11/04/2017

Percepção Da Qualidade de Vida: Um Estudo Com Idosos Praticantes de Atividade Física Orientada

Maria Eduarda Fernandez Gomes[1]; Maria Denise Justo Panda[2]; Marília de Rosso Krug[3]

RESUMO

Esta é uma pesquisa quantitativa descritiva de caráter diagnóstico com o objetivo de avaliar a percepção de qualidade de vida dos idosos praticantes de atividade física orientada do grupo de convivência Vida e Saúde do município de Tupanciretã – RS. Fizeram parte do estudo 23 idosos de ambos os sexos, na faixa etária de 60 a 81 anos. O programa de atividade física englobou alongamentos, caminhada e exercícios localizados realizados três vezes na semana durante uma hora. O instrumento de pesquisa utilizado foi o WHOQOL-OLD - World Health Organization Quality of Life Group), desenvolvido pela OMS que avalia a percepção da qualidade de vida. Para o tratamento dos dados utilizou-se a estatística descritiva, no SPSS, sendo a pontuação dos escores do questionário realizada com a sintaxe do WHOQOL-OLD. Os resultados evidenciaram que os indicadores Habilidades Sensoriais e Morte e Morrer são os que apresentaram os piores resultados, com maior percentual de idosas nas classificações ruim e médio. Já os indicadores Participação Social; Atividades Passadas, Presentes e Futuras; e Intimidade apresentaram melhores resultados, com maior percentual de idosas nas classificações bom e muito bom. Portanto, este estudo indica que a percepção de qualidade de vida do grupo de idosas avaliadas está classificada em bom e muito bom. Então, esse contexto de convivência cuja finalidade principal é a prática de atividade física parece influenciar de maneira positiva na qualidade de vida das idosas. O estudo aconselha ainda, que atividades físicas que envolvam as habilidades sensoriais devem ser enfatizadas.

Palavras chave: Idosos. Qualidade de Vida. Atividade Física.

ABSTRACT

Perception of quality of life: a study with elderly practicers of oriented physical activity

This is a descriptive quantitative research diagnostic character in order to evaluate the perception of quality of life of elderly practitioners of physical activity oriented the social group life and health of the municipality of Tupanciretã - RS. The subjects were 23 elderly of both sexes, aged 60-81 years. The physical activity program includes stretching, walking and located exercises performed three times a week for one hour. The research instrument was WHOQOL-OLD - World Health Organization Quality of Life Group (WHOQOL Group), developed by WHO to evaluate the perception of quality of life. Data analysis used descriptive statistics in SPSS, and the scores of questionnaire scores performed with the syntax of the WHOQOL-OLD. The study concluded that the indicators Skills Sensory and Death and Dying are those with the worst results, with the highest concentration percentage in bad and average ratings. Regarding the indicators: Social Participation; Activities Past, Present and Future; Intimacy and have better results with higher concentration percentage in the good ratings and very good. Therefore, this study indicates that the perception of quality of life of elderly women group in this study is ranked good or very good. So this context of coexistence whose main purpose is the practice of physical activity seems to positively influence the quality of life of elderly. The study also suggests that physical activity involving sensory skills should be emphasized.

Kaywords: Elderly. Physical Activity. Quality of Life.

INTRODUÇÃO

A população mundial vem envelhecendo gradativamente, o que já permite observar uma transformação demográfica sem precedentes na história da humanidade. “[...] o envelhecimento é um fenômeno biológico, psicológico e social que atinge o ser humano na plenitude de sua existência, modificando sua relação com o tempo, seu relacionamento com o mundo e com sua própria história” (MESQUITA; PORTELA, 2004, p. 01).

O envelhecimento é uma realidade mundial e as projeções para 2050 mostram que o planeta abrigará 21,1% de pessoas idosas segundo a Organização Pan-Americana de Saúde, dados do censo de 2010 (IBGE) mostram o aumento do envelhecimento da população brasileira. Hoje são 14 milhões e estima-se que em 2050 o Brasil alcance 22,5% de sua população com mais de 65 anos (FARIAS, 2011).

O ser humano como um todo sempre se preocupou com o envelhecimento, encarando-o de formas diferentes, assumindo assim, uma dimensão heterogênea. Alguns autores o caracterizaram como uma diminuição geral das capacidades da vida diária, outros o consideram como um período de crescente vulnerabilidade e de cada vez maior dependência no seio familiar. Outros, ainda, veneram a velhice como o ponto mais alto da sabedoria, bom senso e serenidade. Cada uma destas atitudes corresponde a uma verdade parcial, mas nenhuma representa a verdade total (FECHINE; TROMPIERI, 2012).

O envelhecimento humano é um fenômeno de grande complexidade e variabilidade, com dimensões biológicas, sociais e psicológicas, sendo um processo contínuo em que ocorrem alterações ao longo da vida (DANTAS; 2008). Nesse sentido, qualquer política destinada aos idosos deve levar em conta a capacidade funcional, a necessidade de autonomia, de participação, de cuidado, de autossatisfação. Baseando-se nesta afirmação, percebe-se que tudo o que for relacionado ao idoso deve ser planejado de acordo com as suas reais necessidades (VERAS, 2009).

A prática de atividade física regular oferece respostas favoráveis, permitindo assim que possamos envelhecer com saúde. No decorrer dos últimos anos, tornou-se visível o aumento do número de idosos que frequentam academias e espaços destinados à prática de atividades físicas. Hoje sabemos, comprovadamente, que quanto mais ativo for o idoso, menos limitações físicas ele terá. Antigamente, o exercício recomendado para os idosos era preferencialmente o aeróbico, pela influência positiva no sistema cardiovascular. Hoje, exercícios de força são tão recomendados quanto os aeróbicos, e a combinação destes proporciona uma melhora significativa nas dores articulares decorrentes da idade, melhora na flexibilidade e resistência muscular, aumento na resistência aeróbica, além de promover a autoconfiança e melhora na autoestima (AMARAL; POMATTI; FORTES, 2007).

Amaral, Pomatti e Fortes (2007, p. 19 e 20) reforçam que:

Com o avançar da idade, aumenta a probabilidade de aparecimento de enfermidades, cuja prevenção pode ser realizada pela prática regular de atividade física, que, além de retardar ou atenuar o envelhecimento, atua diretamente na promoção da saúde e na prevenção de alguns agravos, tais como distúrbios osteomusculares, doenças cardiovasculares, obesidade, entre outros.

Conforme dados do Centers for Disease Control and Prevention, de Atlanta, mais de 2 milhões de mortes por ano podem ser atribuídas à inatividade física. Isso porque tal fato tem

“[...] repercussão no incremento de doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), incluindo problemas cardiovasculares, câncer e diabetes que corresponderam em 1998 por quase 60% das mortes (71,7 milhões) no mundo. Se forem mantidas as tendências atuais, esse índice alcançaria 73%, em 2020 (MATSUDO; 2002, p. 02).

Devido à sarcopenia, a fragilidade muscular se acentua com o avanço da idade, o que justifica a necessidade de serem criadas estratégias para preservar ou aumentar a massa muscular em indivíduos idosos. Entre as perdas apresentadas pelo idoso, além da fragilidade muscular e óssea, está a instabilidade postural, que ocorre devido às alterações do sistema sensorial e motor, ocasionando uma maior tendência a quedas (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000).

Com o trabalho de força muscular, níveis aumentados de atividade espontânea têm sido observados em mulheres e homens frágeis e muitos idosos saudáveis e independentes. Em estudos realizados por Fiatarone-Singh (1998), relacionando os aspectos antropométricos do envelhecimento e as atividades físicas, compreende-se que o exercício modifica não apenas as alterações de peso, como também a “[...] composição corporal relacionada à idade” (MATSUDO; MATSUDO; BARROS NETO, 2000, p. 61).

Os benefícios das atividades físicas são nítidos, com efeitos antropométricos, metabólicos, cognitivos e psicossociais (MATSUDO, 2009 p. 76), e efeito terapêutico. Sua prática promove melhora no tempo de reação, mobilidade, flexibilidade, reduzindo os riscos de quedas com lesões, melhoria nas reações posturais e na velocidade de andar, o que denotam aumento também na força dos membros inferiores e da coluna vertebral. A OMS (Organização Mundial de Saúde) enfatiza os resultados positivos para a saúde mental dos idosos; ao praticar atividades físicas leves e moderadas, os idosos retardam os declínios funcionais, o que atesta a possibilidade de manterem uma vida mais ativa, com melhora na saúde mental e evitando as desordens (como a demência) (MATSUDO, 2009).

Existem determinantes e condicionantes do processo saúde-doença, e que os mesmos são multifatoriais e complexos. A doença e a saúde formam processos compreendidos como um continuum, vinculados a aspectos econômicos e socioculturais, bem como à experiência pessoal e ao estilo de vida. Melhorar a qualidade de vida implica na mudança de paradigmas e hábitos, o que acarreta em alterações práticas nas políticas de saúde pública, no momento em que as ações assistenciais no sentido da promoção da saúde e na prevenção das doenças se reduzem e/ou modificam (SEIDL; ZANNON, 2004).

Nesse sentido compactuamos com Minayo, hartz e Buss (2000) quando definem qualidade de vida como:

[...] uma noção eminentemente humana, que tem sido aproximada ao grau de satisfação encontrado na vida familiar, amorosa, social e ambiental e à própria estética existencial. Pressupõe a capacidade de efetuar uma síntese cultural de todos os elementos que determinada sociedade considera seu padrão de conforto e bem-estar. O termo abrange muitos significados, que refletem conhecimentos, experiências e valores de indivíduos e coletividades que a ele se reportam em variadas épocas, espaços e histórias diferentes, sendo, portanto, uma construção social com a marca da relatividade cultural (p. 2).

Desde a criação do grupo de convivência Vida e Saúde, no município de Tupanciretã, em outubro de 2009, o número de inscritos para a realização das atividades ultrapassou 550 idosos. No decorrer destes seis anos, a rotatividade se estabeleceu, o grupo recebe o público gratuitamente e hoje em dia conta com a participação de 150 idosos que se distribuem na frequência de três vezes semanais para a prática de atividade física.

Comprovados os diversos benefícios que podem melhorar bem-estar dos componentes, pretende-se, com este estudo, avaliar a percepção de qualidade de vida dos idosos praticantes de atividade física orientada do grupo de convivência do município de Tupanciretã – RS.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

  Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa quantitativa descritiva-diagnóstica (FONSECA, 2002).

Fizeram parte do estudo 23 idosos de ambos os sexos, na faixa etária de 60 a 81 anos. Todos integrava o grupo de convivência Vida e Saúde, localizado no município de Tupanciretã-RS. O programa de atividade física engloba alongamentos, caminhada e exercícios localizados realizados três vezes na semana durante uma hora. O principal critério utilizado para inclusão dos sujeitos neste estudo foi a aceitação através da assinatura do TCLE – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.

O instrumento de pesquisa deste estudo foi o WHOQOL-OLD, desenvolvido pela OMS que avalia a percepção da qualidade de vida. O World Health Organization Quality of Life Group (Grupo WHOQOL) desenvolveu uma escala dentro de uma perspectiva transcultural para medir qualidade de vida em adultos. Considerou como características fundamentais o caráter subjetivo da qualidade de vida (englobando aspectos positivos e negativos), e sua natureza multidimensional. (FLECK; CHACHAMOVICH; TRENTINI, 2003).

 O instrumento é composto de 24 questões que seguem uma escala likert (1 a 5), seccionadas em seis facetas: Habilidades sensoriais; Autonomia; Atividades presentes, passadas e futuras; Participação social; Morte e morrer; e, Intimidade. O cálculo dos escores do WHOQOL-OLD possui algumas particularidades com relação aos demais instrumentos WHOQOL, sendo calculado a partir da seguinte lógica:

  • É verificado se todas as 24 questões foram preenchidas com valores entre 1 e 5;
  • Invertem-se todas as questões cuja escala de respostas é invertida. Em se tratando de facetas em escala invertida, todas as questões pertencentes a estas facetas são invertidas individualmente;
  • Os escores das facetas são calculados de três maneiras diferentes. O escore bruto é calculado a partir da soma de todas as questões pertencentes a cada uma das facetas, retornando um resultado variante entre 4 e 20. O escore padronizado é calculado por meio da divisão do escore bruto da faceta pelo número de questões da faceta (quatro), retornando um resultado variante entre 1 e 5. O escore transformado é calculado a partir da conversão do escore bruto para uma escala de 0 a 100;
  • O escore total do WHOQOL-OLD é calculado, também, de três formas. Através da soma das 24 questões do instrumento é obtido o escore bruto, variante entre 24 e 120. A divisão do escore bruto pelo número de questões do instrumento (24) representa o escore padronizado, variante entre 1 e 5. A conversão do escore bruto para uma escala de 0 a 100 representa o escore transformado (PEDROSO et al., 2011 p. 141-142).

Este estudo foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cruz Alta (CAAE: 46652215.5.0000.5322), conforme especifica a resolução nº 466 de 12/12/2012, (BRASIL, 2012) para estudos com seres humanos. Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

 Para o tratamento dos dados foi utilizado a estatística descritiva, média e o desvio padrão, A pontuação dos escores do questionário foi realizada com a sintaxe do WHOQOL-OLD.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Este estudo se refere à qualidade de vida na perspectiva de idosos participantes do grupo de atividade física Vida e Saúde, localizado no município de Tupanciretã/RS. Primeiramente, os resultados apresentam os indicadores de qualidade de vida utilizados no instrumento aplicado que são habilidades sensoriais, autonomia, atividades presentes/passadas/futuras, participação social, morte e morrer e intimidade, visualizadas na tabela 1, a seguir.

Tabela 1 – Indicadores da qualidade de vida das idosas do grupo de convivência Vida e Saúde, de Tupanciretã-RS, Brasil, 2016.

Indicadores

   Ruim

   Médio

   Bom

Muito Bom

n= 23

n            f%

n             f%

n            f%

n            f%

Hab. sensoriais

8         34,8%

12       52,2%

3         13%

0          0

Autonomia

2         8,7%

11       47,8%

8         34,8%

2          8,7%

APPF

1         4,3%

4         17,4%

12       52,2%

6         26,1%

Part. Social

0          0

7         30,4%

13       56,5%

3          13%

Morte/Morrer

13       56,6%

8         34,8%

2         8,7%

0           0

Intimidade

0           0

1          4,3%

14       60,9%

8         34,8%

 

De acordo com a tabela 1, percebe-se que os indicadores Habilidades Sensoriais e Morte e Morrer são as facetas que apresentam os resultados com maior percentual de idosas nas classificações “Ruim” e “Médio”.

O indicador Habilidades Sensoriais avalia o funcionamento sensorial e o impacto da perda das habilidades sensoriais na qualidade de vida. A capacidade funcional surge como um novo paradigma de saúde para os indivíduos idosos, e o envelhecimento saudável passa a ser visto como uma interação multidimensional entre saúde física e mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e independência econômica (PEREIRA, 2006). O indicador Morte e Morrer relaciona-se à preocupações, inquietações e temores sobre a morte e morrer. Nesse contexto, é importante considerar o fenômeno da morte como um tabu para a sociedade ocidental (COMBINATO; QUEIROZ, 2006).   A compreensão acerca da finitude na perspectiva do idoso, o qual vive o processo de envelhecimento e está na iminência da morte, é um passo importante para fomentar a reflexão, buscando uma forma positiva de lidar com as questões envelhecimento e morte (ZINN; GUTIERREZ, 2008).

Os indicadores Participação Social, Atividades Passadas, Presentes e Futuras e Intimidade apresentam resultados com maior percentual nas classificações “Boa” e “Muito Boa”.

Com relação a Participação Social foi delineada a participação em atividades do quotidiano, especialmente na comunidade. Na terceira idade, cujas características principais, em relação ao comportamento social, são a diminuição das capacidades sensoriais e redução da prontidão para a resposta, outras habilidades podem ser especialmente importantes, tais como as de estabelecer e manter contato social, além de lidar com os comportamentos sociais decorrentes de preconceitos contra a velhice, geralmente expressos através de hesitação (FREIRE, 2000).

As Atividades Passadas, Presentes e Futuras descrevem a satisfação sobre conquistas na vida e coisas a que se anseia. O bem-estar proporcionado pela elaboração e/ou concretização de projetos é traduzido, inegavelmente, com um aumento da autoestima e, consequentemente, na melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas. Os projetos futuros podem também se constituir como uma condição importante para o aumento da qualidade de vida na terceira idade, porque é uma forma de dar sentido à existência dos indivíduos (como seres que mantêm suas faculdades mentais ativas, capazes de poder projetar e concretizar seus desejos) (MOREIRA, 2000).

A Intimidade avalia a capacidade de se ter relações pessoais e íntimas, a importância dos relacionamentos sociais para o bem-estar físico e mental na velhice. Embora a solidão se torne uma ocorrência mais possível na velhice, pode-se envelhecer sem solidão ou isolamento (CAPITANINI, 2000).

A Autonomia refere-se à independência na velhice e, portanto, descreve até que ponto se é capaz de viver de forma autônoma e tomar suas próprias decisões. A população idosa apresenta maior propensão a comprometimentos físicos e mentais, principalmente doenças crônico-degenerativas, por conta de uma série de fatores relacionados ao processo do envelhecimento. Essas doenças crônicas representam uma das principais causas de incapacidade funcional e correspondem à maior parte dos gastos no setor de saúde, já que respondem pela maior parcela de atendimentos (ALMEIDA et al.,2002).

A qualidade de vida na velhice tem sido associada a questões de independência e autonomia, e a dependência do idoso resulta das alterações biológicas (incapacidades) e de mudanças nas exigências sociais (SOUSA, GALANTE; FIGUEIRO, 2003).

O instrumento utilizado foi o WHOQOL-OLD, modificado para pessoas idosas, com o objetivo de avaliar e comparar a qualidade de vida de idosas residentes em ambientes urbano e rural. A amostra foi constituída de 30 mulheres, com idade igual ou superior a 60 anos. Constatou-se que o fato de residir em regiões geograficamente diferentes não interferiu nos níveis de qualidade de vida. Recomenda-se a realização de outros estudos, a fim de complementar e comparar os resultados de qualidade de vida com idosos de outras regiões, na perspectiva de obter uma classificação qualitativa da qualidade de vida da população idosa com diversas características sócio demográficas e culturais. (ALENCAR et al., 2010)

Na tabela 2 encontram-se os resultados da qualidade de vida geral das idosos entrevistadas.

Tabela 2: Qualidade de vida geral das idosas do grupo de convivência Vida e Saúde, Tupanciretã-RS, Brasil, 2016

 

n = 23

Qualidade de Vida

                     n                                             f%

Boa

12

52,2%

Muito Boa

11

47,8%

 

 

 

 

 

 

Com base nos resultados encontrados, a qualidade de vida geral das participantes ficou classificada entre bom e muito bom. Nesse contexto, o estudo parece indicar que o grupo de convivência está proporcionando o convívio social e o envelhecimento ativo, preservando as capacidades e o potencial de desenvolvimento do indivíduo idoso, resultando na melhoria da qualidade de vida e dos indicadores que determinam o envelhecimento saudável.

Tendo em vista a variabilidade do conceito de qualidade de vida e sua subjetividade, com o propósito de se orientar as políticas para um envelhecimento bem sucedido, parece imprescindível conhecer o que, para a maioria dos idosos, está relacionado ao bem estar, à felicidade, à realização pessoal, enfim, à qualidade de vida nessa faixa etária (VECCHIA et al., 2005).

Com o aumento geral da sobrevida da população, torna-se importante garantir aos idosos não apenas maior longevidade, mas felicidade e satisfação com a vida.

CONCLUSÃO

Com o objetivo de avaliar a percepção de qualidade de vida dos idosos praticantes de atividade física orientada do grupo de convivência do município de Tupanciretã – RS o estudo concluiu que os indicadores Habilidades Sensoriais e Morte e Morrer são as que apresentam os piores resultados, com maior percentual nas classificações ruim e médio. Já os indicadores Participação Social; Atividades Passadas, Presentes e Futuras; e Intimidade apresentaram melhores resultados, com maior percentual nas classificações bom e muito bom.

A percepção de qualidade de vida geral do grupo de idosas avaliadas nesse estudo ficou classificada em boa e muito boa o que pode estar diretamente relacionada com a participação no grupo de convivência cuja finalidade principal é a prática e atividade física.

REFERÊNCIAS

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[1] Acadêmica do curso de Educação Física Bacharelado UNICRUZ, m.eduardagm@hotmail.com

[2] Professora Drª do curso de Educação Física da UNICRUZ, dpanda@unicruz.com.br

[3] Professora Drª. do curso de Educação Física UNICRUZ, mkrug@unicruz.com.br

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