12/03/2018

Seguindo a Estrada de Tijolos Amarelos

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Quisera que a vida de nossos educandos fosse apenas seguir a estrada de tijolos amarelos, e caso fosse, tiraríamos deles o livre arbítrio e consequentemente o aprendizado da melhor escola: a vida!

                A vida nos faz sábios também pelas experiências com as más escolhas, e assim, não basta seguir a tal estrada que nos direcionaria para a mesma direção de todos, afinal de contas, somos singulares.

                De acordo com Harari e seu livro Homo Deus: uma breve história sobre a humanidade, publicado pela Companhia das Letras em 2016 esclarece através do Mágico de Oz que na verdade a tal estrada de tijolos amarelos não leva a lugar algum e, ao observarmos a análise de Harari veremos que ele tem razão, pois os personagens Homem de Lata, Leão e o Espantalho vão atrás de um mágico charlatão a procura de um coração para o primeiro, um cérebro para o segundo e coragem para o terceiro que é o Leão.

                De acordo com a estória, somente no final da longa estrada que os personagens percebem que tudo que eles querem estão dentre deles e só basta estar aberto as experiências encontradas pelo caminho., e assim tem sido a vida de nossos educandos, tem faltado experiências para que eles percebam o quanto são inteligentes e capazes.

                Infelizmente, nossa educação pública tornou-se alienadora e não fomentamos mais tais experiências. Em minha época de estudo em séries do primeiro grau, tínhamos alguns eventos que implicava em experiências, interações, liderança, senso de equipe, transdiciplinaridade e construção do próprio conhecimento através das próprias vivências, e isso tudo com eventos como Feira de Ciências e Gincanas Culturais.

                Hoje temos projetos estéreis que não cabe aqui entrar no mérito, pois são projetos empurrados por pedagogos sem vivência da realidade dos alunos em sala de aula e principalmente sem fundamento nas experiências dos professores.

                Hoje temos também uma cultura musical que fomenta um dos piores crimes hediondos, o estupro. De acordo com a letra de uma música "toca a bebida e depois taca a pica" é uma música que sugere embebedar pessoas do sexo feminino e depois tirar proveito da situação. Como dito em texto Cultura Falocêntrica publicado em Revista Gestão Universitária - ISNN: 1984-3097 - 02/06/2016  e enocntrado no site http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/cultura-falocentrica é esclarecido que é responsabilidade das escolas inserir uma cultura de respeito mútuo entre os sexos opostos e trabalhar equidade entre eles. Apesar de estarmos em pleno século XXI, ainda temos uma cultura machista no qual a vítima é única culpada.

                No estupro a vítima é culpada por ter usado saia, ou uma camiseta mais leve, ou por ter se maquiado para ficar mais bonita, ou ter passado um perfume mais cheiroso, afinal de contas, sempre existirá um gatilho para que o "coitado" a violente o eximindo de qualquer culpa.

                Esta cultura de inversão de valores não cabe apenas nos estupros, pois todos nós viramos vítimas dos bandidos aos quais são defendidos pelos promotores e direitos humanos, sendo que estes últimos jamais amparam as verdadeiras vítimas e seus familiares.

                Vamos as ruas com amigos, não podemos levar dinheiro, não podemos atender um celular para não chamarmos atenção do bandido que hoje para alguns (políticos e promotores) é uma profissão, pois é o seu ganha pão. Não podemos também andar depois de certa hora sozinhos, enfim, temos que ficar encarcerados em nossa própria casa com os bandidos soltos e com todos os direitos.

                Muitos dos que estão presos, passam melhor do que alguns honestos pais de famílias que aprenderam que no trabalho honesto que se ganha o pão, a dignidade e a honradez.

                Precisamos realmente rever nossa sofrível educação para que possamos desenvolver o cognitivo de nossos alunos e estes possam não seguir a estrada de tijolos amarelos com verdadeiros alunos domesticados subalternamente.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×