Prioridade não é o Aluno, é a Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
O fim do ano letivo está aí, professores esgotados tendo que inventar notas para alunos desrespeitosos, insolentes e indisciplinados serem aprovados; pais negligentes cobrando uma postura do professor que nem eles conseguiram impor a seus filhos, sistema educacional impondo o maior número de aprovações, enfim, uma realidade vivenciada por muitos profissionais da educação em todo final de ano letivo.
Sabe-se que parte do problema está relacionada à premissa de que a prioridade na escola é o aluno, o que se torna um erro crasso, já que a prioridade em uma escola é a educação de qualidade que perpassa pelo aluno como também pelo professor.
É fácil para as alguns pais e/ou responsáveis, colocarem o dedo em riste culpando os profissionais, a gestão escolar e até mesmo a política, mas se olvidam de que parte deste problema é mérito de sua incapacidade de educar seu próprio filho, e com isso, atribui esta educação as instituições escolares além de preceituar que o professor tenha completa responsabilidade por seu filho, responsabilidade esta, abstraída do próprio tutor.
É sabido que o principal papel da escola é ensinar conteúdos significantes a seus alunos, como matemática, português, filosofia, história, geografia, redação, dentre outras disciplinas de mesma importância para o desenvolvimento integral do aluno já que a educação deve vir com o aluno de casa.
Interessante perceber um fato, o aluno nada mais é que o reflexo de educação que ele recebe em casa, por isso é preciso quebrar este paradigma de que a prioridade é o aluno.
Na verdade, o aluno é apenas uma pessoa que veio com sua simplicidade e ignorância a ser lapidado pela escola, tendo como lapidário, o professor, já que será este profissional que dará brilho a fascínio a vida de seus alunos, focando em um só tempo o físico, biológico, psíquico, cultural, social e histórico do aluno.
Durkheim em sua obra Educação e Sociologia, publicado pela Edições 70 Lda em 2007 elucida também a importância na educação em se trabalhar a moralidade, sendo três elementos fundamentais para o seu desenvolvimento, que são: espírito da disciplina, da abnegação e da autonomia, valendo lembrar neste contexto de que a disciplina é o sentido e o gosto da regularidade, o sentido e o gosto da limitação dos desejos, do respeito da regra, que impõe ao indivíduo a inibição dos impulsos e o esforço.
Dito isso, pode-se observar que a prioridade em uma escola não é o aluno em si, é o seu ato de ensinar, como também educar sem a isenção dos pais que são sempre os verdadeiros educadores.
Assim sendo, que nós profissionais da educação, consigamos vencer mais esta etapa sem muito abalar nossa saúde emocional e neste pequeno recesso, possamos somar forças para mudarmos as posturas destes pais irresponsáveis, oportunistas, incautos e levianos para que eles tenham o discernimento de que a educação de seus filhos nas escolas nada mais é do que a educação que eles passam para seus filhos, desta forma, que tenhamos estes pais como parceiros a acrescentar no processo educativo e não a subtrair como é comum.
Que o novo ano letivo as parcerias entre escola e família seja efetivada tendo como fulcro, a educação de qualidade e o bem-estar integral de seu filho além de sua formação como ser humano, livre de alienação e com discernimento o suficiente para entender a sua realidade e ser o agente protagônico de suas mudanças.