O Poder Corrosivo da Educação
Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br
Quando se fala em educação, duas vertentes são observadas, uma voltada à prática da liberdade e outra para alienação, sendo que esta última é um dos objetivos de nossa moralmente depravada política, pois como percebido, os que sabem menos obedecem melhor, ou seja, desta forma esta minoria elitizada para se manter no poder a duras penas, procura impor uma educação voltada para o adestramento e para a docilização da sociedade.
Docilizar a sociedade faz com que um governo manipulador encontre sujeitos domesticados e subalternos, acatando todos os tipos de arbitrariedades, mesmo as mais absurdas, como manipulação de nossa própria história, além de querer apagar nossas memórias como ocorreu no caso do golpe militar e nosso governo impondo que caberia trocar a palavra golpe por revolução, afirmando que na verdade houve uma revolução.
Tivemos com toda certeza um movimento golpista que dizimou sonhos e vidas, e foi um movimento que se limitou a uma restrita esfera política, pois segundo Renato Garcian[1] um movimento golpista “consiste na tomada do poder sem pretensões de subverter a estrutura e os valores da ordem social vigente”.
Na história do Brasil outros golpes aconteceram, já que nenhum movimento implicou na mudança da estrutura social como ressaltado pelo autor supracitado, uma vez que os “movimentos golpistas de modo geral são realizados por grupos ou setores sociais que integram a elite dominante da sociedade”.
A educação passa assim a ser vista como uma ação perigosa caso a mesma vá pela vertente da prática da liberdade, pois uma forma de fomentar esta liberdade é simplesmente munindo o cidadão de conhecimento e trabalhar o seu poder de discernimento para que este em momento algum se deixe levar pelas nesciedades do governo.
Dito isso, cabe a educação ser uma ação voltada para este poder corrosivo, justamente para corroer o nosso sistema falho e corrupto, para que nós educadores possamos despertar os que vivem com sua vida de gado com seu povo marcado e feliz.
Desta forma, não podemos deixar acontecer a manipulação da história como o governo tem tentado fazer e cabe a nós educadores oferecer informações pertinentes ao contexto de forma a disseminar e desenvolver um conhecimento para seus discentes para que estes possam se sentir libertos e em concomitância, se transformarem em protagonistas cognoscentes de suas próprias vidas, despertando não só o seu próximo com toda a nação que encontra-se letárgica diante da miséria, desemprego, genocídio e corrupção.
[1] Veja mais em https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/golpe-de-estado-diferenca-entre-golpe-e-revolucao.htm