22/10/2020

O Profissional de Enfermagem e a Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

 

Uma educação de qualidade não se faz apenas com bons professores, pois é necessário toda uma equipe multidisciplinar somando forças para que esta educação possa realmente ser efetivada.

Muitos pseudoeducadores com visões limitadas não vislumbram as oportunidades oferecidas quando outros profissionais que não estejam ligados a educação atuam na mesma.

Dito isso, cabe observar que, escola é lugar de educador, mas o que é ser um educador? E porque a escola deve ser um lugar limitador de profissões?

Pessoas acreditam que educação de qualidade se resume na qualificação de seus profissionais, mas estão enganadas, pois tal educação será alcançada com a soma dos esforços de todos envolvidos no processo educativo, e esta equação poderá ser inserido o enfermeiro escolar.

Vale ressaltar nas falas de Rasche e Santos no artigo Enfermagem escolar e sua especialização: uma nova ou antiga atividade, publicado na Revista Brasileira de Enermagem [1] que as atribuições do enfermeiro escolar e sua especialização tem relatos desde a década de 1930, ou seja, não é algo novo, mas que pode ser um diferencial para se alcançar uma educação de qualidade.

Interessante perceber nas falas de Ferriani e Cano no artigo Assistência de enfermagem ao escolar - uma introdução ao problema[2], que a presença de um profissional de enfermagem em algumas escolas da Europa e Estados Unidos é parte integrante do sistema escolar e oficializada pelos governos.

Para os autores, em relação ao Brasil, em 1961 houve uma Lei regulamentando tal função nas escolas, de forma que houvesse um trabalho mais efetivo e preventivo, rotineiro e ininterrupto, assim sendo, a Lei  4.024, de 20 de dezembro de 1961, título XI, no seu artigo 90, elucida que "Em cooperação com outros órgãos ou não, incumbe os sistemas de ensino, técnica e administrativamente , prover, bem como orientar, fiscalizar e estimular os serviços de assistência social, médica, odontológica e de enfermagem aos alunos " (CIE, 1981).

Cabe perceber que a presença de um profissional de enfermagem nas escolas tende a elevar a qualidade de vida de todos os envolvidos no processo ensino-aprendizagem de forma direta e/ou indireta.

Os autores acima ressaltam que apesar de existir uma Lei, é difícil encontrar uma Secretaria de Educação que faça o seu devido uso.

Cabem aos profissionais de enfermagem nas escolas não prevenir doenças, mas preparar o indivíduo uma vida mais saudável, pois as autoras Rasche e Santos esclarecem que o profissional de enfermagem é um desencadeador das ações em saúde, fomentando a educação em saúde bem como princípios norteadores na promoção de valores éticos como vida, solidariedade, equidade e cidadania., além de resguardar a vida e a qualidade aos envolvidos no processo ensino-aprendizagem.

 

[1] RASCHE, Alexandra Schmitt; SANTOS, Maria da Soledade Simeão dos. Enfermagem escolar e sua especialização: uma nova ou antiga atividade. Rev. bras. enferm.,  Brasília ,  v. 66, n. 4, p. 607-610,  Aug.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71672013000400022&lng=en&nrm=iso>. access on  20  Oct.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0034-71672013000400022.

[2] FERRIANI, Maria das Graças C.; CANO, Maria Aparecida T.. Assistência de enfermagem ao escolar: uma introdução ao problema. Rev. bras. enferm.,  Brasília ,  v. 36, n. 3-4, p. 231-234,  dez.  1983 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-71671983000400002&lng=pt&nrm=iso>. acessos em  20  out.  2020.  https://doi.org/10.1590/S0034-71671983000400002.

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