Pilares da Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br
Uma educação que preze por um mínimo aceitável de qualidade, deve se basear em quatro pilares, que segundo Delors em sua obra Educação: Um Tesouro a Descobrir, publicado pela Cortez em 2001, esclarece que estes pilares serão a pedra angular para o trunfo indispensável à humanidade na sua construção dos ideais da paz, da liberdade e da justiça social.
Entretanto a justiça social que não preza pela igualdade de direitos, é vista apenas como privilégios de uma minoria elitizada, e por esta mesma elite, é vista sob o ângulo da opressão.
Segundo o autor, estes pilares são denominados pilares do conhecimento que são: aprender a conhecer, aprender a fazer; aprender a viver juntos e aprender a ser.
O primeiro conhecimento se baseia em adquirir meios para compreensão, o que em seguida vem o aprender a fazer que neste caso, o indivíduo passa a agir e intervir em seu meio, entretanto, o agir deve vir seguido de respeito pelas diferenças, sejam opiniões, credos, ideologias etc., o que implica no aprender a viver e conviver um com os outros, cooperando um com os outros.
Por último, temos o aprender a ser e para o autor, esta é a via essencial que integra as três precedentes[21] .
Ainda Delors, acrescenta que estes pilares são necessidades educativas fundamentais e nelas estão inseridas leitura, escrita, expressão oral, cálculo matemático, resolução de problemas, conhecimentos, aptidões, valores e atitudes, para que os alunos tenham plena cidadania e possam viver e trabalhar com dignidade além de ser agentes protagônicos cognoscentes, pleiteando sempre por uma melhor na qualidade [22] vida e por um aprendizado contínuo.
Delors (2001: p. 89) adverte que o ensino formal é limitado, orientando essencialmente, se “não exclusivamente, para o aprender a conhecer e, em menor escala, para aprender a fazer”, e cabe uma ressalva que nesta educação formal, a pública passa a ser propositalmente ainda mais limitada, elevando assim o abismo entre as escolas públicas e privadas.
Romão em sua obra Pedagogia Dialógica, publicada pela Cortez em 2002, deixa claro que a desigualdade não se caracteriza em uma luta pela eliminação das diferenças e tampouco igualdade não pode ser visto como sinônimo de homogeneidade, mas cabe convirmos que a educação pública deveria oferecer as mesmas oportunidades de aprendizagens oferecida por uma educação privada, pois de acordo com a Folha de São Paulo em sua reportagem: Matemática agrava abismo entre escolas públicas e privadas no Enem, publicada em 09 jul 2018. De acordo com a reportagem, a rede pública de ensino em relação à privada tem desempenho pior em todas as áreas; porém em exatas, a distância é maior.
Isso implica dizer que nossos alunos oriundos de escolas públicas poucas chances terão de chegar a uma universidade pública, visto que 80% das 7.401 escolas estaduais têm nota de matemática inferior a média 518,5, e nas outras áreas o percentual é de 69% a 72%, ou seja, resultados pífios para quem sonha em ingressar em uma universidade pública.
Demo em sua obra Saber Pensar, publicado também pela editora Cortez em 2000 é enfático ao afirmar que precisamos fazer nossos alunos fugirem da cidadania tutelada que os coloca como objeto de manipulação totalmente submissos e alienados.
Aplicando os pilares acima, teremos protagônicos cognoscentes totalmente participativos, críticos e emancipados.