23/10/2024

O Poder do Gaslighting

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

Currículo Lattes http://lattes.cnpq.br/9745921265767806

 

É um termo em inglês que tem o significado de iluminação a gás, todavia não se pode levar na sua literalidade porque trata-se de uma palavra com um auto grau de abuso psicológico.

Pessoas que fazem uso do gaslighting tem um grande poder de persuasão, já que se trata de uma forma de abuso psicológico.

Para os pesquisadores Prando e Borges (2020)[1], o gaslighting é um abuso psicológico em que o agressor nega fatos que ocorreram, banaliza o sentimento da vítima ou cria situações imaginárias para controlar a outra pessoa, de forma que a vítima passa a duvidar dos seus sentimentos e da sua sanidade, mantendo-se, assim, mais próxima e mais dependente do ofensor.

A destreza do abusador tem o foco na submissão da vítima e na sua perda de identidade.

Interessante pontuar nas falas de Irigaray, Stocker e Mancebo (2023)[2] que o termo gaslighting surgiu de um filme com mesmo título e se tratava de um personagem que tenta convencer uma mulher não confiar em seu próprio julgamento e faculdades.

Assim sendo, os autores ressaltam que tal técnica é praticada em grandes “organizações para desqualificar denuncias e pleitos de grupos hegemônicos”.

Vale ressaltar que a mesma técnica é usada também no meio político por ser também um comportamento desonesto de manipulação e manipulação é o braço forte da política.

Para os autores acima, a prática de gaslighting tem recebido atenção nas várias áreas de conhecimento como Psicologia Social, Ciências Sociais dentre outras, focando relacionamentos tóxicos, narcisismo, racismo, relações de trabalho, abuso de poder, manipulação, assédio moral dentre outros assuntos que englobam a submissão da pessoa.

O fato é que a educação é uma forma de blindar as pessoas quanto a esta técnica de manipulação já que ela tem todos os aparatos que resguardará o educando de qualquer tipo de subjugação que se dá por meio do conhecimento e que propiciará ao educando a autonomia, o discernimento e porque não a busca do autoconhecimento.

 

[1]PRANDO, Camila Cardosode Mello e BORGES, Maria Paula Benjamim. Concepções genderizadas na análise de deferimento das Medidas Protetivas de Urgência (MPUs). REVISTA DIREITO GV | SÃO PAULO | V. 16 N. 1 | e1939 | 2020. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/rdgv/a/hNrtJbvJScLGkM986M8xJnf/?lang=pt&format=pdf>

[2]IRIGARAY, H. A. R.; STOCKER, F.; MANCEBO, R. C.. GASLIGHTING: A ARTE DE ENLOUQUECER GRUPOS MINORITÁRIOS NO AMBIENTE DE TRABALHO. Revista de Administração de Empresas, v. 63, n. 1, p. e2021–0277, 2023

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