06/12/2017

Projetos Educacionais

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Uma das funções da educação é a transformação que ela implica no ser, e consequentemente, ao seu entorno, o que é corroborado com as falas de Paulo Freire ao esclarecer que “Educação não transforma o mundo. Educação muda pessoas. Pessoas transformam o mundo”.

            A educação é um constante devir, percebendo estas transformações algumas instituições fomentam apresentação de projetos que envolvem o corpo docente, discente e também a comunidade escolar.

            O fato é que nos projetos encontram-se além de transformações sociais, formas de se fazer pesquisa que tirará o educando do “achismo”, opiniões duvidosas e até mesmo preconcebidas para adentrar no crivo da crítica, que trabalhará dessa forma a sua intelectualidade e consequentemente sua cognição.

            Os projetos perdem sentido quando são analisados de forma subjetiva, por um corpo de avaliadores despreparados e que sequer produziu algo para sua comunidade e isso, acaba tirando todo o entusiasmo de futuros projetos que poderiam vir a contribuir com o engrandecimento da comunidade além da transformação de seus educandos.

            Quando se trata de educação, cabe ressaltar que não existe uma equação que inserindo todas as variáveis o resultado obtido será satisfatório, isso porque lida com gente, cultura, política, economia, vontade política dentre outras variáveis que estão aquém do sistema, assim sendo, pode-se perceber que não existem soluções mágicas. Na verdade existe muito trabalho, dedicação, planejamento, ajustes, e muitas vezes, frustrações.

            Tais frustrações estão não apenas nas variáveis acima, mas na forma de como o projeto será avaliado e por quem será. As pessoas que avaliam tais projetos são mesmo pessoas habilitadas a isso? As mesmas já produziram algo? Tem conhecimento de causa do quão é importante um projeto para a transformação social? Sabem acompanhar os regulamentos da ABNT a ponto de explicitar quais quesitos devem ser pontuados? Sabem da importância da fundamentação do mesmo fugindo assim do achismo? Enfim, são tantos questionamentos e muitos sem respostas, e isso implica na desmotivação de professores que poderiam contribuir com a sociedade e o próprio crescimento do educando.

            É sabido que um projeto educacional tem um viés social, o que é ressaltado por Paulo Freire quando informa que “tanto os educadores quanto os educandos envoltos numa pesquisa, não serão mais os mesmos. Os resultados devem implicar em mais qualidade de vida, devem ser indicativos de mais cidadania, de mais participação nas decisões da vida cotidiana e da vida social. Deve, enfim, alimentar o sonho possível e a utopia necessária para uma nova lógica de vida.”

            Logo, cabe a pergunta, os critérios para se avaliar um projeto seguem estes indicativos ressaltados por Paulo Freire? Ou tem sido mais que um momento político para beneficiar uns e mostrar quão estéril tem sido nossa educação pública?

            Vale ressaltar que os projetos pedagógicos acontecem não só no âmbito municipal, mas também no estadual e federal, inclusive, algumas empresas incentivam tais projetos, mas neste caso que é a exceção, os projetos escolhidos são os que estão relacionados com as suas atividades e interesses, o que fica bem evidenciado e até mesmo fácil de se trabalhar o projeto.

            Com a pedagogia do projeto fica evidenciado um aprendizado não em sua etapa final, mas em todo o seu processo de construção e também implementação, não é dar respostas prontas que aprisionam e sim libertar através da curiosidade e da autonomia em se pesquisar além de habilidades de comunicação, induzindo a um cooperativismo, ou seja, capacidade de aprendizagem cooperativa, isso porque segundo as falas do pensador John Donne “nenhum homem é uma ilha, completo em si próprio; cada ser humano é uma parte do continente, uma parte de um todo”.

            Trabalhos com projetos é uma forma de desenvolver a criticidade do educando e também de fazê-lo interagir com o meio.

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