Projeto que integra Pacto EJA conquista 1º lugar em prêmio
O projeto LER – Letramentos, Educação Popular e Rede Social, uma ação do Pacto Nacional pela Superação do Analfabetismo e Qualificação de Jovens e Adultos (Pacto EJA), do Ministério da Educação (MEC), venceu o 6o Prêmio Anpocs de Extensão Universitária. A premiação é realizada pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que reúne anualmente pesquisadores de Antropologia, Ciência Política e Sociologia. O encontro da entidade ocorreu na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e é considerado o principal evento nacional das três áreas.
O projeto atua nas favelas de Heliópolis e Vila Prudente junto à população de rua, atendida pela obra social do Padre Julio Lancellotti. Mais que conhecer as letras e interpretar os textos, o objetivo é que os participantes possam ler melhor o mundo e se reconhecer como sujeitos de direitos por meio da educação popular, do letramento social e do uso da internet, para acessar políticas públicas e ampliar as redes de sociabilidade dos participantes.
O Pacto EJA busca estimular o retorno aos estudos de pessoas em situação de altíssima vulnerabilidade. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2024, mostraram que, em 2023, havia 9,1 milhões de pessoas com 15 anos ou mais de idade não alfabetizadas. Por isso, a alfabetização de jovens, adultos e idosos é necessária para garantir o direito à educação desse grupo que nunca frequentou a escola ou não concluiu a educação básica.
A diretora de Políticas de Alfabetização e Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi), Ana Lucia Sanches, destacou a importância de receber a premiação. “O projeto LER reflete o grande esforço coletivo que o Pacto EJA tem movimentado, envolvendo todos os segmentos da sociedade na superação do analfabetismo, contando com a força da educação popular em contextos de muita desigualdade, como o caso da população em situação de rua. A virtude do programa LER é que integra academia e movimentos sociais, impulsionados pelo Ministério da Educação, juntos pelo direito inalienável de todos à educação.”
A iniciativa é coordenada pelos professores da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH), do campus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Daniel Vazquez, Marineide Gomes e Mei Hua Soares. “Este é um prêmio central para as ciências sociais brasileiras e um reconhecimento à inserção social do projeto e ao engajamento de uma equipe de educadores populares que aprende ao ensinar junto aos educandos que ensinam ao aprender, inspirados em Paulo Freire. A conquista reforça a relevância da extensão universitária como prática científica e social”, ressaltou .
MEC