O Princípio de Peter Refletindo na Educação Pública
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Interessante perceber que a educação pública municipal, secretarias e até o Ministério da Educação, são vistos por muitos como um laboratório e também um cabide de empregos para oportunistas, narcisistas bem como para grandes negociatas políticas.
Ambientes assim denigrem cada vez mais a tão sofrível educação, já que estes profissionais tentam fazer jus ao privilegiado salário que é maior do que dos professores que atuam na linha de frente enfrentando todos os tipos de intempéries sociais.
Situações como estas ressaltam que realmente existe o Efeito Dunning-Kruger[1] e que também de forma mais explícita e numerosa, a educação é o meio em que se propaga o Princípio de Peter[2].
Para entendermos melhor este princípio, basta sabermos que ele se baseia na afirmação de que as vagas tendem a ser ocupadas por incompetentes.
Precisamos fazer um recorte temporal de nossos últimos ministros da educação? O que eles acrescentaram para a educação e consequentemente para a sociedade? Eles foram verdadeiras aberrações e fizeram um "desserviço" a educação e toda classe trabalhadora.
Observe que situações semelhantes acontecem nas secretarias, seja dos Estados e/ou municípios. Estas secretarias e equipes muitas vezes são formadas por profissionais sem experiência, sem inteligência emocional, sem liderança e com pessoas com um acentuado Efeito Dunning-Kruger.
O Princípio de Peter chega a ser mais pernicioso para a educação, uma vez que no Efeito Dunning-Kruger a pessoa acha que é bem informada e sabe o suficiente e quanto ao Princípio de Peter, nem sempre ela se acha, mas acaba ocupando uma vaga que não lhe competiria devido a sua inabilidade em lidar com tais situações.
O psicólogo que cunhou este princípio afirma que "na hierarquia, todo funcionário tende a subir ao seu nível de incompetência e em qualquer organização em que a experiência seja critério para promoção, e incompetência um impedimento, essas regras se aplicam", ou seja, assim como acontece na educação, a meritocracia é algo evasivo.
Temos princípio de Peter no governo, nas empresas, e em todos os lugares onde houver bajuladores e oportunistas, todavia, na educação é a área mais danosa para a sociedade, já que ela é um agente transformador da mesma.
Estamos cheios de profissionais ligados a educação que, ou não tem a formação adequada para assumirem tais cargos e/ou não tem a competência esperada apesar de ter formação, e assim, estes profissionais quando assumem tais cargos ficam criando projetos estéreis, dando ordens que refletem apenas sua vaidade e egocentrismo sem aceitar sugestões ou ações que divirjam de suas ideias conflituosas sobre suas obrigações, além de criarem reformas com intenção de deformar já a tão sofrível educação aumentando consequentemente ainda mais o abismo social em que o país se encontra.
Interessante perceber que quando estes profissionais são oriundos das salas de aulas, mesmo com suas competências como docentes, o que podem ser totalmente questionáveis, ao assumirem tais cargos, esquecem-se que estão nestes cargos por questões "duvidosas" e/ou meramente políticas, e que nas próximas eleições a situação poderá mudar, e assim, voltarão as suas mediocridades, então, ao invés de encontrarem uma forma de melhorar a classe, viram as costas para ela para se regozijarem de seus status e salários.
Enquanto estiver prevalecendo na educação as negociatas, trocas de favores, vaidades e o Princípio de Peter, estaremos fadados a ser um país sem pesquisa, sem ciência, sem soberania e com um povo sem sonho, e desta forma continuaremos deitados eternamente em berço esplêndido.