17/06/2019

Reflexões Sobre a Formação Docente

REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DOCENTE

Kamila Cristina Miranda Cruz[1], Vera Lúcia Felicetti[2]

Universidade La Salle

 

RESUMO: Na sociedade contemporânea as informações mudam de forma cada vez mais rápida, assim surgindo uma grande necessidade de estarmos atualizados e dispostos a aprender constantemente. A educação e as instituições educativas necessitam acompanhar esses processos de mudanças da sociedade, tornando-se a formação docente uma possibilidade de melhoria à prática do professor. A pesquisa tem como objetivo geral refletir sobre a formação docente, investigando de forma específica as relações entre a identidade docente a partir das diferentes visões de autores selecionados; analisando sobre as práticas que embasam a formação docente inicial e continuada, fatores estes, compreendidos como etapas fundamentais para o processo de aprendizagem e desenvolvimento do profissional que atua na docência. Fundamentado sobre este campo de pesquisa, o artigo trata de um estudo de cunho exploratório, qualitativo, por meio de uma revisão bibliográfica sobre a problemática que envolve a formação inicial e continuada do professor. Em síntese conclui-se que sobre a fundamental importância da formação docente, principalmente no que tange as formações continuadas.

 

Palavras-Chaves: Formação docente; Formação docente inicial; Formação docente continuada.

 

Abstract: In contemporary society information changes faster and faster, thus arising a great need to be up-to-date and willing to learn constantly. The education and the educational institutions need to follow these processes of changes in society, making the teacher training a possibility of improvement to the teachers practice. The research has as general objective reflect on teacher training, investigating in a specific way the relations between the teaching identity from the different views of selected authors;  analyzing the practices that underpin initial and continuing teacher training, These factors are understood as the fundamental steps for the learning process and the development of the professional that works in teaching. Based on the importance of this field of research, the article deals with na exploratory, qualitative research, through a bibliographical review on the problematic that involves the initial and continued teacher training. In summary it is concluded that on the fundamental importance of training teacher, especially with regard to continuation teacher training.

 

Keywords: teacher training; Initial teacher training; Continuation Teacher Training.

 

 

  1. INTRODUÇÃO:

 

A sociedade contemporânea está cada vez mais em frequente mudanças, fato que se justifica, principalmente, pela rapidez da comunicação e informação, através da denominada era da internet (TERÊNCIO e SOARES, 2003). Segundo Cattell (1999), estamos vivendo um período que pode ser comparado com a Revolução Industrial, devido às inúmeras mudanças trazidas pela tecnologia e o acesso à internet, assim podemos ser considerados como uma sociedade digital.

 Neste sentido a educação necessita acompanhar essas mudanças, através do uso das novas metodologias, didáticas e práticas pedagógicas. Um caminho para possibilitar o desenvolvimento dos profissionais da área de educação é a formação docente que deve ser realizada de forma inicial e continuada.

As formações de professores não podem ser limitadas apenas pelos cursos de graduação e pós-graduação, é necessária a formação continuada, pois as mudanças estão cada vez mais aceleradas e a carreira docente é um processo contínuo por conhecimento. De acordo com Felicetti (2018) está cada vez mais sendo atribuído ao professor responsabilidades além de sua função de ensinar, pois cabe ao docente resolver os problemas familiares e sociais trazidos para a sala de aula. Deste modo, é necessário investir na formação inicial e continuada dos professores, pois as ações de formação docente podem representar um fortalecimento para a área da educação, permitindo ao professor atualizar suas práticas pedagógicas.

Pesquisas apontam que a formação docente tem preocupado os governantes, pois é a partir da formação continuada que os professores se sentem valorizados e como consequência reflete no aumento da qualidade da educação (MAUES E CAMARGO, 2013).

Refletindo a partir de aporte teórico definido para a disciplina de Saberes, Trajetórias e Práticas Educativas na formação de professores, do Mestrado Acadêmico em Educação da Universidade La Salle, o artigo tem como objetivo geral refletir sobre a formação docente, buscando de forma específica: a) verificar as relações de identidade docente a partir das diferentes visões de autores selecionado; b) analisar sobre as práticas que embasam a formação docente inicial e continuada.

No que diz respeito aos recursos metodológicos, este artigo constitui-se de um estudo de cunho qualitativo, por meio de uma revisão bibliográfica exploratória. Sendo considerado uma pesquisa de cunho exploratório, pois “tem como propósito proporcionar maior familiaridade com o tema” (GIL, 2010). Sendo uma pesquisa bibliográfica, pois buscou por meio da seleção e da análise dos materiais discutidos na disciplina a respeito da temática saberes e formação docente.

Esse tipo de pesquisa, de acordo com Marconi e Lakatos (2009) propicia a oportunidade aos pesquisadores de refletirem e organizarem sobre as informações já publicadas em relação ao tema de interesse, pois assim é possível construir e expandir conhecimentos.

O artigo está estruturado da seguinte maneira: primeiramente situamos a identidade docente frente às novas demandas sociais, apresentamos sobre a formação inicial e continuada dos professores, em seguida, traçamos breves considerações metodológicas e finalizamos com a apresentação das nossas considerações finais.

 

 

2. REFERENCIAL TEÓRICO

 

Esta seção apresenta alguns conceitos sobre identidade docente, a formação do professor em fase inicial e a formação continuada, apresentando a importância da formação para a carreira docente, tendo como principais interlocutores autores que abordam o trabalho docente, a formação de professores e os saberes docentes: Alves e André (2013); Contreras (2003); Felicetti (20018); Gauthier et al (2006); Huberman (1990); Nóvoa (2007 e 2009); Maués e Camargo (2013); Pimenta (1999); Tardif (2014); Zabala (1998) e Zeichner (2015).

 

 

2.1 Identidade docente

 

Pesquisas têm apontado sobre o trabalho docente, indicando consequências das transformações na sociedade contemporânea que refletem nas instituições educativas.  Alguns autores destacam como impactos nas relações educacionais: os meios de comunicação/informação, novas conjunturas familiares, desigualdades sociais, desvalorização da profissão docente, baixa remuneração, afastamento dos jovens da carreira docente entre outros (ALVES e ANDRÉ, 2013; NÓVOA, 2007; TARDIF, 2014), esses impactos podem refletir de forma significativa nas práticas docentes.

De acordo com Nóvoa (2007), os professores passam por uma crise de identidade, onde acreditam que seja necessário separar a vida pessoal e profissional. Essa ideia era reforçada, mais ainda, no período de pós-guerra que apresentava a possibilidade de substituir as pessoas por máquinas, gerando conflitos pessoais. Neste sentido é importante conhecer as histórias e experiências de vida e as características pessoais de cada um, bem como o seu jeito de “ser professor”

Lembramos que o professor é um ser humano, e que alguns fizeram uma escolha de doação ao próximo e cada um tem suas características pessoais e o seu jeito de “ser professor”, assim levando a diversos autores procurar entender as histórias de vidas dos professores, buscando descobrir a essência e a motivação que levaram os professores a seguir esse caminho.

As experiências de vida estão ligadas ao processo formativo de identidade do professor, este processo passa por uma etapa denominada como os AAAs (Adesão, Ação e Autoconsciência) que norteiam o processo de identidade docente. A adesão está relacionada ao processo do professor de aderir a princípios, valores, projetos, a ação é, ou seja, é considerado os momentos de escolhas frente a situações problemas, está ligada ao modo de agir, estando assim, diretamente ligada ao a postura pedagógica e por fim a autoconsciência que está relacionada a análise da ação (NÓVOA, 2007).

Segundo Tardif (2014), o saber de cada profissional está ligado a fontes, lugares, momentos e fases de construção, ou seja, a identidade é construída com o ato de ensinar, sendo assim os saberes docentes são adquiridos a partir do meio que o professor vive, da sua família, do ambiente, que está inserido, da sua formação inicial e todas as demais, dos seus estágios, da utilização de ferramentas como livros didáticos, cadernos de exercício e de sua prática diária.

Refletindo sobre a construção indenitária do docente Huberman (1990), destaca que o desenvolvimento na carreira docente é formado por um processo, apontado sobre as fases e períodos da docência, o que ele denomina de ciclos de vida do professor, conforme o Quadro 1 abaixo:

Quadro 1 - Fases Docentes por Huberman[3]

 

Anos de carreira

Fases docentes

1 a3 anos

Entrada, hesitação

4 a 6 anos

Estabilização - Construção de um repertório pedagógico

7 a 25 anos

Diversificação- Repensar

25 a 35 anos

Serenidade

35 a 40 anos

Ruptura

Fonte: A autora com base em Huberman (1990).

 

A primeira fase é denominada como o início da carreira e dura em média de um a três anos. Ela é considerada como a fase da sobrevivência, da descoberta - exploração, podendo ser o momento de maior probabilidade de abandono da carreira docente. A segunda fase é considerada como a de estabilização, pois é o momento que se desperta o sentimento de competência e pertencimento a um determinado grupo. Essa dura dos quatro aos seis anos de docência, sendo a fase que acontece a escolha de identidade profissional, passando para a fase da diversificação, momento mais longo do ciclo de docência, pois dura dos sete aos vinte e cinco anos de carreira, é marcada pelo estágio de motivação, busca de novos desafios e ao mesmo tempo um período de questionamentos, incertezas e reflexões sobre a docência é nesta fase que alguns professores acabam migrando para as funções administrativas. Na quarta fase que contempla docentes no período de vinte e cinco a trinta e cinco anos é a etapa na qual o professor está mais maduro, já superou todas as expectativas do início de sua carreira, já tem uma identidade formada e por fim o professor chega na fase chamada de ruptura, ou seja, é o momento que o docente está refletindo sobre as pressões sociais e profissionais que passou durante o período de docência (HUBERMAN, 1990).

As fases apontadas pelo Huberman (1990) não são consideradas como leis/regras, pois podem ocorrer ou não ao longo da caminhada docente, salientando que mesmo que ocorra a sequência e intensidade das fases não será o mesmo para todos os docentes, pois cada profissional está inserido em uma realidade diferente, pois as questões apresentadas em salas de aulas e os obstáculos encontrados são diferentes para cada docente, sendo que esta caminhada faz parte do processo formativo de cada profissional.

Os professores agem nas diversas situações de acordo com suas histórias de vidas, não considerando apenas os aspectos intelectuais, mas também, com o emocional, afetivo, pessoal e intrapessoal (TARDIF, 2014).

 

 

2.2 Formação inicial

 

Em diversas discussões sobre a educação a formação docente está presente, mas o que pode ser entendido como formação? A palavra formação, segundo o dicionário Aurélio, derivada do Latim: formatione, e tem como sentido formar, criar, construir, fabricar, ou seja, é um processo de transformações de conhecimento.

A formação inicial e acadêmica dos professores antecedem à sua formação profissional que é adquirida nas universidades, já os saberes provêm da família e do contato com a escola primária ou secundária e têm uma influência que parte do contexto cultural e pessoal da formação do ser professor. (TARDIF, 2014).

De acordo com a resolução nº 02 do Conselho Nacional de Educação (CNE), 2015, no artigo 10: “a formação inicial se destina àqueles que pretendem exercer o magistério da educação básica em suas etapas e modalidades de educação” (BRASIL, 2015). E em seu artigo 09º, é apontado sobre a Educação Superior em relação à formação inicial para os docentes do magistério para a Educação Básica, os “cursos de graduação de licenciatura; cursos de formação pedagógica para graduados não licenciados; e cursos de segunda licenciatura” (BRASIL, 2015).

As instituições formadoras que ofertam cursos de graduação em licenciatura, promovendo a formação docente inicial, devem estar atentas às necessidades trazidas pelos alunos, principalmente com alguns fatores como: as mudanças do perfil dos estudantes, a baixa atratividade pela profissão docente ligada a baixa remuneração salarial e desvalorização social, as novas responsabilidades sociais que estão cada vez mais sendo incluídas para o professor, jornadas de trabalho extensas com poucas horas para estudos e preparações de aulas, como reação a esses fatores, cada vez mais jovens se afastam da carreira docente (FELICETTI, 2018; ALVES e ANDRÉ, 2013; MAUÉS e CAMARGO, 2013).

Segundo Tardif (2014) a escolha pela profissão docente está associada às origens da infância.  As pessoas que optam pela escolha de se tornar um profissional da educação, necessitam ser preparados para assumir essa responsabilidade de educar. Sendo assim necessário a formação docente, seja ela inicial e continuada, pois esses processos formativos são é destacado por diversos autores, como sendo fundamentais e de extrema importância para a constituição do “ser professor”. Segundo Felicetti (2018) é no momento de formação docente que se revigora a escolha pela profissão, essa ideia vai ao encontro com o estudo de Maués e Camargo (2013), que apontam que a formação docente tem preocupado os governantes, pois é a partir da formação que os professores se sentem valorizados e assim refletem na qualidade da educação, destacando a formação inicial, que de acordo com os autores, deveria ser de forma mais prática, pois atualmente essa formação é muito teórica.

Nóvoa (2009), salienta a necessidade de estar atento aos jovens professores, nos primeiros anos no magistério, pois eles necessitam de formação inicial e continuada de forma que valorize a profissão docente, mostre a importância das culturas colaborativas, do trabalho em equipe, das práticas reflexivas e da supervisão e avaliação docente.

 A transição entre a vida de estudante e a carreira profissional é apresentada por Tardif (2014), como um rito de passagem, nesse momento os novos professores se encontram em fase de descobertas, passando para uma fase de iniciação ao sistema normativo e as hierarquias chegando a fase de descobertas aos alunos. Após passam para a fase de exploração que dura em média de um a três anos é o momento que o professor escolhe de forma provisória a sua profissão, sendo marcada por um período de tentativas e erros e de busca por aceitação no ambiente que está inserido, é um momento que coloca em dúvida e escolha pela carreira docente. A segunda fase é o momento para a estabilização e consolidação que dura em média de três a sete anos, é uma fase em que o professor está mais confiante e os demais reconhecem suas capacidades.

 

 

 

 

2.3 Formação continuada

 

A formação continuada dos docentes, conforme a nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e suas resoluções, aponta que a formação sofreu alterações, pois antes desta nova lei existiam duas modalidades de formação de professores: magistério (nível médio) e licenciatura (nível superior), agora com a lei exige-se a formação continuada dos professores, podendo esta ser de forma presencial ou a distância, conforme o artigo 62º parágrafo único é dever:

 

 “Garantir-se-á formação continuada para os profissionais que se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013)”

 

Ao analisar o artigo, observa-se que a LDBEN 9394/96 busca a melhoria na preparação da formação em nível superior dos professores, apontando para isso alguns caminhos que vai desde a formação inicial à continuada que, preferencialmente, deve ser de forma presencial.

A formação continuada segundo Nóvoa (2009) é uma possível saída para a melhoria na qualidade do ensino, porém o autor salienta que o trabalho realizado nas formações docentes deve estar diretamente ligado à realidade escolar e dos problemas vivenciados pelos professores, pois muitos programas de formação continuada acabam não tendo serventia e complicam o cotidiano docente, ao encontro desta ideia, Contreras (2003), alerta para o fato de que as práticas docentes devem ser analisadas conforme as políticas, contexto social e cultural, neste sentido as formações docentes devem ser pensadas a partir do público que se deseja atingir.

Sendo assim é de extrema importância que as formações continuadas estejam alinhadas com as necessidades docentes e que o professor seja protagonista desta dinâmica, pois ele precisa estar constantemente refletindo e reconstruindo seus saberes, visto que suas práticas e atividades desenvolvidas em sala de aula refletem na formação dos alunos (ZABALA, 1998).

Segundo Tardif (2014) o desenvolvimento do saber profissional é associado a fontes e lugares:  A primeira associação é em relação a sua trajetória profissional, pois a maior parte da maneira de ensinar do professor está ligada à sua história de vida, bem como sua vivência como aluno, fase que o autor denomina como “pré-profissional”, ou seja, ao decorrer da vida pessoal e escolar o professor se interioriza através das crenças, valores conhecimentos, competências e a relação com os demais. O saber docente é constituído conforme a caminhada de cada docente, pois traz juntos muitas bagagens de vidas para ensinar e fazer parte de outras vidas.

Com o passar do tempo e com as novas práticas educativas a formação continuada também mudou o foco, pois deixou de ter uma visão de treinamento de professores e passou a serem formações mais reflexivas, pois decisões tomadas pelo docente não dependem apenas da didática, está relacionada com a capacidade de discernir entre o certo e errado (ZEICHNER,2015).

A partir das formações docentes com o enfoque reflexivo, as práticas também podem se tornar reflexivas, de acordo com Pimenta (1999) é importante pensar que a formação de professores deve ser de forma contínua, sendo que o processo de auto formação é essencial. Os professores que adotam práticas reflexivas, se consideram bem sucedidos, pois são mais autônomos, pois eles expandem além da formação inicial e continuada, pois buscam rever seus objetivos, suas práticas e didáticas, através de atividades de reflexão que busquem a auto formação para desenvolver cada vez mais um bom desempenho frente suas atividades.  (ZEICHNER, 2015)

De acordo Gauthier et a.l (2013), os professores que se consideram bem-sucedidos profissionalmente, demonstram atitudes otimistas e estão preparados para vencer os obstáculos no seu caminho, assim confirmam seu entusiasmo, por meio de suas falas, timbre de voz, movimentos, gestos.

Ao retornar as ideias de Nóvoa é necessário que o professor saiba, além de transmitir o conhecimento, que ele seja capaz de compreender, replanejar, reelaborar de acordo com as situações vivenciada em cada momento. Sendo assim é importante investir na formação do professor e na sua profissão, pois é necessário construir uma prática de valorização de desenvolvimento pessoal e profissional do docente.

 

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A educação não é um processo estático, principalmente por estarmos vivendo em um período de grandes e rápidas mudanças, essas predominantes na área da tecnologia da informação e comunicação. Diante deste contexto é possível que o modelo tradicional de ensino não atenda mais, de forma total, as necessidades dos estudantes atuais.

Alinhado com os objetivos, definidos para o desenvolvimento do artigo, o mesmo buscou refletir sobre a construção da identidade docente, formação inicial e continuada, através de autores selecionados. Sendo assim, as análises evidenciam que a formação docente, quer seja de nível inicial ou continuada são essenciais para os professores, principalmente a formação continuada, pois é a partir dessas formações que os professores conseguem se atualizar e refletir sobre sua prática docente diária.

A formação inicial sempre será insuficiente para o professor, pois em cada fase da carreira docente é encontrado desafios diferentes. Esses obstáculos se apresentam com a prática diária e os avanços da sociedade contemporânea.

   A contemporaneidade requer que os professor esteja além da sua formação acadêmica, de nível de graduação e pós-graduação, demandando que o docente busque novas práticas e metodologias ativas para a melhoria contínua do ensino, com o intuito de que a educação acompanhe o desenvolvimento global.

É importante salientar que é necessário investir no reconhecimento docente. Dados da pesquisa de Alves e André (2013), alertam sobre a importância valorização da profissão docente, mostrando que muitos professores se sentem valorizados, além da remuneração, pelas formações continuadas e através do reconhecimento ao trabalho expressado pelos pais dos alunos e das conquistas dos alunos, assim se sentindo bem-sucedidos profissionalmente.

 Assim é possível concluir que a formação docente vai além dos saberes e das formações iniciais, pois necessita de um suporte pedagógico e de formações docentes que busquem refletir sobre as práticas diárias e ajude a possibilitar novas formas de ensino.

As reflexões sobre as formações dos docentes não podem se esgotar por aqui, pois possui um grande campo teórico para ser aprofundado sobre o assunto, assim sugere-se um olhar atento sobre os impactos positivos e negativos da formação continuada, a partir de pesquisas bibliográficas e com coleta de dados, para verificar a percepção dos educadores sobre a temática.

 

REFERÊNCIAS

 

ALVES, Cristovam da Silva; ANDRÉ, Marli Eliza Dalmazo Afonso de. A Constituição da Profissionalidade Docente: Os Efeitos do Campo de Tensão do Contexto Escolar Sobre os Professores. 36ª Reunião Nacional da Anped, GT08 – Formação de Professores. Campus Samambaia/UFG - 29/09 a 02/10/2013. Disponível em: http://36reuniao.anped.org.br/trabalhos/166-trabalhos-gt08-formacao-de-professores Acesso em: 21 de nov. de 2018.

 

BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Define as Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior (cursos de licenciatura, cursos de formação pedagógica para graduados e cursos de segunda licenciatura) e para a formação continuada. Resolução CNE/CP n. 02/2015, de 1º de julho de 2015. Brasília, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, seção 1, n. 124, p. 8-12, 02 de julho de 2015. Disponível em:http://pesquisa.in.gov. br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp?data=02/07/2015&jornal=1&pagina=8&totalArqu ivos=72. Acesso em: 10 de nov. de 2018.

 

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CONTRERAS, José Domingo. La autonomía del profesorado. Madrid: Morata, 2003.

 

FELICETTI, Vera Lucia. Egressos das Licenciaturas: O que move a escolha e o exercício da docência. Educar em Revista, Curitiba, Brasil, v. 34, n. 67, p. 215-232, jan./fev. 2018. Disponível em: http://revistas.ufpr.br/educar/article/view/50589/34715 Acesso em: 23 de nov. de 2018.

 

GAUTHIER, Clermont; et al. Por uma teoria da pedagogia: pesquisas contemporâneas sobre o saber docente. Ijuí: Unijuí, 2006.

 

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

 

HUBERMAN, M. (1990): "Las fases de la profesión docente. Ensayo de descripción y previsión", Qurriculum, 2, 139-159.

 

MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de pesquisa. 6. ed., rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 2006. 289

 

MAUÉS, Olgaíses Cabral; SOUZA, Michele Borges de. A Expansão da Educação Superior no Brasil e as Políticas de Formação de Professores. 36ª Reunião Nacional da Anped, GT08 – Formação de Professores. Campus Samambaia/UFG - 29/09 a 02/10/2013. Disponível em: http://www.36reuniao.anped.org.br/pdfs_trabalhos_aprovados/gt11_trabalhos_ pdfs/ gt11_2731_ resumo.pdf Acesso em: 20 de nov. de 2018.

 

NÓVOA, António. História de vida: perspectivas metodológicas. In.: NÓVOA, António (org.). Vida de Professores. 2ª Ed. Porto: Porto Editora, 2007, p. 18-25.

 

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TARDIF, Maurice. Saberes docentes e Formação Profissional. 17ªed. Petrópolis/RJ: Vozes, 2014.

 

TERENCIO, Marlo Gonçalves; SOARES, Dulce Helena Penna. A Internet como ferramenta para o desenvolvimento da identidade profissional. In: Psicologia em Estudos. Maringá, v. 8, n. 2, dez. 2003.

 

ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

 

ZEICHNER, K. M. Uma análise crítica sobre a “reflexão” como conceito estruturante na formação docente. In.: MOROSINI, Marília Costa; ENGERS, Maria Emília Amaral. Disponível em: http://ebooks.pucrs.br/edipucrs/Ebooks/Pdf/978-85-397-0629-7.pdf Acesso em: 20 de nov. de 2018.

 

 

 

[1]Aluna especial do PPG em Educação, Pós-Graduada em Gestão de Pessoas Liderança Coach, Tecnóloga em Processos Gerenciais, pela Universidade La Salle.

[2] Doutora em Educação, Mestre em Educação em Ciências e Matemática, pela  Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

[3] Tradução livre. HUBERMAN, M. (1990): "Las fases de la profesión docente. Ensayo de descripción y previsión", Qurriculum, 2, 139-159.

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