03/01/2019

O psicopedagogo e as dificuldades de aprendizagem lógico-matemáticas

Arcelita Koscheck

 

Resumo: São diversas as áreas quem vem se preocupando com as crianças e adultos que apresentam Dificuldades em Aprendizagem Matemática, percebe-se as inúmeras dificuldades dos alunos em resolver cálculos matemáticos. Dessa forma o presente trabalho tem por objetivo desenvolver um referencial teórico que auxilie os professores a compreender os elementos que dificultam a aprendizagem dos alunos, destacando a Discalculia, pois a mesma afeta as condições de desenvolvimento cognitiva do aluno, impedindo que tenha melhor construção de ações que possam facilitar sua aprendizagem. Dada a importância do assunto, considero importante contribuir com os professores e profissionais da área da educação, sobre tudo da área matemática, relacionando o psicopedagogo com tais dificuldades, de maneira que possam dar a devida atenção aos alunos e professores, identificando e sugerindo ações que possam fortalecer vínculo entre professor-aluno.

Palavras-chave: Dificuldades. Aprendizagem. Discalculia. Professor - aluno.

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.. 07

 

1 O PSICOPEDAGOGO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DOS CONTEÚDOS LÓGICO - MATEMÁTICAS.. 08

1.1 A APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES.. 08

1.2 DIFICULDADE NO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA.. 09

 

2 O CONHECIMENTO LÓGICO - MATEMÁTICO E A DISCALCULIA.. 09

2.1 A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO - MATEMÁTICO.. 09

2.2 A DISCALCULIA.. 11

2.3 COMO ENFRENTAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM DISCALCULIA.. 11

 

3 A IMPORTANCIA DAS RELAÇÕES PROFESSOR-ALUNO...... 13

 

CONCLUSÃO.. 16

 

REFERÊNCIAS.. 17

INTRODUÇÃO

 

                            Atualmente a educação brasileira vem sendo incentivada através de projetos, com o intuito de aumentar a escolaridade das pessoas, mas sabemos que nem sempre foi tratada com seriedade. Desta forma os índices de desempenho escolar no Brasil, em aspectos como a leitura, conhecimentos matemáticos são muito baixos se comparados com outros países do mesmo nível econômico.

                            Temos bastante deficiências e dificuldades a serem tratadas na nossa educação, dentre elas as dificuldades de aprendizagem em relação ao conhecimento lógico – matemáticos, que será tratado neste trabalho, sendo a Discalculia a principal dificuldade destacada. É neste contexto que o Psicopedagogo possui papel fundamental, interferindo no auxílio para a superação destas dificuldades, através da relação entre professor/aluno de forma amigável, ainda por meio de atividades lúdicas que incentivem o processo de construção do conhecimento e da aprendizagem lógica-matemática.

                            Sabemos que a matemática constitui uma ferramenta de extrema importância para as pessoas. Usamos no nosso dia a dia desde o momento em que acordamos, até a hora de dormir, estamos envolvidos com a matemática de alguma forma, para realizar cálculos que estão presentes no nosso cotidiano.

                            Na sala de aula, constata-se uma enorme dificuldade dos alunos, relacionados a capacidade de resolver problemas matemáticos e as certas habilidades com cálculos, dessa forma tornando uma necessidade crescente em ter um conhecimento maior sobre as dificuldades que afetam a aprendizagem escolar.

                            De acordo com o contexto, toda a pesquisa e reflexão proposta neste estudo tem como objetivo fazer levantamento das concepções, fatores, teorias que detectam e demonstram o surgimento da discalculia, para uma melhor compreensão deste tema, que cada vez mais preocupa a vida escolar das crianças e causa tanta preocupação a toda comunidade escolar. A pesquisa possui ainda como objetivo trazer algumas formas de intervenções junto as crianças com discalculia através, de um bom relacionamento entre professores e alunos, jogos, uso das tecnologias e acompanhamento dos familiares no desenvolvimento da aprendizagem das crianças.

 

1O PSICOPEDAGOGO E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DOS CONTEUDOS LÓGICO – MATEMÁTICAS

 

  1. A APRENDIZAGEM E SUAS DIFICULDADES

 

                            Desde o momento em que o ser humano nasce, esta constantemente recebendo  estimulos, na qual ocorre o processo de aquisição de conhecimento por meio de aprendizagens. Sendo que a necessidade da aprendizagem é algo inerente a qualquer individuo desde o seu nascimento, não importando o grau de capacidade ou de dificuldade que pode apresentar.

                          A criança vai construindo seu saber no dia a dia, ao observar em seu meio coisas com as quais convive, desenvolvendo assim sua aprendizagem. É praticamente impossivel definir o conceito tão amplo sobre a aprendizagem, a ciência tem levantado algumas teorias, mas ainda não foram capazes de responder com total certeza sobre o que realmente se passa no cérebro de uma pessoa quando ela aprende alguma coisa.

                          Pelo fato de sermos diferentes uns dos outros, é possível que durante o processo de aprendizagem, ocorrem modificações no sistema nervoso, mas ainda não foi possível detectar, sendo que cada indivíduo reage de forma diferente a cada ação. Segundo José (2004, p.12), “...pela impossibilidade de observação direta, a aprendizagem é constatada e estudada de maneira indireta. Ela é estudada através dos efeitos que ela causa no comportamento”.

                            É preciso analisar cada indivíduo, para ser possível caracterizar um conceito de aprendizagem. Dessa maneira, a aprendizagem é vista como um processo de mudanças de experiências anteriormente adquiridas, já que cada experiência acrescenta ao sujeito novos saberes, e esses saberes são novas aprendizagens a que influencias na vida do mesmo, trazendo novas experiências, aperfeiçoando os conhecimentos.

                            Dentro desse contexto do apender, encontramos as dificuldades de aprendizagem, que por sua vez são uma constante preocupação para os professores, equipe gestora e de toda a comunidade escolar. Sendo que dificuldades dos alunos são cada vez mais presentes na escola, pois os alunos demonstram dificuldades nas mais variadas situações de aprendizagem e, por consequencia apresentam fracassos em suas apendizagens, desde a alfabetização, principalmente nas primeiras séries do ensino fundamental.

       Quando a criança apresenta dificuldades em sua aprendizagem, automaticamente sente-se desmotivada, e passa por um processo de regresso, trazendo assim a sua vida escolar inumeras dificuldades resultantes de outras.

1.2DIFICULDADE NO APRENDIZADO EM MATEMÁTICA

                    Observa-se que uma das grandes dificuldades de aprendizagem mais questionada pelos pais, apresenta-se na disciplina de matemática, na qual, essa área de aprendizagem para muitos é considerada um desafio a ser superado, alguns desses alunos criam um certo trauma e na maioria das vezes pode contribuir para o fracasso escolar.

               Quando o educador apresenta um conteúdo matemático para seus alunos, com pouca dinâmica, na maioria das vezes as crianças não prestam atenção quando não incentivadas, ou se não chamar atenção. Por isso o professor precisa usar vários métodos para o ensino da matemática e oportunizar meios para que os alunos minimizem suas dificuldades na área da matemática.

             Dentre as dificuldades de matemática existentes, destaca-se a discalculia, uma dificuldade que impede a criança de compreender as relações de quantidade, ordem tamanho, distância, espaço e não consegue compreender as quatro operações. As crianças que apresentam essa dificuldade acabam repudiando o trabalho com os números, muitas vezes são “rotuladas” pelos colegas de sala, às vezes até pelo professor e pais e acabam sofrendo muito fazendo com que a sua autoestima fique muito baixa e interfira também nas demais disciplinas que até o momento não apresentava dificuldades.

2O CONHECIMENTO LÓGICO – MATEMÁTICO E A DISCALCULIA

  1. A CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO LÓGICO – MATEMÁTICA

                    Historicamente, segundo MATO GROSSO (2000), a matemática surgiu através da necessidade apresentada pelo homem para resolver problemas encontrados diariamente no seu cotidiano como medir, calcular, contar e organizar-se de acordo com os espaços, na qual os conhecimentos adquiridos foram passados de geração em geração, acumulando-se mutuamente e intelectualmente. A mesma é um processo que está sempre em constante construção.

                          A disciplina de matemática apesar de fazer parte da vida de todas as pessoas, sempre foi vista em diversas vezes  como um “tormento” pelos alunos e desafiador para os professores, os quais precisam motivar seus alunos para despertar o gosto pelo conhecimento matemática, sendo que ela faz parte do cotidiano de todos para resolver inumeras situações.

             O trabalho do professor que envolve a disciplina da matemática requer um olhar diferenciado, com vista de que é importante a escola trabalhar de forma dinamica e passiva.

(...) o trabalho com Educação Matemática deverá necessariamente envolver as seguintes dimensões:

- A matemática é uma atividade humana, portanto de caráter histórico-social;

- A matemática é uma ciência de caráter interdisciplinar;

- A matemática nos proporciona a construção de categorias de pensamento indispensável à compreensão, crítica e construção da realidade;

- A matemática deve ser considerada em suas dimensões lúdicas e de aplicação no cotidiano;

- As relações entre a matemática do cotidiano e a matemática formal, o que implica em considerar as experiências e os conhecimentos prévios dos alunos;

- Envolvimento emocional, fundamental para aprendizagem da matemática.      (MATO GROSSO, 2000, p. 155).

             Assim o ensino da matemática para Moura (2012, p.34) é: “... propiciar o desenrolar da lógica, a rapidez do pensamento e a capacidade de selecionar informações e fazer uso eficaz delas para o desenvolvimento coletivo e individual, fazer do novo algo impulsionador e produtivo. ” Pois para o autor a matemática vem favorecer o crescimento integral do ser, dando a ele mecanismos para que possa seguir em frente e ser um construtor da história e não um ser passivo alheio a tudo e a todos.

             Ainda, a aprendizagem do aluno e o conhecimento lógico-matemático acontecem por etapas, pois se o aluno desenvolver bem uma etapa, na próxima não terá dificuldades. Conforme Vygotsky (1989, p. 89) diz que:

[...] o aprendizado das crianças começa muito antes delas frequentarem a escola. Qualquer situação de aprendizado com a qual a criança se defronta na escola tem sempre uma história prévia. Por exemplo, as crianças começam a estudar aritmética na escola, mas muito antes elas tiveram alguma experiência com quantidades – elas tiveram que lidar com operações de divisão, adição, subtração e determinação de tamanho. Consequentemente, as crianças têm a sua própria aritmética pré-escolar, que somente psicólogos míopes podem ignorar.

  1. A DISCALCULIA

                          A discalculia é uma dificuldade de aprendizagem apresentada na disciplina de matemática, a qual caracteriza-se pela dificuldade de fazer operações matemáticas. Segundo Barbosa (2008, p. 132), a palavra discalculia apresenta duas raízes gregas: “dis” que significa dificuldade e “calculia”, que se relaciona à arte de contar. E Novaes (2007, p. 14) destaca que: “A palavra discalculia vem do grego (dis, mal) e do latin (calculare, contar) formando: contando mal. Essa palavra “ calculare “ vem, por sua vez, de cálculo, que significa o seixo ou um dos contadores em um ábaco”.

                           O aluno que apresenta discalculia, em geral tem características em relação ao baixo nível de desempenho nas tarefas de matemática que envolvem competências aritméticas. Em geral, essa dificuldade é descoberta na escola, ao desenvolver atividades relacionas, como na resolução de problemas matemáticos, compreensão de tabelas, gráficos entre outros.

             Com a preocupação em relação aos alunos com discalculia, a mesma tem motivado muitos estudiosos e educadores a procurar alguma forma de intervenção junto a criança discalcúlica, sendo que de certa maneira, se não for trabalhado de forma mediadora e de intervenção em sala de aula e também na família, acarretará em um adulto frustado no futuro.

                          A discalculia pode ser dividida em seis subtipos:

Discalculia verbal – é a dificuldade em nomear números, símbolos e        relações;

Discalculia Practognóstica – refere-se a enumeração, comparação e manipulação de objetos reais ou imagens;

Discalculia léxica – dificuldade na leitura dos símbolos;

Discalculia Gráfica – dificuldade na escrita dos símbolos;

Discalculia ide gnóstica – dificuldade para compreender conceito e fazer operações mentais;

Discalculia operacional – dificuldade para executar e operar cálculos numéricos. (JOHNSON; MYKLEBUST,1983, p.12)

             Conforme os seis subtipos apresentados acima, os alunos podem apresentar um ou mais tipos de discalculia, dependo da situação e do grau de dificuldade apresentado, dessa forma pode-se identificar mais fácil qual tipo de dificuldade cada criança apresenta.

  1. COMO ENFRENTAR AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM DISCALCULIA

             Inicialmente é preciso que o professor faça uma observação dos alunos, posteriormente deve comunicar a equipe gestora e  os pais para que o encaminhem para os especialistas que podem ajudar a superar esta determinada dificuldade. Os professores que se deparam com casos de alunos portadores de discalculia, acreditam que não há nada a fazer para que o problema seje ultrapassado, auto-avaliando-se como despreparados ou desmotivados para encarar o desafio com seus alunos.

               Podemos adotar algumas estratégias para realizar o tratamento das crianças com discalculia, esse problema tem tratamento desde que o aluno receba o acompanhamento adequado de acordo com a sua necessidade. Após o diagnóstico, que é a descrição do atual estágio de desenvolvimento do indivíduo, podendo ser tratado por um período, ou até superar as dificuldades minimizadas durante este acompanhamento.

                          Para o sucesso no tratamento da discalculia, é necessário que seja detectado precocemente, para que, enquanto o indivíduo estiver sendo avaliado por um especialista seja inserido através do professor e dos pais no meio social, que inicialmente acontecera em sala de aula com os colegas e se ampliará nas brincadeiras de rua.

               É necessário ter uma atenção redobrada e muito cuidado com as escolhas das metodologias aplicadas, pois a mesma é de fundamental importancia para o ensino aprendizagem, para não haver a confusão de discalculia com dificuldade metodológica que pode ser superada em sala de aula. Barbosa (2008, p. 56) destaca que:

                      Atualmente os jogos são apresentados às crianças desde os primeiros anos de vida, por ajudar no desenvolvimento motor, na dicção e na formulação de estratégias para obtenção de acertos. Na relação jogo e Matemática, o educador pode criar condições onde o aluno estabeleça ligação entre a linguagem cotidiana e a linguagem matemática teoricamente dita.

                          Portanto o dinamismo na metodologia de ensino favorece o desenvolvimento psíquico além de estimular a interação social, firmando traços de confiança entre o docente e o discente. Segundo Carvalho (2000, p.72): “Pensar em respostas educativas da escola é pensar em suas responsabilidades para garantir o processo de aprendizagem para todos os alunos, respeitando-os em suas múltiplas diferenças”.

                          Dessa forma, o papel do psicopedagogo em sua formação profissional deverá ter em mente a compreensão de que cada ser humano deve ser compreendido de forma interacional e nunca de forma isolada dos demais problemas que poderá acarretar certas dificuldades de aprendizagem tanto em crianças como adolescentes. Além disso, essas crianças e adolescentes deverá ser entendida também a partir do seu meio de convívio entre as demais pessoas que o cercam, para que o psicopedagogo possa também interagir com as famílias e professores para que haja de fato a melhoria da aprendizagem, onde o ensino não aconteça sem a interação da aprendizagem.

3A IMPORTÂNCIA DAS RELAÇÕES PROFESSOR - ALUNO

                          A relação professor aluno é algo que vem sendo dialogo ao longo dos anos. Em busca constante  de um método educacional mais completo e estimulante para os alunos e professores, a gestão escolar tem se preocupado em desenvolver um trabalho em conjunto, dando enfase na importancia da criação de laços afetivos entre os alunos e seus respectivos professores.

                           Para uma reflexão satisfatória entre a relação professor-aluno é necessário relembrar como era o ensino na época do Modelo Tradicional e do Modelo Construtivista. Onde no tradicionalismo, o professor era o dono do saber e os alunos eram os seres sem luz, receptores sem opiniões e sem conhecimentos prévios. A relação do professor era de superioridade, não havia aceitação  para o erro cometido pelo aluno, pois se estes acontecessem os mesmos eram penalizados com “castigos”, como por exemplo; danos físicos e psicológicos, no dia-a-dia, o professor ministrava suas aulas sobre um púlpito, local este que dava respeito  do professor sobre os alunos. Conforme Saviani (1991, p. 65) destaca:

Como as iniciativas cabiam ao professor, o essencial era contar com um professor razoavelmente bem preparado. Assim, as escolas eram organizadas em forma de classes, cada uma contando com um professor que expunha as liares que os alunos seguiam atentamente e aplicava os exercícios que os alunos deveriam realizar disciplinadamente.

                           Já na época do  construtivismo a construção da aprendizagem se dava por meio das relações sociais e da interação com o meio, vivenciadas primordialmente em sala de aula, local este onde surgirão os primeiros contatos com o outro, a minimização do egocentrismo, tão presente na primeira infância que influenciarão na aquisição e troca de experiências, entre alunos e professor, mantendo estes uma relação igualitária,  já que ao mesmo tempo que o aluno recebe o conhecimento mediado pelo professor, o professor aprende novos conhecimentos com as experiências vivenciadas por estes alunos, e que são expostas a cada dia durante as aulas, nos intervalos, ou mesmo nas atividades que eles desejam compartilhar com as demais turmas da escola. De acordo com Becker (1993, p.142):

Construtivismo significa isto: a ideia de que nada, a rigor, está pronto, acabado, e de que, especificamente, o conhecimento não é dado, em nenhuma instancia, como algo terminado. Ele se constitui pela interação do indivíduo com o meio físico e social, com o simbolismo humano, com o mundo das relações sociais; e se constitui por fora de sua ação e não por qualquer dotação prévia, na bagagem hereditária ou no meio, de tal modo que podemos afirmar que antes da ação não há psiquismo nem consciência e, muito menos, pensamento.

                          Dessa forma, o professor deixa de ser o manipulador do conhecimento e passa a ser o mediador entre o conhecimento e a aprendizagem do aluno. Com isso, segundo Ferreira (2009, p. 34): “a responsabilidade para a construção de uma educação cidadã está, em grande parte, nas mãos do professor, cuja aprendizagem do educando pode ser considerada diretamente proporcional a capacidade de aprendizado deste docente”.

                          Com isso, como naquela época era considerado o aluno como uma tabua lisa a ser moldada somente pelo professor, passa a ser visto de forma diferente, onde professores e alunos aprendem juntos, em uma troca de conhecimentos iniciadas nos primeiros anos de vida, quando a criança é inserida na escola, que é fundamental para formação social desse sujeito.

                          Em relação à discalculia, professores e alunos desenvolvem um relacionamento mais próximo, e ao mesmo tempo os alunos apresentam uma aprendizagem mais significativa. Exige do professor uma relação de troca de confianças, para que a criança não tenha timides em expressar suas dificuldades na compreensão dos temas em estudo.

                          Além de superar as  dificuldades encontradas, a relação entre professor e aluno, ainda oportuniza aos alunos o desejo de expressar sua vontade de aprender, na busca de chamar a atenção do professor que ele admira. Por esse motivo o professor deixa de acreditar na exposição de palavras bonitas, como forma de estimulo para o crescimento do conhecimento do aluno com discalculia. E assume agora uma posição realista, onde corrigirá os erros de forma firme, porém amável para que o aluno não se sinta frustrado ou inferiorizado, e no decorrer do tratamento com o auxilio do professor passe a perceber e corrigir sozinho seus erros, tornando-se assim construtor de sua história.

                          Esta relação positiva, tem o papel de estimular no aluno o aprendizado e o desenvolvimento das habilidades nas crianças, e ao mesmo tempo em que o objetivo do professor é alcançado. É necessário que o professor invista em inovações que despertem o gosto de aprender no aluno e o faça sentir-se responsável pela sua propria aprendizagem.

CONCLUSÃO

                          Após este estudo, constatou-se que a dificuldade de aprendizagem da matemática está presente no âmbito escolar e que aflige muito as crianças que apresentam essa dificuldade e também é motivo de preocupação a todos os educadores que trabalham com crianças discalcúlicas.

                          Percebe-se que nem toda a criança que apresenta algum tipo de dificuldade de aprendizagem na matemática pode ser vista como discalcúlica, pois muitas crianças apresentam dificuldades por estar com problemas afetivos, sociais e com a sua autoestima muito baixa. Nesse contexto, é preciso fazer uma observação minuciosa para saber realmente o grau de dificuldade apresentado e o que está acontecendo de fato com a criança, para só depois tomar as devidas providências cabíveis.

                   Conclui-se que embora ainda existam muitos desafios a serem superados, nota-se a importância do professor no auxílio ao tratamento dos alunos com discalculia. Por meio de jogos que podem ser confeccionados com a ajuda do próprio sujeito mostrando assim, que ele é capaz de construir seu conhecimento por meio de seus esforços.

                          A importância do professor na construção e na formação do sujeito, incluindo-o no meio social por meio da superação dos desafios, desenvolvendo o senso crítico sobre as diversas vertentes que se apresenta na vida do aluno.

                           Nessa perspectiva, conclui-se que, se caso a criança apresentar a discalculia, será preciso encaminhá-la a profissionais qualificados e o professor deverá auxiliá-la com intervenções adequadas estabelecendo relações de afetividade com os alunos.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Laura Monte Serrat. Psicopedagogia: um diálogo entre a Psicopedagogia e a Educação. 2. ed. Curitiba: Bolsa nacional do livro, 2008.

BECKER, F. O que é construtivismo. Ideias. 20ª ed. São Paulo: FDE, 1993.

CARVALHO, E. R. Removendo barreiras para a aprendizagem: educação inclusiva. 2ª ed. Porto Alegre: Mediação, 2000.

JOHNSON, D.J.; MYKLEBUST, H.R. Distúrbios de aprendizagem: princípios e práticas educacionais. São Paulo: Pioneira, 1983.

JOSÉ, Elisabete da Assunção. Problemas de Aprendizagem. 12ª Ed. ÁTICA, São Paulo, 2004.

MATO GROSSO. Escola ciclada de Mato Grosso: novos tempos e espaços para ensinar. Cuiabá: Seduc, 2000.

MOURA, J. F. O ensino da matemática nas classes de alfabetização: como é? Como deveria ser? 2012. Disponível em: <http://www.pedagogia.com.br/artigos/matematicanaalfabetizacao/> Acesso em: 12 abril 2016.

NOVAES. Maria Alice Fontes. Transtornos de aprendizagem. 2007. Disponível em:

<www.plenamente.com.br/diagnosticos7.htm >. Acesso em: 14 abril 2016.

 

SAVIANI, D. Escola e democracia. 24ª ed. São Paulo: Cortez, 1991.

VYGOTSKY, L. S. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

Assine

Assine gratuitamente nossa revista e receba por email as novidades semanais.

×
Assine

Está com alguma dúvida? Quer fazer alguma sugestão para nós? Então, fale conosco pelo formulário abaixo.

×