18/10/2023

Professor e o Efeito Hawthorne

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Gerir uma escola realmente é uma tarefa árdua, pois implica em lidar com conflitos, tomadas de decisões, vaidades, orgulho, autoritarismo e o mais difícil, proporcionar uma educação de qualidade mediante todas essas variáveis supracitadas.

Como mencionado em textos anteriores e até mesmo em meus livros, não basta ser formado em pedagogia ou ter uma licenciatura para ser gestor escolar e tampouco pedir favores políticos, como muitos casos em escolas públicas.

Faz-se necessário know-how e isso é o que falta em muitos gestores, já que por serem cargos comissionados, ou seja, cargos indicados por políticos e que não levam muito em consideração uma das habilidades que lidar com pessoas, os gestores passam então a ser simplesmente uma marionete do sistema ou até mesmo interferências de outras pessoas por estas terem influências políticas.

Na gestão escolar não pode ocorrer a politicagem, o jeito de agradar para cair nas graças de um secretariado que muda conforme a política.

É de suma importância que o gestor tenha autonomia para fazer valer todo seu trabalho, já que a escola nada mais é que o reflexo de sua gestão, isto é, se ele for muito maleável a ponto de perder sua autonomia e se deixar manipular pelos demais, a escola perderá totalmente a sua identidade, em contrapartida se ele for autoritário, este autoritarismo será um dos motivos para a sua queda.

Obviamente este texto não é para ensinar como se deve ser um gestor, já que não existe fórmulas para isso, mas basta olharmos os péssimos exemplos que temos e até mesmo tivemos como gestores no qual prevaleceram ou até mesmo prevalecem em algumas gestões questões como maledicência, perseguição, autoritarismo, hipocrisia, orgulho, enfim, tudo que existe em um ser humano existe também na pessoa gestora, todavia, a diferença é que esta se deixa levar por suas más inclinações.

É obvio que não somos seres perfeitos, entretanto somos perfectíveis e isso faz com que busquemos sempre o nosso melhor fazendo que sejamos sempre justos, mas o justo em um ambiente escolar é algo que deve ser questionável.

Peguemos como exemplo o corpo docente, formado por professores que se dedicam ao máximo para efetivar um bom trabalho e que com todo sacrifício que lhe é peculiar tenta comprar um carro que não lhe dê tantos prejuízos, alguns financiados e várias parcelas.

Este carro não representa para o professor uma ostentação, mas apenas um meio de ir e vir de forma rápida e segura para suas outras escolas, já que o tempo de deslocamento geralmente é curto e ele precisa deste carro para sua comodidade e segurança.

Bom é quando a instituição escolar proporciona uma garagem para que ele fique tranquilo, imaginando que seu carro até certo momento estará seguro em seu ambiente de trabalho apesar de não neutralizar a chance de uma avalia como arranhão.

O fato é que escolas em bom tom bradam que a prioridade é o aluno, mas na verdade a prioridade é a própria educação e para se equacionar uma educação de boa qualidade não se pode esquecer da variável professor.

A prioridade aluno em momento algum deve subtrair a dignidade do professor e quando se pensa assim, tenha certeza que a escola perdeu a sua essência, já que o seu corpo docente nunca foi visto como prioridade e tampouco foi percebida como verdadeiro patrimônio da escola seja no seu aspecto de capital intelectual ou capital humano.

Por mais fraco que seja um curso de administração, todos nele aprendem a importância da qualidade de vida no trabalho e seu fator positivo para a produtividade do colaborador e não é diferente com o professor.

É preciso com que o gestor conheça técnicas para alavancar tanto a produtividade do professor quanto a busca por sua excelência, assim sendo, é necessário entender sobre o termo efeito Hawthorne que implica em dizer que o aumento da produtividade está ligado com a atenção às pessoas, ou seja, ouvi-las ativamente bem como atender suas perspectivas.

A prioridade será o aluno quando aumentar os investimentos na alfabetização, estabelecer gratificações para professores, adotar material didático com acompanhamento e aprovação dos principais envolvidos em sala de aula, promover avaliações externas e internas do corpo discente, incentivar qualificações do corpo docente e exigir o que é estabelecido por lei quanto a remuneração do professor.

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