08/11/2019

Sabotando a Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

            Interessante perceber que a educação prima pela transformação, mas como transformar o ser ignorante em um cidadão crítico e protagônico, se alguns educadores sabotam a própria educação?

            A história da educação mostra o quanto as crianças com Necessidades Especiais Educacionais (NEE´s), as ditas crianças “diferentes” eram totalmente excluídas da sociedade.

Como dissertado em meu livro Educação um ato político, publicado pela Autografia em 2019, a história tanto Antiga quanto Medieval narra fatos bestiais ocorridos com as crianças com Necessidades Especiais, pois as mesmas eram vistas como aberrações, ou até mesmo castigo divino, já que Deus era impiedoso e éramos vistos como sua imagem e semelhança, logo, Ele não poderia ser representando assim de forma tão imperfeita.

Dito isso, pode-se perceber que estas crianças eram assassinadas de imediato ou abandonadas para serem devoradas por animais, já que era um mau agouro ou até mesmo um ato de bruxaria que deveria ser expurgado com o poder do fogo.

O livro acima, cita que até mesmo na história moderna, bebês nascidos sem cabelos para uma certa tribo no Paraguai eram consideradas subnutridas e logo assassinadas, ou seja, ainda as crianças indefesas eram vítimas das barbáries humanas.

Aqui no Brasil não se aniquila as nossas crianças com NEE´s, porém alguns gestores mutilam-nas com hipocrisia, narcisismo e atitudes ignóbeis. Os sonhos dos pais é que seus filhos com NEE´s tenham um atendimento digno, e isso precisa ser ratificado.

Obviamente que existem muitos projetos estéreis na área da educação. Alguns são criados para preencherem um currículo e efetivados de qualquer forma, tirando autonomia do educando e fugindo a função principal da educação que é o transformar, enquanto outros, mesmo não estando na agenda escolar ou sendo imposto por Secretarias de Educação, são efetivados com profissionalismo, dedicação e amor.

As palavras profissionalismo, dedicação e amor são vistas como verdadeiras variáveis para o sucesso de um projeto ligado a educação, todavia, algumas vezes este projeto encontra o obstáculo denominado gestor, este profissional que ocupa um cargo não por meritocracia, mas por uma simples vaidade política oriunda de coligações e/ou favores escusos de natureza política.

Muitos gestores em relação a educação, têm um olhar apenas para o próprio umbigo, impondo seu lado narcisista a falar mais alto que o coletivo, entretanto exceções aparecem, e estas são representadas por gestores comprometidos com a educação.

Maus gestores usurpam a dignidade do educador fazendo uso da maledicência e se colocando como juiz que é uma outra função assumida por ele, e como se já não bastasse a sua ingestão alicerçada pela sua incompetência, este indivíduo sem moral e desprovido de ética, ainda se acha no direito de julgar de forma arbitrária os bons educadores que fazem parte do seu corpo docente mas que não compõe o seu grupo de bajuladores.

As palavras hombridade, respeito e empatia não encontram-se inseridas em seu dicionário e tampouco em seu vocabulário. Dito isso, vê-se na escola apenas um ambiente para destilar seus venenos, humilhar os verdadeiros educadores e receber o seu salário no final do mês.

Por essa razão a sabotagem é vista como algo comum e amparada pela política suja, pois esta mesma sobrevive dos votos deste gestor e familiares.

Por isso que as pessoas que poderiam fazer algo, acabam negligenciando tais situações. Elas se tornam omissas e consequentemente coniventes, pois o profissional que ocupa tal cargo é um “puxador” de votos, e esta podre política tem que se manter no poder.

O profissionalismo na educação não é levado tão a sério por estes profissionais. Não existe sinergia entre corpo docente e a gestão. O que existe é apenas interesses divergentes focados em particularidades por parte do gestor.

O desserviço com a educação impera. A deseducação é a bola da vez fazendo com que nossa educação pública encontre-se separada por uma tênue linha entre o sofrível e o medíocre.

Sabendo que sempre encontraremos gestores assim, cabe a nós educadores continuarmos sendo o farol para que, principalmente as crianças de Atendimento Educacional Especializado possam desenvolver suas interações sociais e aquisições das aprendizagens, para que seus pais nunca desistam da verdadeira educação, porque temos bons educadores e sabemos como Confúcio que "não são as ervas más que sufocam a boa semente e sim a negligência do lavrador" e com toda certeza, jamais negligenciaremos o aprendizado de qualquer criança, pois acreditamos ainda  na “Educação como Crescimento e Transformação”.

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