Preconceito Inserido na Liberdade de Expressão

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Como visto em meu livro Educação um Ato Político, publicado pela Autografia em 2019, a educação tem a função de nos libertar do preconceito, pois preconceito é nada mais nada menos que falta de conhecimento, o que é corroborado por Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica 2007, quando elucida que educação trata-se de uma palavra carregada de magia, pois ela é vista como um elemento chave no combate a todos os males, que nos afligem, “sejam os males do corpo e/ou da alma”.

Segundo o autor, ajuda a enfrentar e a vencer os transtornos da ausência de sentido para a vida, as aflições de um viver atormentado pela exclusão social, preconceito, violência, desemprego, crise de valores, ausência de limites, miséria, indiferença, banalização com os intempéries da vida e até pela falta de humanização.

Soler em seu livro Educação Física Inclusiva na Escola: Em busca de uma escola plural, publicado pela Sprint em 2005, elucida que Preconceito é “conceito formado antecipadamente e sem fundamento sério; superstição; prejuízo; erro.”

Pensar de forma preconceituosa, é um pensar errado que conforme ressaltado acima é uma forma de causar prejuízo a alguém ou a algum grupo de pessoa, e isso só ressalta o caráter de quem prejulga, mostrando o quanto é vil este ser.

Hodiernamente encontramo-nos em uma conjuntura política que faz fomento a violência, intolerância, homofobia, xenofobia, misoginia, dentre outras aversões que acabam influenciando o comportamento da sociedade, pois o que era para ser algo inaceitável, passa a ser banalizado como crimes horrendos e até apologia ao nazismo, que é uma forma de fascismo, que despreza a democracia e tem inserido neste movimento, um racismo, antissemitismo dentre outras imbecilidades que são comuns em alguns de nossos mais altos representantes políticos, apesar de estarem sob a máscara da hipocrisia.

Ribeiro ressalta em seu livro Política: quem manda, por que manda e como manda, publicado pela Nova Fronteira em 1998, que o homem não nasce com preconceitos, ele os aprende socialmente. Ao aprendê-los, é claro que seu comportamento está sendo influenciado, o que é corroborado por Chinoy em seu livro Sociedade: Uma Introdução a Sociologia, publicado pela Cultrix em 2006, ao esclarecer que o preconceito não é inerente nem automaticamente adquirido. Ele é aprendido e nasce da experiência social.

Assim sendo, faz-se mister erradicarmos qualquer pensamento preconceituoso para que nossas crianças não aprendam e não tenham seus comportamentos influenciados por estes pulhas.

A educação tem que instigar o cidadão a autonomia intelectual, da razão e da opinião sem julgamento. 

As pessoas ferem com palavras destilando ódio aos supostos “diferentes” do que elas julgam normais e se inserem nestas normalidades, e quando são questionadas pelas verborréias exaladas, elas fazem uso de um clichê dizendo “tenho a liberdade de comunicação”, mas esquecem-se que esta liberdade é travestida de ódio ao próximo.

A liberdade de expressão foi uma conquista do povo e consta nos artigos IV e IX do artigo 5º da Constituição de 1988. Imagine o quão foi importante esta conquista em vista a ditadura em que o país se encontrava, onde pessoas morriam por pensarem diferente, todavia, esta liberdade não deve ferir a liberdade do outro. Como um velho adágio nos ensina: “minha liberdade termina onde começa a do outro”

A liberdade de expressão não dá direito a falar mentiras, fazer uso de fakenews, fazer apologia ao nazismo, antivacina, dentre outras imbecilidades para ludibriarem as pessoas com menos discernimento, e por isso a educação se faz mister na vida do cidadão, para que estes ao ouvirem imbecilidades como as ditas por nosso maior representante político e por seus seguidores ignóbeis possam ser ignoradas.

Que a educação seja a nossa pedra angular para que nosso educando seja um protagonista cognoscente, fazendo valer sua cidadania crítica a ponto de calar estes boçais, e fazendo valer sempre o respeito ao próximo e o humanismo.