O que é e por quê é importante a Triagem Neonatal?

A triagem neonatal engloba uma série de exames, considerados obrigatórios e essenciais para o recém-nascido.
Através desses exames, é possível identificar e iniciar o tratamento de uma série de doenças.
Existe uma versão da triagem neonatal coberta pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo essa triagem obrigatória e também existem outras versões da triagem neonatal, as quais abrangem um número maior de doenças a serem investigadas.
Vamos saber mais sobre a triagem neonatal. Confira!
O que é a triagem neonatal?
São alguns exames obrigatórios no recém-nascido, os quais permitem verificar a presença de doenças e já encaminhar para o tratamento adequado.
Esse foi um programa instituído pelo Ministério da Saúde, com o nome Programa Nacional de Triagem Neonatal, em 06 de Junho de 2001.
Os exames que compõe a triagem neonatal são:
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Teste do pezinho;
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Da orelhinha;
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Do coraçãozinho;
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Do olhinho;
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Da linguinha.
Por que a triagem neonatal é importante?
Todos os exames obrigatórios da triagem neonatal são muito importantes, visto que são exames focados no diagnóstico e na prevenção.
São exames que procuram o diagnóstico de doenças, as quais necessitam de tratamento imediato, para que o bebê tenha uma vida melhor.
Vamos descrever em maiores detalhes quais são os exames que compõem a triagem neonatal.
1. Triagem pelo teste do pezinho
Existem algumas versões do teste do pezinho, conforme as doenças que ele investiga. Para o SUS, é coberto o teste do pezinho básico, obrigatório e feito em todo território nacional.
Através do teste do pezinho, é possível analisar a presença/ausência de doenças. As doenças analisadas pelo teste do pezinho básico são:
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Fenilcetonúria;
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Fibrose cística;
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Hiperplasia adrenal congênita;
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Hipotireoidismo congênito;
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Deficiência de biotinidase.
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Fenilcetonúria
O exame para detectar a fenilcetonúria verifica se o recém-nascido não possui uma enzima capaz de quebrar o aminoácido fenilalanina.
Com isso, o aminoácido fenilalanina não consegue ser quebrado em tirosina, acumulando-se no corpo. Se não identificada, a doença pode levar à convulsões, déficit intelectual, microcefalia, dentre outras alterações.
A fenilcetonúria é uma doença genética tratável, com dieta restrita, que se feita desde tenra idade, a criança poderá ter uma vida considerada normal. Daí a importância do diagnóstico precoce através da triagem neonatal.
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Fibrose cística
É também uma doença genética rara, que faz com que as secreções produzidas pelo organismo sejam espessas e pegajosas, aumentando infecções, levando à tosse também.
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Hiperplasia adrenal congênita
Mais uma doença genética hereditária identificada pelo teste do pezinho. Afeta as glândulas suprarrenais, mas a criança pode levar uma vida normal, quando feito o diagnóstico adequado e o tratamento.
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Hipotireoidismo congênito
Como o próprio nome indica, causa o baixo funcionamento da glândula tireóide. É possível o diagnóstico através do exame dos hormônios T4 e TSH do sangue do bebê.
Sem o diagnóstico, há danos ao crescimento da criança, caso o tratamento não seja instituído.
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Deficiência da biotinidase
Doença hereditária na qual há deficiência da enzima biotinidase. Assim, o organismo do recém-nascido não consegue absorver adequadamente a biotina, uma vitamina existente nos alimentos de uma dieta normal.
2. Triagem auditiva: teste da orelhinha
É possível identificar no recém-nascido problemas de audição, como a surdez, através do teste da orelhinha.
Dessa forma, o teste da orelhinha é considerado uma triagem auditiva e é obrigatório nas maternidades.
3. Teste do coraçãozinho
Já o teste do coraçãozinho engloba a colocação de um oxímetro, um aparelho colocado no pulso do bebê, usado para verificar a taxa de oxigenação do sangue.
Qualquer resultado considerado suspeito leva ao pediatra neonatal a solicitar um ecocardiograma. Mas, com resultados de oximetria dentro da faixa normal, significa que o coraçãozinho do bebê está funcionando adequadamente.
4. Teste do olhinho
Aqui, o objetivo é verificar a capacidade visual do recém-nascido, testando o nervo óptico através de reflexos.
Com isso, o pediatra neonatal consegue fazer uma triagem da capacidade visual e detectar, de maneira precoce, doenças como glaucoma e catarata.
5. Teste da linguinha
Esse é o teste no qual já se observa o freio lingual. É um exame sempre feito, embora não seja considerado de triagem nacional propriamente dita, uma vez que não engloba uma doença, mas sim uma má-formação.
Em situações em que o freio lingual não está corretamente posicionado, o bebê tem grandes dificuldades de deglutição e em conseguir ser amamentado.
Assim, o teste da linguinha, feito na maternidade, pode evidenciar a necessidade de uma cirurgia de freio lingual, algo simples, mas que já soluciona o problema.
Dessa forma, o bebê conseguirá se alimentar, deglutir e falar adequadamente.
Com todos esses exames, a triagem neonatal é capaz de identificar doenças e encaminhar o recém-nascido para o tratamento. Quanto mais cedo o tratamento for instituído, melhor para a criança no futuro.
Atualmente, bebês que possuem sintomatologia na maternidade são submetidas ao teste de COVID. Da mesma forma que em adultos, é realizado o exame PCR nos bebês e quando é dado um resultado positivo, esse número é contabilizado nas secretarias estaduais de saúde.
Porém, esse teste é realizado somente quando há algum sintoma presente no recém-nascido.
Agora você já sabe da importância da triagem neonatal e como ela ajuda na vida futura dos bebês.