova geração profissionais com atuação no campo;
 
  • Criar e operar "ferramentas de Inovação" como "Foresight" (antecipação de futuros possíveis), "Think Tanks" e Observatórios de Inovação baseados em métricas e indicadores de inovação;  
 
  • Apoiar a urgente e necessária inovação institucional a ser construída pelo Estado brasileiro que redunde em estruturas mais ágeis e flexíveis, jurídica e comercialmente, voltadas para parcerias público-privadas em inovação e gestão para negócios.
 
  • Aproveitar oportunidades junto aos países desenvolvidos e em desenvolvimento, em especial, dos BRIC's (Brasil-Rússia-Índia-China) e outros países da América Latina, África e Ásia, para gerar empresas "spin-offs" e possivelmente, "spin-outs", "start-ups", "clusters" e parques tecnológicos, implementando parcerias no desenvolvimento e ou como beneficiárias de processos de transferência de tecnologia, inovação e conhecimento;
 
  • Incentivar a publicação de artigos, em revistas jurídicas, que relatem os resultados positivos das parcerias público-privadas baseadas na utilização da Lei de Inovação;
 
  • Estimular a iniciativa privada a criar check-off programs, a exemplo dos existentes nos Estados Unidos.
 
Avaliação
 

Na avaliação do pesquisador Silvio Crestana, "o SIAGRO superou as expectativas. Está claro que se inicia um novo ciclo na agricultura e na ciência, o da agricultura inteligente, com a incorporação de novas tecnologias e inovações".

"Ficou evidente que o sucesso da construção do futuro passa pela integração de todos esses atores, públicos e privados e pelas sinergias estratégicas daí consequentes e desejáveis. Tal integração deve ser traduzida em ações concretas e coordenadas, que redundem em ganhos de competitividade e sustentabilidade à nossa agricultura, ciência, mercado e sociedade", finalizou Crestana.

Fonte: Embrapa 

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