Profissão, a escolha é Sua
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
Uma das funções de uma escola é preparar o seu educando para a vida em sociedade e isso também conta, principalmente nas escolas de educação básica cuja a função está no aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, assim como a formação do cidadão nas etapas que virão posterior a sua saída, dito isso, cabe a escola preparar este jovem para que o mesmo tenha conhecimento de qual profissão poderá seguir.
Poucas escolas tem este compromisso com seus jovens e tais atitudes tem gerado um problema social, pois, egressos nas universidades desistem do curso logo pela metade ou alguns outros se formam e simplesmente engavetam o diploma, pois não era o que gostariam de ter feito, e na maioria das vezes, foi por falta de conhecimento em relação a profissão escolhida.
Tais informações acima são corroboradas por Ocimara Balmante no seu texto: Metade dos alunos do 3º não sabe qual carreira seguir, publicado em 2011. Tal texto foi publicado no estadão e é encontrado no site https://www.estadao.com.br/noticias/geral,metade-dos-alunos-do-3-ano-nao-sabe-qual-carreira-seguir-imp-,761850.
Seguindo a pesquisadora, tal estudo reflete a indecisão dos vestibulandos na hora de se escolher um curso ou pouca ajuda oferecida pelas escolas.
Outro texto publicado por Letícia Maggi pela revista Veja em 2013 e disponível em https://veja.abril.com.br/educacao/metade-dos-jovens-escolhe-carreira-sem-conhecer-profissao/, vem complementar o estudo acima. O trabalho intitulado: Metade dos jovens escolhe carreira sem conhecer profissão, relata que "os estudantes se decidem pela carreira sem conhecer a fundo a área de interesse"
Algumas variáveis influenciam na escolha da profissão, dentre elas opinião familiar, tradição e remuneração da profissão, as carreiras em alta, mas nem sempre é considerado pelos alunos suas aptidões e habilidades.
O problema é tão sério que uma pesquisa atual no portal Educa Mais Brasil (2018), disponibilizado em https://www.em.com.br/app/noticia/especiais/educacao/2018/07/17/internas_educacao,973969/indice-de-troca-ou-abandono-de-curso-em-faculdades-equivale-a-metade-d.shtml, esclarece que o índice de troca ou abandono de curso em faculdade equivale à metade dos ingressantes. De acordo com a pesquisa, cabe observar que dos alunos que interromperam o curso, 84,4% eram alunos da rede privada.
Obviamente a escolha certa de uma profissão fará a diferença na vida do profissional, pois a frustração profissional pode ser fruto também de uma má escolha, o que ocasiona de acordo com o portal SBie (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional) que a "frustração profissional pode gerar sentimentos de tristeza e insatisfação, levando ao desenvolvimento de doenças psicológicas".
Na revista Época Negócios, publicado em 2013 cita uma reportagem intitulada Frustração: o maior inimigo do engajamento profissional, ou seja, um profissional que não se sente engajado, não é tão produtivo para a empresa o que o torna ainda mais dispensável.
Andrade, Meira e Vasconcelos no artigo . O processo de orientação vocacional frente ao século XXI: perspectivas e desafios, publicado pela revista Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 22, n. 3, p. 46-53, Sept. 2002, são enfáticos ao ressaltarem que diante das multiplicidades de profissões os jovens ficam confusos e a escolha passa a ser direcionada pela sua posição sociocultural e econômica, e ainda assim, quando o jovem é chamado a refletir sobre as dificuldades e possibilidades do mercado de trabalho e de se escolher uma profissão, eles enveredam pelos mitos e ideologias que os deixam mais tranquilos quanto a escolha, entretanto isso não pode ser considerado uma verdadeira saída.
Dito isso, algumas escolas perceberam a necessidade de se instruir o aluno quanto a escolha da profissão e que precisam ter este vínculo com seus alunos e oferece aos mesmos a oportunidade de uma escolha mais certeira e assim, através de seus profissionais (professores, pedagogos) ofertar oportunidades ímpares para que se conheçam melhor, o que consequentemente, dará subsídios para que estes façam escolhas mais adequadas, e como se não bastasse este autoconhecimento, estes mesmos profissionais, desempenham ainda um papel relevante ao discorrerem sobre as profissões que serão escolhidas pelos alunos, informações essas como importância no mercado, sociedade, curiosidades, área de conhecimento, habilidades, dentre outras informações que servirão de norte para uma escolha mais consciente.
Escolas que agem assim, fazem um bom trabalho social com seus alunos e criam vínculos que perpetuarão e servirão de modelo para que estes ex-alunos já graduados optarem por estas mesmas escolas para que seus filhos estudem nelas.
Mesmo com todo este empenho dos profissionais e das escolas e se o aluno ainda estiver com dúvidas em "qual profissão escolher", a melhor saída será "seguir a voz do coração", pois nada melhor que fazer o que gosta e ainda receber por isso, e a satisfação nem sempre vem em forma de papel moeda, é algo mais voltado para sentimento de dever cumprido e realização pessoal e profissional.