18/03/2019

PEDAGOGO: MERO TRANSMISSOR DE CONHECIMENTO OU ETERNO EDUCADOR?

PEDAGOGO: MERO TRANSMISSOR DE CONHECIMENTO OU ETERNO EDUCADOR?

Ozinei dos Santos Chavas1

1 - Licenciado em Pedagogia pela Faculdade Estácio do Amazonas da cidade de Manaus. E-mail: ozinei.chaves@gmail.com.

                                                    

           O pedagogo é considerado o profissional habilitado a atuar como docente em níveis de Educação Básica, sua formação se perpetua em cursos de graduação em Pedagogia, sendo que sua atuação se amplia a gestão, supervisão, orientação, coordenação escolar, como também, em espaços não formais, a saber: hospitais, presídios, empresas, ONGS, Organizações e Movimentos Sociais, Instituições ou Centros Sociais e Culturais. Nessa linha Gohn (2010) define esse profissional como "educador (a) social", "pedagogo social" no campo da Educação Não Formal. 

         O que diferencia um transmissor de um educador é a postura que cada um toma frente ao processo em que estão inseridos. O transmissor apenas se interessa em repassar conhecimentos sem abrir momentos de discussões em sala de aula. Já o educador possui uma postura de integração e mediação do seja qual o ambiente que se encontra.

         Quando se discute essa questão percebe-se que na atual conjectura educacional brasileira ainda existem paradigmas do tipo "professores que parraram no tempo" "professores que não acreditam mais no poder de transformação que a educação pode fazer com uma pessoa" "professores que não se preocupam em preparar o aluno para os desafios do futuro". É preciso quebrar esses paradigmas e passar acreditar na mudança, só que a mudança inicia na prática e na vivência de cada profissional que decide fazer parte desse processo.

        Para isso, o pedagogo que possui uma postura de educador de verdade automaticamente, ele quebra esse laço de negatividade, de conformismo, pessimismo e de reprodução do conhecimento, aliás, ele encara o processo como realismo, paixão, determinação, vontade, competência e reflexão crítica, entendendo que a tarefa de ser educador não é algo fácil nessa atual sociedade que exige e cobra da escola, do gestor, do pedagogo e do professor.

      Ser educador nesse modelo educacional é muito mais do que transmitir conhecimentos, é fazer com que o aluno construa e reconstrua seu próprio conhecimento impulsionando-o a apreender aquilo que se tornou conhecido. Nessas ideias Freire (2015) diz que o ato de ensinar não é o de transferir conhecimento, mas o de criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.

       Isso nos faz compreender que o educador deve ter a consciência que atuando no seu ambiente de trabalho ele precisa ser e estar sensível a todos os questionamentos que porventura surgirem no espaço escolar. Sendo assim, o momento de sala de aula necessita de problematização, aonde os alunos venham a pesquisar, investigar suas curiosidades.

        O eterno educador é aquele que leva em consideração os conhecimentos prévios, as vivências, as experiências e as histórias que cada um carrega ao longe de sua trajetória de vida. O educador possui sempre uma postura de avaliar e reavaliar sempre sua prática pedagógica, suas ações devem ser pautadas na contestação da própria educação, além de atuar como agente de transformação, problematizador, mediador, facilitar e agente reflexivo.

        Uma prática docente pautada numa perspectiva educadora direciona-se no desenvolvimento das capacidades, habilidades e potencialidades dos educandos. Ser um mero transmissor de conhecimento é apenas se importar em repassas informações e conteúdos. Ser um eterno educador é ir muito além dos meios e recursos que estar ao seu alcance, como se ultrapassasse as fronteiras do conhecimento, mas acima de tudo, o de fazer discípulos deixando o legado do verdadeiro significado do SER e do FAZER pedagogia nessa geração.

 

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 50 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2015.

 

GOHN, Maria da Glória. Educação não formal e o educador social: atuação no desenvolvimento de projetos sociais. São Paulo, 2010.

 

SUGESTÕES DE LEITURA

 

LIBÂNEO, José Carlos. Pedagogia e Pedagogos, para Quê? São Paulo, Editora Cortez, 2005.

 

SARAIVA, Emerson; SOUZA, Kelly. Eu, Tu, nós: olhares sobre a educação. Manaus, Valer, 2006.

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