08/02/2018

Paralogismo

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

    O conhecimento nos liberta das amarras do preconceito e das opiniões embasadas em apenas um de nossos sentidos, entretanto, muitos enveredam pela seara do paralogismo que e um raciocínio falaz, que é o mesmo que falso, embora este tenha aparência de verdadeiro.
Como dizia o físico, matemático e filósofo René Descartes “os nossos sentidos nos enganam algumas vezes” e percebendo isso, cabe a nós educadores sermos sensatos e analisarmos realmente se não estamos sendo enganados por eles.
    Silva e Oliveira, no artigo Os Sentidos em Descartes: Fonte de Erro ou de Conhecimento, publicado pela Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 1, p. 97-103, 2009, citam o próprio Descartes em uma de suas falas, quando esclarece que “tudo o que recebi, até presentemente, como o mais verdadeiro e seguro, aprendi-o dos sentidos ou pelos sentidos: ora, experimentei algumas vezes que esses sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez”
Como educadores, cabe-nos perceber que a questão do filósofo era a seguinte: Se os sentidos são fontes de erro e enganação como posso confiar neles?
Sem este questionamento, muitas escolas tem servido de rumores para inverdades, e estas inverdades algumas vezes podem ser derrubadas mediante a uma postura ética, entretanto falta isso em muitos gestores, e consequentemente, estes deixam com que estas inverdades virem verdadeiros paralogismos.
Escola é um ambiente onde se encontra de tudo em relação ao ser humano, como mesquinharia, vaidade e tudo aquilo que diverge da educação, mas se analisarmos, o local é o ideal para que isso ocorra, pois será neste ambiente que acontecerá o processo educativo.
O problema é que muitas vezes estes sentimentos vis são oriundos dos próprios educadores (professores, funcionários, etc), pessoas que deveriam ser exemplos, mas que por algum desvio de caráter e/ou alguma frustração, preferem simplesmente destoar da verdadeira educação.
Obviamente somos seres em processo de aprendizagem, apesar disso, poucos se esforçam para aparar as arestas e ter assim, um bom convívio com a sociedade.
Somos educadores e somos formadores de opinião, mas como trabalhar ética, moral, respeito se pregamos justamente o contrário?
Certa vez, em conversa com uma professora, me foi dito que a pedagoga de sua escola é de uma maledicência até mesmo assumida pela própria, ao em bom tom dizer a esta professora “eu não tenho caráter, faço qualquer coisa se for preciso”. Imagine como isso soa mal vindo de uma pedagoga em um ambiente escolar?
Interessante é perceber realmente a pertinência na fala de Harari em seu livro Sapiens - Uma Breve História da Humanidade. 18 ed. Publicado pela L&PM em 2016, quando elucida que uma das teorias para evolução da linguagem singular se deu como meio de partilhar informação sobre o mundo, mas as “informações mais importantes que precisavam ser comunicadas eram sobre humanos, e não sobre leões e bisões. Nossa linguagem evoluiu como uma forma de fofoca”.
Interessante esta observação e a mesma mostra o quanto somos maledicentes no próprio ambiente escolar, sendo assim, como educarmos nossos alunos se ao menos somos referência?
Cabe aqui uma observação... Mesmo se vivêssemos no país perfeito, ao qual fosse destinado à educação boa verba, ótimos livros didáticos, cursos de formação e toda infraestrutura de país de primeiro mundo, acabaríamos esbarrando na variável educador, no quesito caráter, porque caráter não se ensina em cursos

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×