06/09/2024

O Ponto Cego da Educação

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

Ponto Cego é um termo que se associa a vários contextos, mas em sua maioria refere-se a uma determinada área que não é facilmente percebida ou compreendida, tanto no sentido conotativo quanto denotativo.

No viés educacional, pode-se perceber que o ponto cego relaciona-se a área onde os envolvidos no processo de ensino-aprendizagem ou no próprio sistema educacional não conseguem perceber ou não estão cientes das falhas, limitações ou vieses que dificultarão o processo ensino aprendizagem, por melhor que sejam as intenções, e todo ponto cego é um ponto em que existe uma iminência de fracasso.

Para falar em educação são necessárias analisar variáveis como sistema político, sistema educacional, valorização dos professores, contexto escolar, envolvimento da família no processo educacional, parceria da escola e família, a parte sociológica da educação, currículo, metodologias, tecnologias, enfim, muitas variáveis em seu entorno não podem deixar de ter sua importância, e em alguns momentos, uma ou muitas destas variáveis são tidas como “ponto cego” jogando por terra tudo o que foi almejado.

Trabalharemos neste texto o viés didático-pedagógico com suas ramificações no corpo docente, a parte pedagógica, a gestão escolar e o corpo discente.

É sabido que cada escola pública ou privada têm os seus contextos que seriam um erro crasso serem desconsiderados, sendo assim, partindo deste pressuposto, podemos perceber o quão é abismal a diferença entre estas instituições.

O corpo docente formado por um excelente capital intelectual de nada valerá se este capital não for reconhecido profissionalmente, e quando não há este reconhecimento, os professores se deixam vencer pela indiferença do sistema em relação ao seu profissionalismo, se deixam vencer também pela manipulação e imposição de resultados de modo a camuflar o resultado das avaliações externas.

Dito isso, faz-se notório perceber que a profissão docência é uma seara que exige muito de seus profissionais, implicando de forma negativa a saúde mental dos docentes já que eles enfrentam em sua profissão, desafios como alto nível de estresse, indisciplina dos alunos, negligência dos pais, sucateamento das escolas públicas, defasagens na aprendizagem, baixos salários e falta de reconhecimento do profissional da educação, ansiedade, depressão e a soma de tudo isso, pode gerar um dos maiores males à saúde mental do professor que é a Síndrome do Burnout que é visto como um distúrbio emocional mediante a situações de trabalhos desgastante e que pode ocasionar em até mesmo perder vontade em lecionar, abandonando assim a profissão.

Claro que para evitar isso, faz-se necessário um esforço hercúleo por parte do pedagógico e da gestão escolar e geralmente as situações explicitadas acima tem o seu termômetro na didática do professor e até mesmo no aproveitamento da turma como também em sua disciplina.

O problema é que mesmo as escolas oferecendo tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) de forma a complementar e enriquecer o processo ensino-aprendizagem, quando o professor encontra-se esgotado, estas TICs servirão apenas como passatempo para que o mesmo possa fugir as suas aulas e entreter seus alunos sem um planejamento, deixando-os a bel prazer sem um direcionamento para quem sabe, uma autonomia intelectual e até mesmo cognitiva.

E percebido que na educação existem realidades paralelas que não tem o intuito de serem excludentes, todavia reforçam a improficiência dos profissionais envolvidos no processo e da própria gestão em si.

Cabe observar que a educação não pode ser engessada e/ou uniformizada, e desta forma, ela precisa ser flexível atendendo assim as especificidades de cada aluno, de cada contexto e oferecer a melhor metodologia que adeque a eles.

A educação é uma área de interesse que não deveria aceitar amadorismo e tampouco oportunistas. Deveria ser exigido neste ramo, principalmente na parte de secretarias de educação e de gestão um bom capital intelectual em que o profissional esteja focado na educação de qualidade que desenvolva no educando suas habilidades, criticidade e autonomia, fazendo com que a sociedade seja apenas um reflexo desta educação e que o educando não seja um erro coadjuvante em sua própria vida.

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