Quem são os Verdadeiros Culpados pela Educação de Má Qualidade?

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

Foi levantado por certo grupo um questionamento quanto à qualidade da educação nas escolas públicas, e nesta indagação procuravam saber se o professor era vítima ou um dos culpados pela má qualidade.
Obviamente a resposta precisa ser dada de forma mais holística e racional e com total imparcialidade, já que somos umas vezes vítimas, outras cúmplices e porque não afirmar que também algozes desta sofrível educação pública.
Para tal resposta não precisaremos fazer um recorte da história da educação, apesar de muitos professores não terem discernimento das lutas de nossa classe, mas precisamos apenas analisar estes últimos anos que foram cruciais para os educandos e educadores.
Somos vítimas quando não somos valorizados como tal, já que se trata de uma profissão que educa o indivíduo, que o forma em uma profissão e que o ajuda a não perder a sua dignidade como também a acreditar em si e a ter esperança de um futuro mais digno.
Somos cúmplices quando não reconhecemos e até aceitamos passivamente as imbecilidades cometidas pelos vários ministros que tivemos no MEC, um negando o golpe de 1964, outro desconstruindo a imagem das conceituadas universidades públicas, outro falsificando diplomas e para piorar, um outro fazendo do MEC um balcão de negociação a ser pago com barras de ouro.
Somos algozes quando apoiamos este sistema fascista, o que era para ser inadmissível pelo simples fato de acreditar que os professores têm conhecimento de classe, tem discernimento para entender o quão mal foi feito pela educação como drásticos cortes na área de pesquisa, alimentação escolar, creche, ensino fundamental I e II, educação Infantil e superior bem como o sucateamento das instituições de ensino, isso tudo sem sequer um manifesto por parte dos professores.
Somos mais algozes quando permitimos o fascismo sobrepor a democracia, sendo que tínhamos disponíveis todos os recursos para evitar isso e desenvolver em nossos educandos um protagonismo cognoscente.
A classe dos educadores é formada tanto por profissionais que amam o que fazem quanto por profissionais que não enxergam nada além do próprio umbigo, sendo domado por orgulho e arrogância.
No primeiro caso, estes são os verdadeiros profissionais, já que não medem esforços em oferecer o melhor, mesmo sem reconhecimento. Estes profissionais sabem que são a essência para um país mais digno, mais humano e com menos desigualdades sociais.
Quanto ao segundo caso, estes profissionais arrogantes, se olvidam da consciência de classe e mergulham em seu narcisismo, ignorando tudo e todos, colocando-se como o centro das atenções a ponto de convergir seus atos com o fascismo a sobrepujar a democracia.
Enfim, o sistema educacional terá educadores vítimas e cúmplices, todavia cabe lembrar que o verdadeiro profissional da educação jamais deverá se calar mediante os acontecimentos relacionados a educação, pois é na sua omissão que o mau prosperará.