30/07/2025

O que a Educação Pode Aprender com Madiba

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Estudar um pouco de história nos livra de falas imbecis como as feitas por um senador que comparou seu pai (ex-presidente) com Nelson Mandela.

Tal fala chega a ser uma afronta a história isso por causa da representatividade que Mandela teve na geopolítica.

Mandela, também conhecida como Madiba ou “Tata” foi Prêmio Nobel da Paz em 1993, por ter sido um líder africano que, em plena efervescência do apartheid e com tudo para criar uma rebelião racial, simplesmente resolveu trilhar pelo caminho do amor e da paz.

Com suas falas pontuais, sendo uma, afirmando não haver caminho fácil para a liberdade, Nelson Rolihlahla Mandelam foi um ícone não apenas para o seu país África do Sul, mas para todo o planeta.

Assim como Paulo Freire, Nelson Mandela também acreditava na educação, afirmando ser a educação a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.

Interessante observar que sua fala se deu em plena luta pela igualdade contra a segregação racial, reconhecendo a educação como meio de empoderamento e mudança social, e como afirma Marra (2025)[1], a luta de Mandela estava relacionada aos “desafios enfrentados para a montagem de um Estado democrático antirracista e não sexista”.

Para Mandela, a ação da educação, rompe barreiras, promove justiça social e propicia a criação de um mundo mais jutos e igualitário, isto é,

Cabe observar que este texto não se trata de uma biografia, visto que estas singelas linhas não seriam suficientes para explicitar o quão gigante foi Nelson Mandela, mas para fazer um simples esboço de sua grandiosidade como ser humano.

Outra fala que ficou acrônica foi sobre coragem. Para Mandela coragem “não é ausência de medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que não sente medo, mas aquele que conquista por cima do medo”.

Mandela teve vários infortúnios e jamais instigou seu povo a uma luta para tirar proveito, na verdade ele foi uma pessoa resiliente e acreditou no poder do amor, pois jamais abandonou seu povo afirmando que “quando penso no passado, no tipo de coisas que me fizeram, sinto-me furioso, mas, mais uma vez, isso é apenas um sentimento. O cérebro sempre domina e diz-me: tens um tempo limitado de estada na Terra e deves tentar usar esse período para transformar o teu país naquilo que desejas”, e assim o fez.

Trata-se de um passado triste, enfrentando 27 anos de sofrimento físico e psicológico como trabalho forçado, condições de vida precária e constante ameaça à sua vida.

Ele foi condenado a prisão perpétua em 1964, acusado de sabotagem e dentre outros crimes que eram contra o regime segregacionista e sexista, todavia, foi libertado em 1990 devido a fatores como: forte pressão internacional por se tratar de um preso político; crescente instabilidade interna com protestos e violência com o governo da época; mudança de postura do governo já que sobre pressão o governo viu a necessidade de negociar com o CNA e reconhecer a necessidade de reformas e não menos importante que as demais, o reconhecimento de Mandela como líder, tendo assim sua libertação como um marco histórico que inspirou movimentos por justiça social em todo o mundo.

Então, quando um senador do Brasil compara dois governos tão distintos (Nelson Mandela x Bolsonaro) e como colocar água e óleo no mesmo pote. De um lado, um homem que lutou pela igualdade, justiça social, paz e educação e do outro tivemos um governo que instigou seu povo a um golpe pregando ódio, mentira, difamação, injúria.

Tal comparação demonstra duas coisas: ou trata-se de um ato de desespero para sensibilizar sua massa de manobra com feitos jamais realizados pelo governo Bolsonaro ou sua plena ignorância e conhecimento raso sobre a história.

Assim sendo, que sigamos sempre o exemplo de Mandela, mesmo que tendo todo motivo para odiar quem o prendeu, resolveu se dar para uma causa maior que era o bem estar de seu povo.

 

[1] MARRA,  Emanuel Camilo de Oliveira. Revista Caderno Pedagógico – Studies Publicações e Editora Ltda., Curitiba, v.22, n.4, p. 01-24. 2025.

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