08/05/2017

O Papel do Aluno e tutor Na Educação a Distância

O PAPEL DO ALUNO E TUTOR NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

BRANCO, Lílian Soares Alves.[1]

 

RESUMO

Este artigo apresenta uma introdução sobre a Educação a Distância, pois antes de entender o papel do tutor e aluno, se faz necessário entender o contexto de educação que estamos abordando, passando resumidamente pela parte histórica, buscando entender o início dessa prática educacional no Brasil e no mundo, passando pela legislação que o concebeu como legítima e amparada na lei brasileira. Após buscamos entender o conceito de educação a distância, já que existem muitos conceitos e debates sobre esse tema, e até distorções sobre ensino ou educação a distância. A partir deste cenário, identificamos o papel do professor-tutor na educação a distância, no qual exige uma mudança de paradigma, uma nova postura a partir da inserção do uso das novas tecnologias e das necessidades educacionais atuais, modificando o processo de ensino e aprendizagem, passando pelo papel do aluno que tem a possibilidade através da EaD de desenvolver uma aprendizagem mais significativa a partir dos meios disponibilizados, conteúdos e conhecimentos contextualizados, valorização de suas experiências. A metodologia adotada na pesquisa foi de cárater qualitativo baseado em referências bibliográficas, chegando a conclusão de que a EaD é um universo rico de  possibilidades, porém temos que buscar desenvolver um ensino de qualidade, contribuindo para a formação do aluno, e para que se a aprendizagem seja significativa. 

Palavras-chave: Educação a Distância, paradigma, tecnologia da informação e comunicação (TIC), tutor, aluno, ensino e aprendizagem.

 

INTRODUÇÃO

 

A educação a distância é uma modalidade que se difere do ensino presencial, tem características próprias, na qual deve ser analisado a mediação e interação existente através do uso das tecnologias da comunicação e informação no processo de ensino e aprendizagem, considerando as táticas, estratégicas, prática docente e as mais variadas instâncias dessa cultura. Assim, é fundamental conhecer o contexto da Educação a Distância, para que através dessa pesquisa, possamos entender o papel do tutor e aluno nesse processo de ensino e aprendizagem, tendo como objetivo analisar o contexto da EaD, identificar suas características e reconhecer as funções dos envolvidos neste cenário, sendo que esta pesquisa científica será de caráter qualitativo baseado em referências bibliográficas.

Sabemos que a EaD não é uma nova modalidade de ensino, no Brasil muitos autores consideram seu início a partir do ensino por correspondência, passando pelo rádio e TV, até chegar aos computadores e Internet. Para Faria (2013, p. 37), a evolução da EAD é caracterizada por cinco gerações:

“[...]a primeira foi marcada pela comunicação textual, por meio das correspondência; a segunda geração foi do ensino por rádio e televisão; a terceira caracteriza-se principalmente pela invenção das universidades abertas; a quarta geração foi marcado pela interação a distância em tempo real, em cursos de áudio e videoconferências; a mais recente, a quinta geração, é a que envolve o ensino e o aprendizado on-line, em classes e universidades virtuais, baseadas em tecnologia da Internet”.

 

No Brasil, consideramos a Ead a partir dessas gerações, mas no mundo a EaD já apresentava registros desde o século passado, mostrando sua aplicação aos países desenvolvidos. Segundo Peters (2009) citador por Faria, as primeiras experiências da EaD faz menção ás epístolas de  São Paulo (10-70 d.C), descritas com a finalidade de ensinar as comunidades cristãs da Ásia Menor como cristão em um ambiente desfavorável, a abordagem teve como base a tecnologia da época, a carta/correspondência. Martins (2005) citado por Faria, também afirma que desde a Antiguidade pode-se constatar iniciativas de intercambiar informações entre pessoas ou cidades distantes geograficamente.

O uso da comunicação por correspondência estava presente tanto na Grécia como em Roma. No entanto, é no século XIX, na Europa que a EaD caracterizou o ensino por correspondência, como a primeira geração da EaD no mundo. Porém, destacaremos aqui, que foi com a chegada dos computadores e internet que ela ganhou tamanho alcance e destaque, oportunizando o aumento da comunicação humana com o aporte do computador e dos ambiente on-line. Segundo Ribeiro (2014, p. 06)

“com o surgimento da rede mundial de computadores, a educação a distância teve um grande impulso, multiplicando-se os projetos nos diversos segmentos educacionais, relacionados à utilização da Internet em atividades de ensino e aprendizagem presenciais e a distância”.

 

A Ead vai muito além do uso da tecnologia numa sala de aula, a visão que temos é muito mais ampla, passando pelos multimeios interativos, onde o objetivo principal é a formação do indivíduo através da apreensão dos conhecimentos, realizado com ensino de qualidade. Segundo NISKIER (1999, p. 64),

“a informação via tecnologia, base do ensino virtual e à distância, não dá continuidade ao trabalho de acumulação de dados e de conservação, mas representa um conjunto de saber utilizável a qualquer momento e em qualquer lugar”.

 

Essa disponibilidade de materiais e conteúdos, integra os recursos educativos, buscando educar para a inteligência e não para a repetição, além de desenvolver habilidades de independência e iniciativa, conquistando seu espaço e tempo, a partir da valorização da experiência individual. Segundo NISKIER (1999, p. 61),

“aquilo que nós pretendemos em manuais de filosofia da educação sobre a neutralidade da escola tende a desaparecer, porque a educação é um ato politicamente comprometido para criar o homem do futuro e assegurar o futuro do homem”.

 

E esse futuro é possível com o apoio da tecnologia, sendo essa responsável pela inserção de novas práticas de ensino, buscando utilizar das novas possibilidades que a Internet e as mídias digitais trouxeram a educação, visando o desenvolvimento do indivíduo, de forma integrada, colaborativa e contínua, valendo-se da viabilidade de acesso por parte dos usuários, caminhando para uma igualdade de oportunidades.

Essa modalidade contribuiu para atender ao acúmulo de necessidades educacionais, como a questão da alfabetização para a população que se encontrava isolada dos grandes centros urbanos e viabilizou o acesso ao processo de ensino e aprendizagem da população desfavorecida,  apesar da distância geográfica. Segundo RIBEIRO (2014, p. 8) “a EaD  pode ser vista como uma possibilidade de oportunizar aprendizado às pessoas de todas as idades, estilos de vida, habilidades e situação financeira, sendo, portanto, bastante democrática”.

A EaD assim como o ensino presencial apresenta vantagens e dificuldades, além dos muitos desafios que deverão enfrentar em sua trajetória, o que não se pode desconsiderar é o atual contexto dessa esfera educacional, pois muitos méritos já foram conquistados e acredito que muitos outros serão realizados, passando pela legislação, reconhecimento, qualidade, recursos, planejamento, formação e qualificação profissional, deixar de valer-se de tudo isso é um retrocesso. Assim, se torna importante, conhecer um pouco do caminho percorrido da EaD no Brasil, em busca de seu reconhecimento e legitimação por parte dos órgãos competentes. Segundo Lobo (1988) citado por NISKIER (1999), o desafio mais importante, no caso da educação à distância, é o da participação competente e politicamente comprometida. É um dever de cidadania influenciar o Poder Público para que não feche as aberturas, nem asfixie as iniciativas.

Com base nisso, destacamos o registro de alguns documentos como leis, portarias e, o plano nacional que legitimam a EaD no Brasil, destacando que existem muitos outros documentos, mas que aqui não será aprofundado, mas apresentará uma base inicial da EaD na lei brasileira. Segundo NISKIER, a primeira manifestação oficial de apreço a educação a distância, nasceu no artigo 80 da Lei 9.394/96, onde consta que “O Poder Público incentivará o desenvolvimento e a veiculação de programas de ensino à distância, em todos os níveis e em todas as modalidades de ensino e de educação continuada” (1999, p. 77)

Já o Decreto nº 2.494 de 10 de fevereiro de 1998, citado por Niskier (1999), “no art. 1º decretou: Educação à distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”. (p. 77)

Sendo que na Portaria n º 301, de 07 de abril de 1998, citada por Niskier (1999) “o Ministério da Educação e do Desporto no uso de atribuições e considerando o disposto na Lei 9.394/1996 e o Decreto 2.494/1998, resolve:

Art. 1º - A instituição de ensino interessada em credenciar-se para oferecer cursos de graduação e educação profissional em nível tecnológico à distância deverá solicitação ao Ministério da Educação e do Desporto, a ser protocolada no Protocolo Geral do MEC ou na DEMEC da unidade da federação respectiva.

§1º - A instituição de ensino interessada em credenciar-se para oferecer cursos de educação fundamental dirigidos à educação de jovens e adultos, ensino médio e a educação profissional em nível técnico deverá apresentar solicitação às autoridades dos respectivos sistemas.” (p.77)

A partir daí começamos a visualizar um incentivo a educação à distância, claro que existem muitos outros documentos, porém o que se percebe é que estes precisam de revisão e atualização, pois existe uma certa confusão quanto ao termo “educação à distância” ou “ensino à distância”, sendo que os significados são bastante distintos.

Com o reconhecimento e legalidade da EaD, precisamos compreender o significado dessa estratégia educativa, seu real conceito, que conforme PINTO,

 “estamos convencidos de que as novas demandas sociais não poderão ser atendidas apenas através da educação presencial, e que a EaD é uma das formas de democratização do conhecimento porque oportuniza a superação dos descompassos das reais necessidades da sociedade brasileira, na superação do seu subdesenvolvimento” (1997, p. 63).

E hoje, precisamos estar em constante renovação, aprendizagem contínua, em razão do volume do saber, e a EaD nos possibilita essa formação e inserção na sociedade, sociedade essa movida pela velocidade da informação e conhecimento, desenvolvida de forma dinâmica e atrativa.

CONCEITO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

 

Traduzir o conceito de EaD não é tarefa fácil, pois existem muitas nomenclaturas sobre o assunto, mas sabemos que falar do conceito de EaD é também abordar suas características, pois ela só acontece considerando os recursos e processos que o permeiam, bem como o papel docente e do aluno nesse contexto, mas podemos considerar a EaD como uma modalidade de ensino e aprendizagem favorecida pelo uso da tecnologia, permitindo a distância geográfica entre professor e aluno, mas não a distância efetiva. Para Moran (2009) citado por ALVES,

“na modalidade a distância, professores e alunos estão separados fisicamente no espaço e/ou no tempo. Esta modalidade de educação é efetivada através do intenso uso de tecnologias de informação e comunicação, podendo ou não apresentar momentos presenciais (2011, p. 84)

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[...] não considera, porém, a distância entre professor e aluno como necessariamente geográfica, uma vez que muitos alunos que buscam essa modalidade de educação nem sempre estão longe das instituições de ensino. Na concepção do autor, a separação professor-aluno se dá no afastamento entre o ato de ensinar e o ato de aprender, que para esse autor representam dois sistemas operantes da EAD: o subsistema de desenvolvimento de curso (ensino a distância) e o subsistema de suporte ao aluno (aprendizagem a distância). (2007, p. 23).

Já de início, percebemos divergências entre esses conceitos, quanto a questão de distância, mas isso é passível de análise e reflexão, já que é um contexto em que estamos aprendendo a desenvolver e a utilizar, considerando a EaD uma riqueza de possibilidades. Nesse item, podemos citar vários autores, sendo que assim como apresentam divergências, também apresentam semelhanças e características em comum, valendo-se do tempo e momento em que se apresentava a EaD no mundo.

Para Dohmem (1967) citado por , “a EaD é uma forma sistematicamente organizada de autoestudo, na qual o aluno se instrui a partir do material de estudo que lhe é apresentado, isso é possível pelos meios de comunicação capazes de vencer longas distâncias”(2012, p. 18). Já para Peters (1973) citado por ,

“educação/ensino a distância é um método racional de partilhar conhecimento, habilidades e atitudes, tanto por meio da divisão de trabalho e de princípios organizacionais, quanto pelo uso extensivo de meios de comunicação, especialmente para o propósito de reproduzir materiais técnicos de alta qualidade. Estes tornam possível instruir um alto número de estudantes ao mesmo tempo, enquanto esses materiais durarem, é uma forma industrializada de ensinar e aprender”. (2012, p. 18)

Tanto Dohmem quanto Peters, destacam a questão do material instrucional fornecido aos alunos, e da capacidade de atingir um maior número de estudantes. Já Moore (1973) citado por Guarezi, destaca que:

“a EaD pode ser definida como a família de métodos instrucionais em que as ações dos professores são executadas à parte das ações dos alunos, incluindo aquelas situações continuadas que podem ser feitas na presença dos estudantes. Porém a comunicação entre o professor e o aluno deve ser facilitada por meios impressos, eletrônicos, mecânicos ou outros” (2012, p. 18).

 

Esse autor destaca a importância de utilização de todos os meios, buscando a facilitar a  comunicação entre professor e aluno. Já Holmberg (1977), citado por GUAREZI (2012) destaca as diversas formas de estudo, sob a supervisão dos tutores, destacando que a EaD se beneficia do planejamento, direção e da instrução da organização do ensino.

Em 1977, Holmberg citado por Guarezi (2012), já visualizava o importante papel do tutor nesse contexto, seja ele presencial ou distância, sendo esse fundamental na organização do ensino, permeando pela produção do material didático, planejamento, execução, organização e execução do processo de ensino e aprendizagem.

Já Keegan (1991) citado por Guarezi (2012), destaca alguns pontos centrais que contribuem para a formação do conceito de EaD: separação física entre professor e aluno, sendo que é isso que o difere do ensino presencial; influência da organização educacional (planejamento, sistematização, plano, organização dirigida); utilização de meios técnicos de comunicação para unir professor e aluno; previsão de uma comunicação de mão dupla e possibilidade de encontros presenciais com propósito didático e de socialização. Aqui o autor destaca a distância física e a possibilidade dos encontros presenciais. Agora, para Romiszowski (1993) citado por Guarezi (2012) EaD é qualquer metodologia de ensino que elimina as barreiras da comunicação e para Aretio (1994) citado por Guarezi (2012), é um sistema de comunicação bidirecional que substitui a interação pessoal, em sala de aula, entre professor e aluno, de modo a propiciar a aprendizagem autônoma dos alunos.

Os últimos destacam a eliminação da presença física, a ainda ressaltam a autonomia do aluno, através do ambiente de aprendizagem, onde o aluno passa a aprender no seu tempo e espaço, a partir de suas experiências. Chaves (1999) citado por Guarezi (2012), também destaca essa distância, pois para ela a EaD ocorre quando o ensinante e o aprendente estão separados (no tempo ou no espaço). No sentido que a expressão assume hoje, enfatiza-se mais a distância no espaço, não uma distância efetiva, e propõe-se que ela seja contornada através do uso de tecnologias de telecomunicação.

            Estes são conceitos apresentados por teóricos do assunto, mas no Brasil, qual a definição dada para o educação à distância e em qual documento foi registrado? Podemos encontrar esse conceito no Decreto nº 5.622/2005 do Ministério da Educação, em que caracterizou a “EaD como modalidade educacional na qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização dos meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos”.

            A partir dos conceitos estudados, observamos algumas semelhanças, pois todos destacam a separação física entre professor e aluno e a utilização dos meios e recursos afim de facilitar a comunicação e o processo de ensino aprendizagem, porém sabemos que os conceitos evoluem e se tornam mais condizentes com a realidade atual, não desvalorizando o conceitos anteriores, muito pelo contrário, apenas afim de complementar e expor novas características desse contexto.

 

Características da Educação a Distância

 

A educação a distância se difere e muito da educação presencial, considerando todos os processos percorridos, passando pelo papel do tutor e aluno nesse contexto. O que destacamos aqui são algumas ideias complementares as abordadas no conceito de educação a distância.

Sabendo que a EaD é hoje considerada como a tecnologia da esperança, já que ela possibilita o acesso a um maior número de pessoas e ainda modifica o processo de ensino e aprendizagem, onde o professor deixa de ser apenas o transmissor de conteúdos, e o aluno deixa de ser passivo nesse processo. A partir daí, destacamos abaixo algumas características, que podem ser organizadas sob o ponto de vista da autonomia, da comunicação e do processo tecnológico:

- Alunos e professores não precisam estar no mesmo espaço e tempo:

Neste a educação não se limita ao espaço físico, já que a educação vai muito além dos muros escolares, a educação deverá ser contínua e multicultural. Segundo Mill (2015, p.23) “a grosso modo, a EaD é uma modalidade que apresenta, como característica essencial, a proposta de ensinar e aprender sem que professores e alunos precisem estar no mesmo local e tempo”. O fator espaço e tempo não é um limitador para que a aprendizagem ocorra, muito pelo contrário, o estudo da EaD é planejado, e conta com a mediação de diferentes ferramentas e tecnologia, e com isso consegue atingir mais pessoas que se encontram em condições desfavoráveis.

- Tecnologia a serviço da aprendizagem:

Hoje o domínio da tecnologia da informação e comunicação é indispensável, e mais necessário ainda é saber utilizar tudo isso a favor da educação, contribuindo para o processo de ensino e aprendizagem. Segundo Ribeiro (2014, p.14) “a EaD envolve as tecnologias que permitem a transmissão de dados, imagens e/ou sons, utilizando-se de voz/áudio, vídeo/imagem, dados e impressos”.  Destacando também o uso da Internet que facilita esse espaço de troca e produção coletiva de conhecimento e informação, entre os envolvidos, e tudo isso pode ocorrer fora do horário de aula.

- Autonomia do aluno:

            Sabemos que autonomia é algo que é construímos ao longo da vida, mas a educação a distância pode contribuir para a formação deste indivíduo, buscando desenvolver um aprendizado contínuo, flexível, reflexivo e inovador, centrado no aluno, na construção de saberes articulado às experiências vividas.

Para que o aluno desenvolva uma aprendizagem autônoma é importante a integração entre professores e alunos, de forma mais dinâmica e atrativa, através do uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs), que segundo Moran (2009) o professor deve se torna um incentivador dos alunos na instigante aventura do conhecimento. Neste contexto o aluno precisa se sentir motivado e incentivado para desenvolver sua autonomia, visando a efetivação da sua aprendizagem.

- Aprendizagem colaborativa e cooperativa:

Alguns autores tratam estes termos como sinônimos, por possuírem características similares, mas trataremos como distintas, através de uma definição, que tanto a aprendizagem colaborativa quando cooperativa pode ser desenvolvida tanto no ensino presencial quanto a distância, o que muda é que na EaD com o uso dos recursos essas se tornam mais potencializadas, dando mais oportunidades para o desenvolvimento nesse ambiente.

Neste busca-se promover o encorajamento das interações educacionais entre os envolvidos – professor aluno, aluno-aluno, tentando juntos trabalhar na construção e reconstrução do conhecimento, a partir do intercâmbio de ideias, da participação de projetos, e das pesquisas em conjunto, saindo da perspectiva individual, da fragmentação do conhecimento. Segundo Pallof e Pratt “Quando os alunos trabalham em conjunto, isto é, colaborativamente, produzem um conhecimento mais profundo e, ao mesmo tempo, deixam de ser independentes para se tornarem interdependentes” (2002, p. 141).

Aprender a trabalhar em grupo, não é fácil, mas certamente só temos a ganhar com isso, pois através desse temos a oportunidade de compartilhar e trocar novas ideias, agregando novos conceitos, incorporando novas assimilações em nosso aprendizado. Quanto a aprendizagem colaborativa podemos dizer que é muito ampla e complexa, é uma filosofia e estilo de vida, enquanto a aprendizagem cooperativa, tem seu foco no produto, não no processo, neste o professor define as coordenadas das atividades, diferente do trabalho colaborativo - em que os alunos se organizam e definem seus papéis, existe diferença no envolvimento do professor, ele tem outra postura. Mas em ambas os alunos se tornam mais ativos no processo de aprendizagem, ensinando e aprendendo através da troca de experiências compartilhadas, desenvolvendo o intelectual e o social.

- Interação e Interatividade:

            A interação se refere as trocas entre os sujeitos, é um processo comunicativo centrado na relação dialógica entre os envolvidos, e sem esse a aprendizagem não acontece, já a interatividade se refere ao meio, ao uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs), o objeto do conhecimento. É preciso, segundo BELLONI (2006),

esclarecer com precisão a diferença entre conceito sociológico de interação – ação recíproca entre dois ou mais atores onde ocorre a intersubjetividade, isto é, encontro entre dois sujeitos – que pode ser direta ou indireta (mediatizada por algum veículo técnico de comunicação, por exemplo, carta ou telefone); e a interatividade, termo que vem sendo usado indistintamente com dois significados diferentes em geral confundidos: de um lado a potencialidades técnica oferecida por determinado meio (por exemplo CD-ROMs de consulta, hipertextos e em geral, ou jogos informatizados), e, de outro, a atividade humana, do usuário, de agir sobre a máquina, e de receber em troca uma “retroação” da máquina sobre ele (p. 58).

            Com todos os recursos hoje disponíveis, nos faz refletir, sobre a distância existente entre professor e aluno nesse processo educacional, já que estamos revolucionando o conceito de distância e as possibilidades de comunicação, tanto de interação quanto de interatividade, que deve ser pautada numa proposta pedagógica adequada. Não será citado aqui os diversos meios de interatividade, mas sim que estes devem buscar diminuir a separação física existente , redimensionando a relação espaço-tempo, buscando atender aos diferentes estilos de aprendizagem e às diferentes realidades. 

- Avaliação contínua e diagnóstica:

            Avaliar no ensino a distância é um dos pontos mais desafiadores, visto que os indicadores de avaliação são diferentes, não se tem os indicadores verbais e visuais como no presencial. Avaliar é averiguar e atribuir um “valor” a algo, porém isso é muito subjetivo, depende muito do perfil do avaliador, sua postura, conduta, normas e valores, sendo que aqui a verificação passa a ser um produto da avaliação, a avaliação envolve tomada de decisão baseado nos dados quantitativos e qualitativos sobre o desempenho do aluno.

               Porém, o fator avaliação deve estar alinhado as diretrizes educacionais da EaD, que respondem o como avaliar, a concepção de escola, homem e mundo que queremos, ela não deve ser considerada como um fim mas um meio de verificação. Segundo Guarezi (2012, p. 124),

“a avaliação não pode ter um fim nela mesma. Deve fazer parte de todo processo de aprendizagem do aluno de forma a contribuir com sua formação, e não simplesmente que lhe dê resultados quantitativos no final do processo. Ela deve agir como estimuladora do crescimento do aprendiz e de todos os envolvidos em seu processo educacional. Assim, deve-se entender que tudo o que fazemos deve ser avaliado”.

Na EaD a avaliação deve ser contínua, não se encerra ou não se limita apenas a uma atividade, ela deve acompanhar o aluno em todo o processo (desempenho) de ensino e aprendizagem, já que a avaliação é algo dinâmico. Porém, ela deve levar em consideração todos os fatores envolvidos: o conteúdo, a metodologia, a mediação pedagógica, os meios, as estratégias e as ferramentas adotadas no processo de ensino e aprendizagem, pois a responsabilidade pelo sucesso ou fracasso não depende apenas do aluno, mas de todos envolvidos.

Quanto a avaliação diagnóstica, ela tem a função investigativa, busca averiguar o aluno no seu processo de aprendizagem, através do levantamento dos conhecimentos prévios, aptidões e competências. Segundo Guarezi (2012, p. 125),

a função da avaliação diagnóstica é averiguar onde se encontra o aluno diante das aprendizagens que lhe serão propostas e as que ele já possui. [...] seria identificar as zonas de aprendizagem proximal e real. Esse diagnóstico é um importante aliado na definição das estratégias educacionais, diminuindo as dificuldades na construção e reelaboração dos conhecimentos.

                Podemos dizer que essa avaliação permite a verificação dos pontos fortes e fracos de cada aluno, auxiliando na escolha da metodologia mais adequada as características apresentadas, e isso é fundamental que seja considerado, pois previne futuras dificuldades de aprendizagem dos alunos, e para que as ações pedagógicas não sejam tardias.

 

PAPEL DO PROFESSOR-TUTOR NA EaD

 

            Ser professor é um desafio e com a inserção e o avanço dos recursos tecnológicos em sala de aula, o desafio se tornou ainda maior, pois a postura desse profissional também evoluiu, tanto em nível de conhecimentos técnicos quanto tecnológicos e isso é muito visível na função do professor e tutor EaD. Nesse ambiente ambos são professores, porém o que difere são as funções de cada um, o professor conteudista está mais voltado a elaboração das estratégias pedagógicas e conteúdos a serem desenvolvidos em cada módulo e/ou disciplina, já o professor- tutor fará a mediação pedagógica para que o aluno consiga desenvolver o que foi proposto como atividade, além de acompanhar o aluno no seu processo de aprendizagem. Segundo RIBEIRO (2014, p.50)

Assim, o papel do tutor é centrado no “fazer aprender”, na criação e gestão e na regulação das situações de aprendizagem. A função do tutor nas Instituições de ensino pode receber as seguintes denominações: tutor virtual, tutor eletrônico, mentor, tutor presencial, tutor de sala de aula, tutor local, orientador acadêmico, animador e diversas outras.

 

Existem muitas denominações para a função de professor-tutor, porque na EaD, nem sempre o autor do conteúdo é o que irá acompanhar e direcionar o conteúdo aos alunos, o que se destaca é que o professor-tutor assume diversas funções: seja ela pedagógica, gerencial, social e técnica, pois aqui ele tem o desafio de integrar o aluno ao tecnológico, o individual ao social e grupal, buscando desenvolver as competências individuais através de um trabalho colaborativo, promovendo a interatividade, para dar sustentação ao conjunto de aprendizagens pretendidas. Segundo Guarezi (2012, p. 122)

 

Nos cursos a distância, cabe ao tutor promover o exercício da interatividade e da colaboração, incentivando o intercâmbio de experiências entre os alunos, privilegiando e reforçando a comunicação em grupos, em respeito às diferenças individuais. A construção do conhecimento deverá ocorrer pela integração dos conteúdos à prática, com apoio motivacional dos tutores, por meio do estímulo para o estudo, da autoavaliação e da valorização dos resultados obtidos.

 

O tutor deve ser considerado como “presença a distância”, levando ao aluno a compreender e a respeitar o curso, fortalecendo os relacionamentos a favor da aprendizagem, valendo-se do incentivo ao estudo e a pesquisa, do compartilhamento de informações, da provocação de reflexões e discussões e da busca por esclarecimentos, ou seja, o tutor deve fazer com o que o aluno se sinta valorizado e acompanhado, não se sinta solitário nesse processo de ensino e aprendizagem. Segundo Maia (2007, p. 90)

O tutor é responsável por gerar um senso de comunidade na turma que conduz, e por isso deve ter um elevado grau de inteligência interpessoal. Nessas circunstâncias ele desempenha um papel social, e para isto deve conhecer o máximo possível de seu público alvo. Uma das funções mais importantes do tutor é dar feedback constante a seus alunos. Em sala de aula, é possível dar feedback automático para os alunos [...], já à distância o aluno se sente  mais abandonado, e os canais são reduzidos, portanto o feedback do professor torna-se um elemento crítico para reforçar o aprendizado.

O professor-tutor tem importantes funções e estar lado a lado, para que o aluno não se sinta abandonado também é uma delas, o professor deixa de ser o protagonista nesse processo, e passa a ser o orientador, o coordenador, o facilitador e mediador da aprendizagem, é uma mudança de paradigma, que exige uma nova postura e reflexão sobre as formas de ensinar e aprender. Segundo Kenski,

Nessa perspectiva não resta apenas ao sujeito adquirir conhecimentos operacionais para poder desfrutar das possibilidades interativas com as novas tecnologias. O impacto das novas tecnologias reflete-se de maneira ampliada sobre a própria natureza do que é ciência, do que é conhecimento. Exige uma reflexão profunda sobre as concepções do que é o saber e sobre as formas de ensinar e aprender. (KENSKI, 2003, p.75).

O trabalho do professor-tutor vai muito além do domínio e inserção das novas tecnologias, e a partir dessas profundas reflexões, busca-se propor novos caminhos para troca de conhecimentos e saberes, através da construção coletiva, onde o aluno perca o medo errar e compartilhar, respeitando a bagagem e experiência de cada indivíduo, e é nesse processo que reside o saber e o conhecimento, que segundo Lévy (1999), “os indivíduos toleram cada vez menos seguir cursos uniformes ou rígidos que não correspondem a suas necessidades reais e à especificidade de seu trajeto de vida” (p.169).

A EaD tem esse propósito de valorização dos conhecimentos dos alunos, e o tutor pode fazer uma ponte entre esses conhecimentos e as atividades propostas, buscando desenvolver uma pedagogia que liberta e transforma, que segundo Freire "não é no silêncio que os homens se fazem, mas na palavra, no trabalho, na ação-reflexão" (1987, p. 78).

Na Ead os alunos precisam se sentir desafiados e motivados, e o tutor deve procurar adaptar as informações aos contextos de vida de cada indivíduo, tentando ampliar o grau de compreensão e criação de novas sínteses, favorecendo processos formativos, através da coordenação e mediação da aprendizagem, além de promover capacidades humanas do aluno, visto de forma mais ampla, o tutor deve conhecer caminhos e estar atento a novas concepções de mundo ditadas pelos alunos. Resumidamente, segundo Beloni (2006) e Silva (2009) citado por VELLOSO (2015), podemos destacar como papel do tutor:

despertar o caráter autônomo dos alunos; perceber que as experiências dos alunos são fundamentais na construção do processo de ensino; participar das atividades como construtores e facilitadores; ensinar aos alunos como aprender sem desempenhar o papel principal no processo de ensino.

 

Porém, para que isso ocorra é preciso considerar todo o contexto em que estamos inseridos, que apesar de não ser novo como visto anteriormente, nos remete a cada dia a novas ações e reflexões, na busca por melhorias no processo de ensinar e aprender, além de atuar na construção de uma identidade mais sólida e em sintonia com o desempenho exercido.

 

PAPEL DO ALUNO NA EaD

 

Para falar no papel do aluno é importante destacar as oportunidades de aprendizagem oferecidas a eles, ou seja, como o aluno aprende e as diferenças existentes nesse processo de ensino e aprendizagem, que certamente interferem na postura e formação do indivíduo, considerando suas características, relações existentes e o meio que está inserido.

No ensino tradicional, o aluno adota uma postura passiva, seguida do ritmo do professor, onde o professor é o transmissor de conteúdos e o aluno o depositário, existe uma certa dependência do professor e os conteúdos nem sempre são contextualizados com a realidade do aluno, desconsiderando a vivência e experiência de cada indivíduo. Segundo Oliveira (2012, p.23) “o desafio que se impõe é a transição de um paradigma conservador que predominou nos últimos séculos para um novo paradigma emergente – que venha proporcionar a renovação de atitudes, valores e crenças exigidos neste início do século”.

Já no ensino a distância, o aluno assume uma nova postura, não mais passivo no processo de aprendizagem, o aluno passa a ser o protagonista nesse processo, buscando fugir de uma aprendizagem mecânica e tradicional, no qual o aluno absorve as informações, porém não faz relações e associações com os conceitos, ou seja, desenvolve-se apenas a decoreba, tendo como objetivo principal apenas um avanço de fase, de série, não de aprendizagem e conhecimento, o que se pretende nesse novo contexto é uma aprendizagem para a vida toda, que seja significativa, integral, colaborativa e cooperativa, que realmente faça a diferença na formação do aluno. Considerando a importância da relação e integração dos conhecimentos na estrutura cognitiva, Ausubel (1985) citado por LAKOMY (2014), enfatiza a diferença entre aprendizagem mecânica e aprendizagem significativa:

na aprendizagem mecânica, somos capazes de absorver novas informações sem, no entanto, associá-las a conceitos já existentes em nossa estrutura cognitiva, por exemplo, quando uma criança decora uma poesia sem entende-la, ela não é capaz de relacionar o conteúdo da poesia com algum conhecimento que já possui na sua estrutura cognitiva e, assim, efetuar uma nova aprendizagem. Na aprendizagem significativa, nós relacionamos um novo conteúdo, ideia ou informação com conceitos na nossa estrutura cognitiva (pontos de ancoragem para a aprendizagem).(p. 48)

 

                A aprendizagem significativa está relacionada aos pontos de ancoragem, que são formados através da incorporação de novos conceitos, ideias, informações à nossa estrutura cognitiva, para que possamos aprender algo novo, fazendo associações dos conhecimentos prévios com os novos, e esse tipo de conhecimento levamos para toda vida, não é apenas uma decoreba de conteúdos.

                Por se tratar do ensino a distância é importante destacar também a afetividade existente nas relações, pois apesar de não estarem no mesmo espaço físico, existe uma relação entre professor e aluno, entre aluno e aluno, existe uma teia de relações, que segundo Wallon (2005) afetividade e inteligência se desenvolvem juntas, já que ambas estão a serviço da construção de um sujeito afetivo, concreto e social.

                E cabe a educação desenvolver estes aspectos, sendo a educação um fato social, deve refletir a realidade concreta na qual o aluno vive e atua e, procurará modificar. A educação cabe integrar a formação e inserção no indivíduo na sociedade, a partir de uma sociedade contextualizada, no qual os métodos pedagógicos devem estar alinhados a esses enfoques, promovendo uma educação capaz de estimular a autonomia, a pesquisa, práticas complexas e interativas, desenvolvendo competências e habilidades para uma aprendizagem significativa.

            A EaD possibilita ao aluno desenvolver sua autonomia e interdependência, proporcionando certa liberdade no seu processo de aprendizagem, pois ele pode criar e recriar o tempo todo, através das relações e interações desenvolvidas através do uso das ferramentas de comunicação e informação, a EaD apresenta um universo de possibilidades ao aluno,  depende muito é do comprometimento do aluno em querer fazer, aprender, buscar e interagir, claro que a educação deve proporcionar e fazer o seu papel para que se possa desenvolver um processo educativo eficiente e de qualidade, onde o aluno consiga realizar uma aprendizagem efetiva e interdisciplinar.

            O que podemos dizer é que diante desse cenário, o papel do aluno muda completamente, ele passa a ser mais atuante no seu processo de aprendizagem, e isso acontece em outro tempo, espaço e ritmo, que não são mais ditadas pelo professor, o aluno é mais autônomo e independente, ele passa a ser responsável pela sua organização, planejamento e disciplina. Segundo RIBEIRO (2014) a aprendizagem autônoma apresenta algumas vantagens:

“permite aprender melhor e buscar maior aprofundamento nos assuntos de interesse; contribui para enriquecer os conhecimentos dos alunos; possibilita que os participantes do curso aprendam a se libertar da dependência da equipe docente; possibilita que os alunos descubram formas alternativas de construir o conhecimento”. (p.48)

Ao mesmo tempo em que apresenta uma série de vantagens, também requer mais atenção aos feedbacks dos docentes, mais clareza nas instruções, possibilidade de problemas técnicos, precisa de motivação para aprender e buscar sair da oralidade para a linguagem escrita, o aluno tem que ter clareza de que ele é o principal responsável pelo seu aprendizado, pela construção do seu conhecimento, através de suas interações com o objeto/conhecimento e pelas relações que estabelece com os outros.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

A Educação a Distância é um tema que vem crescendo muito no Brasil e no mundo, tanto em termos de discussões quanto de abrangência e evolução a nível institucional, por isso se faz necessário discutir, refletir, analisar esse contexto, que apesar de não ser novo, ainda precisa de esclarecimentos sobre seu real conceito, evitando distorções sobre sua definição.

Sabemos que fazer educação não é fácil, ainda mais quando não temos o aluno face a face, e mediado pelo uso das tecnologias da informação e comunicação (TICs), por isso se torna imprescindível buscar conhecer e se aprofundar sobre os temas que permeiam a EaD, que seguidamente apresentam novidades.

Esta nos apresenta uma série de vantagens que devem ser valorizadas e respeitadas, conforme legitimado na lei brasileira, o que não podemos é desconsiderar tudo isso, pois seria um retrocesso, o que devemos é aprimorar e melhorar esse processo de ensino, visto como um universo rico de possibilidades, o que precisamos é acreditar na mudança, e buscar desenvolver um trabalho de qualidade, onde o objetivo seja o aprendizado significativo desenvolvido de forma colaborativa e interdisciplinar.

Porém para que a mudança ocorra, é preciso uma mudança de paradigma, não é fazer um ensino tradicional mediado pelas tecnologias, não queremos formar um indivíduo na base da decoreba, e com um conteúdo descontextualizado da trajetória de vida dos alunos, o que se pretende através da EaD é o desenvolvimento de um conhecimento baseado nas vivências e experiências do aluno, onde o aluno perca o medo de errar e compartilhar, que ele possa construir e reconstruir seu conhecimento, fazer assimilações e associações, incorporação de novas ancoragens a sua estrutura cognitiva, através das interações e interatividade realizadas com os sujeitos e com o meio, que desperte seus saberes.

Não existe resposta uma única resposta ou uma resposta pronta para aplicar e desenvolver tudo isso, mas é na prática diária, na busca por aprender a aprender, e aprender a ensinar que só constrói um ambiente melhor, que desenvolva a afetividade, é uma construção coletiva, onde todos os envolvidos podem contribuir nesse processo de ensino e aprendizagem.

Na EaD a relação de tempo, espaço e distância é visto de outra forma, não como entraves ou dificuldades para o aprendizado, porque a educação vai muito além dos muros escolares, muito pelo contrário, esse ambiente permite ao aluno o desenvolvimento de sua autonomia, propicia certa liberdade de ação e reflexão, pois o tutor aqui é um orientador na construção do conhecimento.

 

REFERÊNCIAS

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Disponível em : http://www.abed.org.br/revistacientifica/Revista_PDF_Doc/2011/Artigo_07.pdf.

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FARIA, Adriano Antônio; LOPES, Luís Fernando. O que é quem da EaD: história e fundamentos. Curitiba: InterSaberes, 2013.

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RABELLO, Cíntia Regina Lacerda. Aprendizagem na Educação a Distância: Dificuldades dos discentes de licenciatura em ciências biológicas na modalidade semipresencial. Disponível em: https://crlrabello.files.wordpress.com/2010/06/tese-cintia-rabello1.pdf. Acesso em 20/10/2015.

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VELLOSO, Andrea; LANNES, Denise e BARROS, Solange. O papel do tutor na EaD...Tutoria a distância: diferentes funções, diferentes competências. Disponível em:

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Wallon, h. A evolução psicológica da criança. São Paulo: Edições 70, 2005.

 


[1] Mestranda em Educação Unilasalle. Especialista em Gestão Educacional UFRGS, Especialista em  Orientação Educacional Uninter, Especialista em Gestão Pessoas Fapa, Especialista Administração de Empresas e Pedagoga Multimeios e Informática Educativa PUCRS.

 

 

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