21/03/2021

O Senso Comum e o Fato Científico

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MARCOS STAUB – Acadêmico em Psicologia

 

Quando fazemos ciência abstraímos a realidade para transformá-la em objeto de investigação e assim compreendê-la melhor, ou seja, nos afastamos do senso comum. Imaginemos a abstração de Arquimedes para formular a lei do empuxo (fato científico) ao observar que ao tentar mergulhar o “patinho de borracha” este recebe uma força vertical de baixo para cima proporcional ao seu peso e sua massa. Este fato é observado, e testado por toda e qualquer criança que esteja tomando banho em uma banheira sem que se preocupe com complexos cálculos para descobrir qual o volume de liquido é deslocado durante o processo (senso comum). Da mesma forma sabemos que um objeto arremessado para fora da janela irá cair sem nos preocuparmos com os princípios da lei da gravidade, ou que o café permanecera quente por algum tempo na garrafa térmica mesmo sem conhecermos os princípios da termodinâmica.  

O senso comum frequentemente se apropria do conhecimento científico. Quando falamos que alguém é neurótico ou complexado estamos usando, ainda que de modo precário, termos da psicologia científica. Um campo de estudo é reconhecido como científico desde que tenha: delimitação do objeto de estudo, os dados obtidos devem permitir sua verificação e validade possibilitando, assim, a reprodução da experiência. O saber científico deve poder ser obtido, verificado, transmitido, utilizado e desenvolvido. Como se sabe o objeto de estudo da psicologia é a psique humana, que por sua subjetividade por vezes dificulta a verificação e validação dos dados, pelos parâmetros métricos da ciência moderna. Para os que atacam a psicologia como ciência a subjetividade é o alvo de predileção. Por que não questionar os parâmetros de eleição aos critérios da ciência, quando se trata de um objeto de estudos, que precede todos os demais, que é a natureza humana?

 

MARCOS STAUB,   EM 27/02/2020

PSICOLOGIA, CIÊNCIA E PROFISSÃO

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