03/07/2018

Posturas Epistemológicas II: Piaget e Vygotsky: contribuição para a escola

Por Ivan Carlos Zampin – Professor Doutor, Docente no Ensino Superior, Ensino Fundamental, Médio e Gestor Escolar.

 

Duas tendências são identificadas a partir da concepção interacionista. A primeira trata-se de uma visão cognitiva centrada da teoria de Piaget, a qual considera o aluno como construtor ativo de conhecimento próprio na medida em que interage com o objeto de conhecimento, fato que conduz ao aperfeiçoamento de seus instrumentos cognitivos que o possibilitam entender o mundo e agir sobre ele. Por outro lado, a segunda tendência enfatiza a natureza cultural e social para que ocorra a aprendizagem, situada na atividade entre indivíduo e a sociedade, enquadrando-se nas ideias de Vygotsky (COBB, 1998). Sobre tais tendências Minick apud Cobb (1998, p.53), salienta que:

“[...] há correntemente uma disputa sobre se a mente está localizada na cabeça ou no indivíduo socialmente ativo, como se a aprendizagem fosse principalmente um processo de reorganização ativa do conhecimento ou um processo de inclusão em uma comunidade de praticantes.

Todavia apesar de diferença, as duas concepções são validades cientificamente. Embora a teoria do conhecimento elaborada por Piaget não tenha sido voltada para o âmbito educacional, ela proporciona as bases teóricas para a proposta pedagógica construtivista na medida em que insere o processo de aprendizagem no desenvolvimento, no qual distingue estágios e descreve os mecanismos de equilibrarão.

Vygotsky elabora a hipótese da zona de desenvolvimento proximal que significa a distância entre o nível de desenvolvimento atual 9aquilo que a criança sabe fazer sozinha) e o nível potencial de desenvolvimento 9soluções de problemas sob a orientação de indivíduos mais experientes), isto é, “trata-se de um 'espaço' dinâmico, no qual aquilo que uma criança só pode fazer com ajuda de outros, no futuro poderá fazer sozinha”, entretanto, “[...] a intervenção de professores ou outros adultos contribui para orientar o desenvolvimento rumo à apropriação dos instrumentos de medição cultural”, além de fornecer estímulos para o aprendizado em qualquer fase da vida (CASTORINA, 2000, P.19-20).           

Os dois autores interacionistas apontam para diferentes linhas do construtivismo: construtivismo genético e o sócio construtivismo, que serão abordados com maiores detalhes a seguir.

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