Para Além dos Muros da Escola
PARA ALÉM DOS MUROS DA ESCOLA
Por Claudinei Zagui Pareschi
O Texto: Tecnologia Social e Educação: para além dos muros da escola analisa as relações entre Educação e Tecnologia Social. A tecnologia é muito mais que computadores, sobretudo quando se trata de educação. Trata-se do conhecimento aplicado de modo consciente e crítico, como por ex. as tecnologias de comunicação e expressão e os meios utilizados para ajudar a solucionar os problemas do dia-a-dia.
Na educação, como seu problema é como formar cidadãos para a autonomia e para o bem conviver, ela precisa criar meios para a conscientização das pessoas para que as mesmas assumam seus papéis. Muitas vezes a preocupação não é em formar a pessoa como um todo e sim formar profissionalmente, “pessoas capazes de realizar bem seus ofícios” (PASSONI, LAGE, 2007. p. 18).
A tecnologia na educação deve ser usada como meio e não com fim em si mesma. O mais importante é a maneira como as pessoas se relacionam nesse processo, é a interação. As tecnologias ajudam a potencializar as interações entre educadores e educandos, entre educandos entre si, entre educadores entre si, entre educadores e gestores, pais e professores, etc. A educação depende dessa interação entre as pessoas. O texto também cita a importância de os professores repensarem suas práticas para poder se adaptar aos novos alunos e ao novo contexto.
Para os autores, no Brasil, a educação passou a ser percebida como um direito humano. Após a Constituição de 1988, houve a preocupação com a universalização do ensino público e a erradicação do analfabetismo. Houve a criação de mais vagas nas escolas e mais pessoas tiveram acesso à escola. No entanto, não houve a preocupação com a realidade vivida da população e sim com a sistematização de conteúdos sem sentido para os estudantes que, normalmente levam a culpa pelo fracasso escolar. De fato, para facilitar o desenvolvimento do sistema, fez-se necessário investir em qualidade de ensino e formação de professores. Também, criou-se mecanismos para medir a qualidade de ensino por meio de avaliações como o SAEB, Prova Brasil, Enem.
Por fim, entende–se por meio das reflexões dos autores que as tecnologias educacionais consistem em “técnicas, aparatos, utensílios com potencial de utilização no desenvolvimento e apoio nos processos educacionais, seja para realiza-los ou para a melhoria da sua qualidade” (PASSONI, LAGE, 2007. p. 25), portanto, podendo ser usada para proporcionar a busca de uma educação inclusiva e democrática em detrimento de outras estratégias excludentes, fora da realidade dos professores e alunos. Com certeza repensar a prática pedagógica docente é uma premissa importante para atingirmos uma educação inclusiva e de qualidade, já que não podemos pensar na tecnologia somente como mero aparato de transmissão de conhecimentos e sim como meio para levar o estudante a refletir e se tornar um cidadão consciente e crítico de sua realidade. Esse tipo de ensino, além de demandar das pessoas recursos financeiros para acesso à tecnologia, demanda também de autonomia e maturidade dos alunos para se dedicarem ao estudo, o que se torna um grande desafio para que a educação mediada pelas tecnologias atinjam seu objetivo. O texto também cita que um dos objetivos da educação é ensinar valores para que as pessoas possam viver bem em sociedade e responder aos desafios próprios de seu tempo, bem como ajudar na socialização. Embora muitos educadores não saibam disso, acabam cumprindo seu papel indiretamente quando dialogam e interagem com os alunos. Com as tecnologias na educação perde-se um pouco desse contato pessoal com o professor, que é uma referência para a criança e corre-se o risco, se as tecnologias não forem usadas com consciência crítica, dos alunos perderem essa referência e não se desenvolverem socialmente.
REFERÊNCIAS
PASSONI, Irma; LAGE, Laércio Gomes. Tecnologia Social e Educação: para além dos muros da escola. Conhecimento e Cidadania 3. Instituto de Tecnologia social. Outubro de 2007.