28/06/2017

Personal Parents

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

Uma vez ministrando uma palestra voltada para lançamento de um de meus livros, uma professora comentou que eu era o último romântico, linguagem metafórica para dizer que eu era apenas um sonhador, e talvez, um dos únicos.

Não me sinto um exército de um homem só. Sei que igual a mim tem muitos a lançarem suas ideias pelo Brasil a fora com esperança de que algumas venham a germinar e dessa forma contribuirmos de maneira com que a educação pública saia dessa situação sofrível em que encontra.

Caso resolvamos buscar um marco de onde a educação começou a ficar desta forma, basta analisarmos que foi no exato momento em que a família fez da escola o seu depositário de crianças, tema este que converge com um de meus livros intitulado Escola não e depósito de Crianças publicado pela editora WAK em 2012.

Quando a família perdeu a autoridade com seus filhos e perdeu a consciência de que a verdadeira educação é obrigação dela e que a escola cabe apenas a escolarização de seus filhos.

Mário Sérgio Cortella esclarece em uma de suas entrevistas que a permissividade dos pais é tão intensa que quando os filhos vão para a escola, encontra no professor o primeiro adulto a agir com autoridade sobre ele, logo isso passa a ser um problema. Dessa forma podemos perceber que a criança não tem referência de autoridade, o que fortalece um dos problemas mais complexos que a educação tem sofrido que são os Transtornos de Conduta[1], que pode ser vista também como dificuldades em seguir as normas pré-estabelecidas e falta de limites.

O professor por mais que acredite estar preparado com um currículo impecável, jamais substituirá os pais, logo, não cabe aos pais fazer dos professores de seus filhos um Personal Parents, pois, a criança que está em sala de aula, tem as suas especificidades com as outras 30, 40 ou mais crianças exigindo atenção, afetividade e autoridade que somente os pais podem oferecer.

Não tem como a família se abster de sua função que é educar e passar a exigir de seus filhos a dedicação nos estudos e na aprendizagem que é a principal função da escola, apesar de ser um braço forte a auxiliar a família no processo de educar seus filhos, apesar de muitos pais pensarem que é função da família auxiliar a escola na educação de seu filho, pensamento que implica aí em uma inversão de função.

Cabe aos pais terem posturas mais firmes, saindo de sua covardia para que seu filho desenvolva valores que serão futuramente cobrados pela sociedade, por isso, faz-se mister endurecer-se sem perder a ternura, para que a escola possa formar um cidadão protagonista cognoscente e a família um homem de caráter, dessa forma, reforçar o verdadeiro elo entre família e escola.

         

 


[1] Para mais informações, vide Transtorno da Conduta nas Escolas Públicas, publicado em 16/01/2017 pela Revista Gestão Universitária. < http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/transtorno-da-conduta-nas-escolas-publicas>

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×