29/06/2017

Ousar na Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            È preciso ousar na educação. Fazer o aluno acreditar em seu sonho e criar formas de realizá-lo através da transformação que o ato de educar implica.

            Como diz uma música de Oswaldo Montenegro intitulada “Mudar Dói, Não Mudar Dói Muito” pode-se perceber que a mudança se faz necessário, pois precisamos muitas vezes sair da zona de conforto e ousar.

            O cantor e compositor é enfático logo no começo da música quando diz “Não pense que o mundo acaba ali onde a vista alcança. Quem não ouve a melodia acha maluco quem dança”, e assim tem que ser a educação. Ela não pode acabar com a saída do aluno da escola. Deve ser um eterno devir.

            Isso nos remete ao Livro Fernão Capelo Gaivota, publicado em 1970, em que o autor Richard Bach conta a história de uma gaivota que tinha um sonho diferenciado das outras gaivotas.

            Assim tem que ser a nossa vida. Temos que pensar e agir fora de nossa caixa, ou seja, em uma estatística seríamos a dispersão em torno da média, ou seja, o desvio padrão. Não seguiríamos a grande massa e talvez, correríamos o risco de sermos ridicularizados por ela.

            Apaixonamo-nos pelo novo e nos fascinamos com ele a ponto de nos extasiarmos, o que implicará na exclusão da grande massa e assim como capelo, não se contentar com migalhas e restos, com isso, alçamos vôos mais altos e desenvolvemos novas aptidões que nos faz não diferentes, mas especiais.

            Ousamos na fuga desta seara de uma educação árida, para mostrar que a semente é boa e a terra é fértil, o que está errado é simplesmente o procedimento utilizado pelo sistema.

            Estamos cientes disso porque somos exemplos vivificados do quão é verdade. Somos verdadeiros loucos e muitas vezes humilhados e machucados pela sociedade que é ingrata com as mudanças.

            Mesmo só, encontramos outros que também estão só em sua ousadia, e assim, como capelo, não fazemos mais parte de um exército de um homem só. Somos um grupo de professores a levar este sonho a quem quer ousar e sair desta inércia imposta por este sistema manipulador.

            Com essa ousadia, aprendemos que nosso limite está unicamente em nós mesmos e no que acreditamos, logo, estamos sempre quebrando barreiras e criando outros limites para serem superados.

            O horizonte do céu será apenas o nosso norte e os que ridicularizaram pelas ousadias, serão os seguidores, pois se tais mudanças foram boas para nós, porque não seria para eles?

            Assim precisa ser a educação. Ousada e transformadora.

            De acordo com Herbert de Souza em um artigo publicado na Folha de São Paulo em 20 Setembro de 1993, a mudança se deu primeiro na cultura, pois de acordo com este exemplar sociólogo, “foi o mundo da cultura que primeiro aceitou o desafio de mudar. De criar um outro Brasil. Sem pobreza e sem a arrogância dos ricos. Sem a miséria, definitivamente. Um Brasil totalmente simples, mas radicalmente humano”, e agora cabe a educação também fazer essa mudança.

            A educação não acabará com as diferenças, pois por sermos seres ímpares, necessitamos conviver com diferenças e aprender com elas. A educação visa acabar com as desigualdades, pois ela é sinônimo de privação.

            E somente os professores que ousam acreditam na fé pedagógica, pois de acordo com Durkhiem (1904) citado por Baudelot (1991) no texto A sociologia da Educação: para que? In: Teoria & Educação, nº. 3, Porto Alegre, diz que uma fé pedagógica é a própria alma do corpo que ensina, e precisamos ensinar nossos educandos a ousar e a sair da grande massa.

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