O poder do Livro no Combate a Demência Digital
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente
Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806
A UNIMA (Centro Universitário de Maceió)[1] aborda a questão sobre demência digital e conceitua que é a perda ou redução das habilidades cognitivas e tem como cerne o uso excessivo da tecnologia da informação, principalmente computadores, smartphones e videogames.
Ela aponta que tal conceito surgiu na Universidade de Seul, Coreia do Sul porém tornou-se comum no Ocidente com a “publicação do livro “Demência Digital”, do neurocientista alemão Manfred Spitzer”.
Este conceito tem sido estudado desde o final da década de 1990 devido aos malefícios como redução da capacidade analítica e pensamento crítico, redução das habilidades sociais e empatia, nomofobia (pessoas que sentem uma fobia, uma angústia, quando estão longe do celular, explicitando sua total dependência em relação ao aparelho celular) e síndrome do pensamento acelerado.
O neurocirurgião Antônio Araújo acrescenta que crianças e adolescentes expostos a dispositivos eletrônicos têm dificuldades em manter a atenção na sala de aula e ler regularmente, e o ato ler tem sido um dos grandes problemas enfrentados pelo Brasil mesmo antes do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação.
Para Antônio Araújo, o uso excessivo do uso das tecnologias supracitadas, levantam questões sobre os impactos no desenvolvimento cerebral e na educação visto que os vídeos, redes de relacionamentos não exigem uma linearidade, ou seja, ela é totalmente difusa, e isso faz com que o cérebro passe a pensar assim.
Interessante perceber que profissionais da educação sem conhecimento de causa, contribuem com este mal, pois buscando dinamizar um pouco mais suas aulas ou em alguns casos nada raros, fazem uso destas tecnologias simplesmente para quebrar a rotina, e muitas vezes é ofertada uma aula sem o planejamento necessário, ou seja, é exposta como uma atividade recreativa sem um processo linear.
Quando um aluno é levado a pensar de forma difusa, ao ler um livro, ele terá dificuldade em entender o que está sendo lido, já que o seu processo de discernimento encontrar-se-á comprometido com esta nova forma de agir.
Por isso também que pessoas têm dificuldade em manter uma leitura linear, palavra por palavra, frase por frase, pensamento por pensamento além de entender o contexto da história.
Uma forma de evitar a demência digital é fazendo com que os alunos leiam livros de vários gêneros ou até mesmo de suas preferências, fazendo com que estes alunos possam expor suas ideias, o contexto da história, aprendizado, dentre outras coisas que um bom professor auxiliará no desenvolvimento.
É notório perceber o quão benéfico é uma leitura, já que além de desenvolver a criticidade, enriquecer o vocabulário, ela auxiliará também o aluno a ter uma melhor escrita, como o adágio “quem não lê, não escreve”.
O Argentino Jorge Luis Borges, que foi um renomado escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino afirmava que o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Cabe ressaltar que com a prática da leitura, o aluno terá aguçado o seu poder de argumentação, tirando-o da massa de manobra e fazendo com que ele se sinta um aluno pensante, crítico, proativo e protagonista cognitivo.
Assim sendo, o livro passa a ser um diferencial para que a demência digital seja erradicada, já que é ele auxiliará nos estímulos cognitivos.
Cabe pontuar a importância dos gestores e educadores em geral, perceberem que investir em tecnologias da informação nem sempre faz com que as escolas tenham um bom rendimento na educação, em contrapartida, o livro sempre será uma ferramenta indispensável para uma educação de qualidade, desde que eles não fiquem apenas como enfeites em uma biblioteca, pois uma criança que lê, será um adulto que pensa.
[1] https://unima.afya.com.br/noticias/2023/10/20/demencia-digital-o-que-e-e-como-evitar-essa-doenca-moderna