Pirâmide do Aprendizado

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

            Interessante perceber as vertentes que têm as redes de relacionamentos. Uns as usam para ostentar situações que não fazem parte de seu cotidiano, outras para massagear o próprio ego narcisista e outros para divulgar conhecimento, idéias e até troca de experiências.

            Obviamente, somos livres para trilharmos nesta seara estéril ou produtiva, dependendo por onde se deseja caminhar, e interessante é perceber que mesmo nestes relacionamentos em que talvez as pessoas jamais se encontrem fisicamente e/ou trocarão um mínimo de informações, pessoas as usam também para humilhar ou vomitar todo seu ódio a uma ideologia, embasado sempre em uma intolerância e preconceito.

            Faz-se mister usar as falas de Nelson Mandela, quando dizia que "eu nunca perco, ou ganho ou aprendo" e assim deve ser também a vida de um bom educador.

            Quando uma pessoa resolve expor sua vida desta forma, está sujeito, tanto a comentários vis ou gratificantes, obviamente dependerá da projeção de quem prejulgou.

            Na área da psicologia a projeção é vista como uma defesa cujos pensamentos indesejáveis e inaceitáveis que estão enraizados em seu caráter, são atribuídos a terceiros, ou seja, o outro é apenas um reflexo de si mesmo, sendo assim, que possamos projetar o bem e o humanismo.

            Interessante perceber que tudo isso é uma simples questão de aprendizagem. Precisamos aprender a ser otimistas, alegres, altruístas, empáticos para podermos enxergar nas pessoas o lado bom que existe em todo ser humano, já que estamos em constante devir, pois já afirmava Heráclito ao dizer que "Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio".

            O aprendizado implica em mudança, assim sendo, um bom educador percebe neste ato, uma pirâmide com métodos aprendizado passivo e ativo.

            O método de aprendizado passivo nos remete ao ensino bancário advertido por Freire em sua obra Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa, publicado pela Paz e Terra em 1996. Nesta obra, Freire nos mostra a importância de sermos uma presença no mundo, com o mundo e os outros, e esta presença deve pensar por si mesma, sonhar, constatar, comparar, avaliar, valorar e não ser um simples domesticado e subalterno.

            Percebendo estas falas, pode-se constatar que sua linha de pensamento é um método de aprendizado ativo, que trabalha o cidadão como um agente protagônico e cognoscente, muito alertado por Tavares em sua obra Gestão Pedagógica: Gerindo escolas para cidadania crítica, publicado pela WAK em 2009.

            Observe que os métodos de aprendizado passivo e ativo diferenciam-se, sendo que no primeiro, o aprendizado se baseia nas ações ler, ver e escutar, e o segundo, usa o  método dialógico, aplicado pelos filósofos como Sócrates, Platão, Aristóteles e Heráclito foi também utilizado pelo educador Paulo Freire, que baseava na conversa, na pergunta, no debate que fomenta a autonomia e a busca do conhecimento

            Interessante perceber nas falas Morin em seu livro Introdução ao Pensamento Complexo, publicado pelo Insituto Piaget em 1990 que o princípio dialógico faz com que a dualidade seja mantida no seio da unidade uma vez que associa dois termos de forma concomitante complementar e antagonista.

            No método de aprendizado ativo, o ato de ensinar aos outros é uma forma de disseminar o conhecimento e ao mesmo tempo aprender, pois sempre que o docente se coloca a disposição de ensinar, abrirá sua mente para novos aprendizados, o que é corroborado por Terra em seu livro Gestão do Conhecimento: O Grande Desafio Empresarial: Uma abordagem baseada no aprendizado e na criatividade, publicado pela Negócios Editora em 2001, ao afirmar que o processo de aprendizado envolve também narração, experimentação e execução.