06/10/2022

QUEDA CAPILAR PÓS COVID-19: EFLÚVIO TELÓGENO

Efluvio-telogeno

MENDONÇA, João Paulo Santos Neves.*;

DICHETE, Uliane Karine Eisen.**;

DE SOUZA, Emily Gabrieli Coelho.**;


* Professor Orientador. Docente na Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste. Mestre em Ciências da Educação. Especialista em Docência do Ensino Superior. Graduado em Química e Pedagogia.

**Graduandas pela Universidade de Cuiabá – Campus Primavera do Leste.


      Em 2019 o mundo enfrentou a pandemia causada pelo COVID-19 (SARS-CoV -2) que teve origem em Wuhan, na China. Durante o pico da pandemia, os dermatologistas observaram que as reações de manifestavam na pele e, apesar de controvérsias, os meios de pesquisa relataram casos que tratam essa questão, associando ou não as questões capilares à doença.

      O Eflúvio Telógeno é determinado pela perda de cabelo, sendo que na fase telógena é atingida sem deixar cicatriz, e ocorre três meses após o que desencadeou o eflúvio telógeno e podendo durar cerca de seis meses ou mais induzido por grandes cirurgias, medicamentos ou até mesmo por doenças sistêmicas como o COVID-19.

      Aksoy et al. (2021) argumentam que a patogenia do eflúvio telógeno causada pelo COVID-19 está associada a alterações no ciclo capilar, referindo-se a mudança precoce dos fios da fase anágena para a fase telógena, sendo nessa última fase onde ocorre o aumento da predisposição a queda.

      Desta forma o presente artigo busca apresentar a relação entre o COVID-19 e o Eflúvio Telógeno. O método de estudo foi a pesquisa bibliográfica que tratou de um levantamento das literaturas e estudos publicados recentemente no meio científico. Inicialmente buscou-se compreender o fenômeno do eflúvio telógeno e suas causas. Em seguida foi estudado o processo da queda capilar após infecção do COVID-19. Por fim buscou verificar a relação entre a queda capilar pós COVID-19 e o eflúvio telógeno.

Eflúvio Telógeno

      O eflúvio telógeno resulta da desordem do ciclo de crescimento do cabelo, é um tipo de queda que não causa cicatrizes. Ele se manifesta como queda de cabelo difusa após dois a três meses da chamada fase aguda do evento desencadeante, e é considerada crônica após seis meses da sua manifestação. Os principais eventos iniciadores incluem estresse, grandes cirurgias, medicamentos ou até mesmo por doenças sistêmicas e doenças virais.

      Os fios possuem um ciclo de vida em que cada folículo cresce separadamente um do outro, e as células se multiplicam em alternância em ciclos distintos. Cada ciclo é formado por três fases principais, sendo elas a anágena, a catágena e a telógena.

      A fase responsável pelo crescimento do cabelo é chamada anágena, ela se caracteriza pela atividade mitótica acentuada dos queratinócitos na matriz do folículo piloso que forma as camadas de queratinas, direcionando o fio para superfície do couro cabeludo, nessa fase suas células têm uma atividade permanente. Na fase catágena ocorre a involução do folículo piloso por apoptose dos queratinócitos e bloqueio da melanogênese na matriz, ou seja, a atividade das células é interrompida. A fase telógena e onde o cabelo se encontra mais fino ocorrendo a queda do fio da papila dérmica.

      Quando o fator desencadeante é ativado, ocorre uma transição de uma quantidade maior que o normal de fios de cabelo da fase anágena para a telógena, durando em média três meses. Por esse motivo que a queda dos fios ocorre em média de três meses após o fator ativador, sendo no final da fase telógena que ocorre a queda dos fios.

      A quantidade de fios que caem diariamente não causa o surgimento de regiões calva no couro cabeludo, contudo a sensação de perda afeta negativamente o psicológico do indivíduo, modificando seu estilo de vida e sua relação socioafetiva, o que acarreta a prevalência do Eflúvio telógeno crônico.

Queda capilar pós covid-19

      O COVID-19 é um vírus causador de uma grande pandemia mundial chegando no Brasil no início de 2020, é de conhecimento geral que a doença gera muitos sintomas como dores de cabeça, diarreia, febre e entre outros, porém o termino da doença não é o fim dos sintomas, muitos deles podem persistir, ou até novos podem surgir, como a perda de cabelo que é relatada por muitos pacientes que tiveram contato com o vírus.

Para além dos sintomas já conhecidos, tem-se notado que alguns pacientes têm apresentado sintomas prolongados como dispnéia, fadiga, tosse e disosmia, mas não só. A alopecia tem sido identificada como um sintoma de início tardio em pacientes diagnosticados com Covid-19. Essa condição já foi também identificada em outras infecções virais como Ebola e dengue.

      A infecção causada pelo COVID-19 pode causar a inflamação que atinge não só o local infectado, mas também outros tecidos, que é uma das razões das quedas capilares. O isolamento social pode ser considerado idem um dos fatores da perda capilar, pois os fatores emocionais são uma grande causa para a queda de cabelo, onde pacientes estão tendo que participar de sessões psicológicas para poder tratar desse sintoma.

Eflúvio telógeno pós covid- 19

      O COVID-19 uma doença que afeta principalmente o sistema respiratório, pode sim atacar outros órgãos como a pele, pós covid foi relatados algumas doenças de pele como herpes o eflúvio telógeno que em algumas semanas ou meses de ter sido infectado pela doença começou a aparecer casos da queda de cabelo uma característica própria do eflúvio.

Já no estudo realizado por Moreno-Arrones et al., desenvolveu-se a hipótese de que a covid-19 seria capaz de causar uma liberação de anágeno dos folículos capilares, fazendo com que haja uma mudança para a fase catágena, o que consequentemente, faria com que os folículos entrassem no telógeno. Sugere-se, ainda, que as citocinas liberadas durante a infecção desencadeiam o telógeno eflúvio e que as drogas ministradas no tratamento possam colaborar com o desenvolvimento da condição. Apesar disso, como ocorre em outros tipo de infecção, espera-se que os pacientes que tenham apresentado telógeno eflúvio recuperem totalmente o cabelo perdido.

 

      Trueb afirma que a inflamação pós COVID-19 que gera a queda de cabelo é conhecida como eflúvio telógeno, o mecanismo mais aceitável do porque esse vírus provoca a queda de cabelo, é que durante sua infecção libera-se grande quantidade de citosina e esse processo pode desenvolver o eflúvio telógeno, pois prejudica a célula que fica na matriz do cabelo. Essa perda de cabelo causada pela infecção pode ser chamada de eflúvio telógeno onde a infecção pode causar uma mudança para a fase catágena, fazendo com que os folículos entrassem no telógeno causando então a queda temporária de cabelo, pois ele poderá nascer de novo no mesmo lugar.

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