17/10/2017

Política, Justiça e Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            Pensando em uma sociedade perfeita, estas palavras deveriam ser a tríade perfeita.

            Uma política que não visasse o bem próprio e que a corrupção fosse um nome extinto dos dicionários por falta de uso. A Justiça por se fazer valer da isonomia, sem privilégios para uma minoria que representa uma elite que é a mais vil escória da sociedade, e por último, a educação que visa o bem comum de todos. Uma educação igualitária, fazendo de seus educandos, pessoas críticas e protagônicas, entretanto, nascemos e vivemos no Brasil, e não no país das maravilhas.

            Brasil, nação que está perdendo sua soberania e que hoje aparece nas mídias internacionais devido a falcatruas e negociações escusas de seus políticos, alicerçados pela justiça que perdeu toda a sua função, com dizia François Guizot (1787-1874) ao afirmar que política e tribunal eram óleo e água, não podiam se misturar. Para o pensador, " Quando a política penetra no recinto dos tribunais, a Justiça se retira por alguma porta", e assim tem sido com o nosso Gigante adormecido. A justiça simplesmente saiu por alguma porta e não mais voltou.

            José Márcio Castro Alves faz um comunicado bem inteligente. Ele esclarece que “países cujas constituições permitem que os políticos tenham foro privilegiado e que os próprios políticos nomeiem os juízes dessa mesma Corte, são pocilgas, hospícios legalizados em forma de nações".

            Ao buscarmos entender esta citação acima, encontraremos respostas para nossa educação estar do jeito que está. Em uma entrevista da JP intitulada "os Pingos nos Is" a mediadora faz um levantamento de "Por que" sem "Porque". Segundo a entrevistadora:

            Por que temos que pagar a Lei Rouanet para financiar coisas que não prestam ou amigos do governo?

            Por que eu tenho que pagar campanha política de deputado, senador e toda essa gente que está aí, se eu quero renovação?

            Porque eu tenho que pagar carro de luxo para senador?

            Porque eu tenho que pagar motorista para deputado, senador, ministro (governo, TCU, STJ, STF, etc)?

            Porque eu tenho que pagar avião da FAB para ministro, presidente da câmara, presidente da república ficarem passeando?

            Porque eu tenho que pagar passagem para os parlamentares irem para suas bases o tempo todo?

            Porque eu tenho que pagar apartamento funcional?

            Porque eu tenho que pagar bolsa aluguel (bolsa moradia) que é entendido para ministros, agente do ministério público, agente do poder judiciário, inclusive para parlamentares que tem apartamento funcional?

            Porque eu tenho que pagar nutricionista para Marcela Temer (primeira dama)?

            Porque eu tenho que pagar apartamento funcional para nutricionista da primeira dama?

            Porque eu tenho que pagar cursos que eles arrumam em lugares exóticos e caros?

            Porque eu tenho que pagar auxílio paletó?

            Porque eu tenho que pagar bolsa fruta como acontece no Tribunal de Justiça no Paraná

            Porque nós temos que pagar dezenas e até centenas de assessores.

            São vários "por quês"cujas respostas estão na nulidade da justiça e na má qualidade da educação que é proporcionada pelos próprios políticos para que continuemos sem respostas. Assim sendo, realmente estamos definhando neste gigante adormecido que tem aumentando exponencialmente seu número de analfabetos políticos para que se perpetue cada vez mais os privilégios para que estes mesmos políticos continuem afundando o Brasil na lama da corrupção com a certeza da impunidade.

            Como dizia o filósofo Immanuel Kant "O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele", e cabe-nos a seguinte pergunta? O que a educação pública tem desejado de seu povo? Discernimento ou alienação? Protagonismo ou inércia? Criticidade ou simples domesticados subalternos?

            Caso tenha respondido as primeiras perguntas para todas as questões, percebe-se que a educação precisa de uma reforma causada pelos verdadeiros educadores que são aqueles que são atuantes e não os bajuladores políticos que por incompetência, fazem uso deste método vil. Agora se as respostas foram a segunda para todos questionamentos, a educação pública está mesmo no caminho certo para que os políticos efetivem o que tanto desejam.

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