06/06/2017

O impacto da prática do Kung Fu no desenvolvimento motor de escolares de 7 a 8 anos

O IMPACTO DA PRÁTICA DO KUNG FU NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE ESCOLARES ENTRE 7 E 8 ANOS                                               

MELO, Alexandre Moraes¹

LIMA, Adriano Vieira¹ 

BARBOSA, Almirando¹

GONÇALVES, Antonio Carlos¹  

ZUNTINI, Ana Carolina Siqueira²

¹Discentes do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ítalo Brasileiro

²Orientadora, Docente do Curso de Educação Física do Centro Universitário Ítalo Brasileiro

RESUMO

O objetivo é avaliar o impacto da prática do Kung Fu no desenvolvimento motor de escolares entre 7 e 8 anos. Para isso, foi realizada uma pesquisa de campo utilizando o instrumento metodológico a Matriz de análise dos padrões fundamentais, proposto por GALLAHUE & OZUMN (2001) e a EDM (escala de desenvolvimento motor) de ROSA NETO (2002), foram analisadas 16 crianças de uma população de 40 alunos entre 7 e 8 anos, estudantes de um colégio estadual da Zona Sul de São Paulo. Iniciamos pela descoberta da idade motora de cada criança. Essa relação entre idade cronológica e a idade motora ganha destaque durante o período das fases inicias do desenvolvimento da criança. Crianças com déficit de atenção e hiperatividade mostram resultados expressivos com relação à melhora da motricidade global em relação a todos outros elementos da motricidade avaliados. Os resultados aqui apontados mostraram que o Kung Fu, se inserido nas aulas de Educação Física Escolar, pode de fato estimular o desenvolvimento motor das crianças, contribuindo para a aquisição das habilidades globais.

Palavras-chave: Kung fu no desenvolvimento motor de escolares.

ABSTRACT

The objective is to evaluate the impact of Kung Fu practice on the motor development of schoolchildren between 7 and 8 years old. In order to do this, a field research was carried out using the methodological tool, the matrix of analysis of the fundamental standards, proposed by GALLAHUE & OZUMN (2001) and the EDM (motor development scale) of ROSA NETO (2002). A population of 40 students between 7 and 8 years old, students of a state college in the South Zone of São Paulo, and the theoretical reference was based on Unicamp's Virtual Libraries System (SBU); Having as keywords for research (uni-terms): Keywords: "Kung Fu, in the Motor Development of the Child; Sport and Motor Development ". We began by discovering the motor age of each child. This relationship between chronological age and motor age is highlighted during the early stages of child development. Children with attention deficit hyperactivity disorder show significant results in relation to overall motor mobility improvement in relation to all other motricity elements evaluated. The results showed that Kung Fu, if inserted in the classes of Physical Education School, can actually stimulate children's motor development, contributing to the acquisition of global skills.

Keywords: KUNG FU IN SCHOOL MOTOR DEVELOPMENT.

INTRODUÇÃO

Ao longo dos anos, a área de estudos sobre desenvolvimento motor tem sido alvo da atenção de um grande número de pesquisadores (CLARK, 1994; GALLAHUE, 1989; HAYWOOD, 1986; e outros).

         Em relação à disciplina Educação Física, os Parâmetros Curriculares Nacionais, afirmam que a concepção de cultura corporal amplia a contribuição da Educação Física escolar para o pleno exercício da cidadania, na medida em que dá direito para todos ao acesso de conteúdos e capacidades que se propõem a desenvolver como produtos socioculturais. É adotada também uma perspectiva metodológica de ensino e aprendizagem que busca o desenvolvimento da autonomia, a cooperação, a participação social e a afirmação de valores e princípios democráticos (BRASIL, 1998). Em seu livro, LANÇANOVA (2006) diz que a prática em uma modalidade de luta ou arte marcial pode apresentar mais benefícios em um aspecto que a prática em outra atividade.

O Kung Fu possibilita ao praticante, conhecer a natureza da própria mente, e, por meio desse conhecimento, buscar o autodomínio. As técnicas das Artes Marciais foram desenvolvidas baseadas nas forças que regem o Universo (Ying e Yang). Os antigos guerreiros não treinavam apenas sistemas de lutas ou de armas, eles também eram obrigados a ter profundos conhecimentos filosóficos, escreverem poesias e a tocarem pelo menos um instrumento, para aprenderem a ser flexíveis e homens cultos (LANÇANOVA, 2006).

As lutas, como conteúdo da Educação Física Escolar, visam tão somente à vivência dos alunos nessa prática corporal, de tal forma que venha a contribuir para seu desenvolvimento integral, ou seja, cognitivo, afetivo e psicomotor, pois esse é o propósito da Educação Física Escolar, independente da prática corporal, proporcionar por meio desta, uma contribuição para o processo educativo do ser humano (BONATTO, 2011).

A CRIANÇA E SEU DESENVOLVIMENTO MOTOR NA ESCOLA

CAETANO et al (2005) argumentam que na escola ocorre uma importante fase de aquisição e aperfeiçoamento, das posturas, das habilidades motoras, das formas de movimento e combinações dos mesmos, que possibilitam a criança dominar seu corpo.

O desenvolvimento motor se relaciona com a coordenação de movimentos amplos e finos. Movimentos que envolvem os músculos grandes do corpo são chamados de habilidades motoras amplas. Por exemplo: arrastar, engatinhar, andar, saltar, correr, chutar, arremessar bola, etc. As atividades motoras finas envolvem o uso das mãos e dedos. Por exemplo: preensão, encaixe, empilhamento, caneta, lápis, cola, tesoura, etc. À medida que a criança cresce, sua habilidade motora vai-se aprimorando e a capacidade de controlar seus músculos e mover-se com desenvoltura aumenta consideravelmente GALLAHUE; OZMUN (2001).

Os estímulos são importantes, mas é necessário tomar o cuidado e não forçar este processo de maturação. É preciso que músculos, ossos e sistema nervoso tenham atingido determinado estágio de desenvolvimento para que, naturalmente, a criança possa desempenhar atividades específicas. O desenvolvimento motor de acordo com GALLAHUE E OZMUN (2001) é a alteração no comportamento ao longo da vida, realizado pela interação entre as necessidades da tarefa, a biologia do indivíduo e as condições do ambiente. Esse desenvolvimento é um processo contínuo que começa na concepção e cessa com a morte.

O conhecimento dos processos de desenvolvimento é importante para que os educadores possam incorporar experiências de aprendizado apropriadas às pessoas de acordo com sua idade cronológica e para os níveis de desenvolvimento dos indivíduos que estão sendo ensinados, pois o desenvolvimento é relacionado à idade, mas não depende dela. Segundo DORNELLAS (2004), a psicomotricidade é educação do movimento, para o movimento e pelo movimento, sendo assim, uma forma do indivíduo se auto-conhecer e conhecer seu ambiente próximo, para atuar, demonstrando adaptação. Uma vez que a criança toma consciência de seu corpo, da sua lateralidade, de sua relação com o espaço e o tempo, coordenando adequadamente os seus movimentos através da psicomotricidade, ela deve ser valorizada.

Nessa perspectiva, partiu-se da seguinte questão norteadora: A quantidade e qualidade de estímulos motores recebidos nas aulas de Educação física que tem artes marciais, são suficientes para causar modificações significativas no desenvolvimento dessas crianças? Assim, o presente estudo teve por objetivo avaliar o impacto da prática do Kung Fu no desenvolvimento motor de escolares entre 7 e 8 anos.

MÉTODOLOGIA E MATERIAIS

O presente estudo foi uma pesquisa de campo de cunho quantitativo com amostragem não probabilística por conveniência, cuja coleta dos dados só foi realizada após autorização dos pais ou responsáveis pela criança, concedido por meio do preenchimento de um termo de consentimento livre e esclarecido que explicava a finalidade e as etapas a serem cumpridas. A realização da avaliação motora foi de acordo com a disponibilidade da escola, coordenação, professora e da criança, tomando cuidado para que seu aprendizado não fosse atrapalhado.

Iniciou-se a investigação motora em um processo longitudinal de 3 meses entre o teste e reteste. A partir de uma população de 40 alunos, participaram da pesquisa como amostra 16 crianças (8 meninos e 8 meninas) de 7 e 8 anos de idade, todos regularmente matriculados na educação fundamental em uma escola pública da rede de ensino da cidade de São Paulo. As crianças foram selecionadas por terem maiores dificuldades motoras, segundo informações passada pela professora de Educação Física, e para confirmar estas informações foram aplicados os testes nestas crianças, como instrumento de coleta de dados optou-se pela (EDM) Escala de Desenvolvimento Motor (ROSA NETO, 2002), no qual foi possível avaliar o desempenho motor das crianças.

PROCEDIMENTOS

Conforme orienta o autor (ROSA NETO, 2002) as crianças foram encaminhadas individualmente a uma sala vazia dentro da escola, reservada para os testes motores. Os testes foram realizados aproximadamente com 10 minutos de duração em cada criança avaliada, de maneira que numa única sessão todos os elementos da motricidade foram avaliados, com foco exclusivo no desenvolvimento global, coordenação, equilíbrio, orientação espacial, lateralidade, óculo-manual, permanecendo as crianças com o uniforme da escola, retirando somente os calçados que poderiam intervir na execução do movimento nos testes de motricidade global, coordenação e equilíbrio.

A sala reservada para os testes era uma sala normal de aula onde o silêncio e a tranquilidade predominava, evitando qualquer possibilidade de desvio da atenção do avaliado dando margem para erros nos resultados.

Os participantes foram avaliados a partir do teste correspondente a 1 ano anterior a sua idade e 1 ano após sua idade cronológica, afim de determinar sua idade motora atual no dia do teste em cada elemento da motricidade, só sendo interrompida a avaliação quando não alcançasse êxito na tarefa proposta, pois eram submetidos a fazerem os testes em 3 vezes, para determinar a idade motora de cada um, ou seja para criança com 7 anos foram feitos testes de 7 anos, 6 anos e 8 anos. Para criança com 8 anos, foram feitos teste para 7 anos, 8 anos e 9 anos.

O resultado final alcançado recebe o nome de idade motora, posteriormente comparada com a idade cronológica, determinando-se sua classificação de avanço ou atraso motor.

Por meio dos testes aplicados em crianças de 7 e 8 anos, foi feita uma avaliação afim de detectar o desenvolvimento motor da criança, e suas habilidades no período entre um teste e outro. Os alunos que foram selecionados para o treinamento em luta (Kung Fu), tiveram menor desempenho nos testes realizados de acordo com EDM (escala de desenvolvimento motor), ROSA NETO (2002) a fim de melhorar o desenvolvimento motor das crianças com déficit nas habilidades globais.

 Foram utilizados materiais fornecidos pelos pesquisadores e pela escola, como tatames, cadeiras, corda, colchonetes, além de espaços como quadra, sala de aula e pátio. As crianças foram separadas em dois grupos, meninos e meninas de 7 e 8 anos para a realização dos testes, onde o grupo com maior déficit de habilidades motoras globais, foram selecionados para as aulas práticas de Kung Fu que eram realizadas 2 vezes na semana, durante 40 minutos, ministradas pelo Professor Almirando Barbosa, faixa preta de Kung Fu 2°Dhuen, e acompanhadas pelos responsáveis da pesquisa, durante um período total de 2 meses. O outro grupo chamado de grupo controle, seguiram sua vida cotidiana escolar normalmente, pois se mantiveram na média de acertos nos testes realizados.

Os testes foram realizados em ordem e de acordo com a idade cronológica de cada criança, buscando saber em que fase motora se encontrava e como estava o seu acervo motor, o desenvolvimento e em que estágio se encontrava estas crianças, de acordo com GALLAHUE E OZUMN (2001).

Os testes seguiram o proposto na escala EDM (Escala de Desenvolvimento Motor) desenvolvida por ROSA NETO (2002).

Foram utilizados os seguintes testes:

Teste 1 - Caminhar em linha reta, para idade de (6 anos).

Com os olhos abertos, percorrer 2 metros em linha reta, posicionando alternadamente o calcanhar de um pé contra a ponta do outro.

Material: marcação no chão da quadra, com giz.

Erros: afastar-se da linha; balanceios; afastar um pé do outro; execução ruim. Tentativas: três.

Teste 2 - Pé Manco, para idade de (7 anos).

Com os olhos abertos, saltar ao longo de uma distância de 5 metros com a perna esquerda, a direita flexionada em ângulo reto com o joelho, os braços relaxados ao longo do corpo. Após um descanso de 30 segundos, o mesmo exercício com a outra perna.

Material: marcação no chão da quadra, com giz.

Erros: distanciar-se mais de 50cm da linha; tocar no chão com a outra perna; balançar os braços. Tentativas: duas para cada perna. Tempo indeterminado.

Teste 3 – Saltar uma altura de 40cm, para idade de (8 anos).

Com os pés juntos: saltar sem impulso uma altura de 40cm.

Material: 2 suportes com uma fita elástica fixada nas extremidades dos mesmos, 40cm.

Erros: tocar no elástico; cair (apesar de não ter tocado no elástico); tocar no chão com as mãos. Tentativas: três no total, sendo que duas deverão ser positivas.

Teste 4Saltar sobre o ar para idade de (9 anos).

Salto no ar, flexionar os joelhos para tocar os calcanhares com as mãos,

Erros: não tocar nos calcanhares. Tentativas: três vezes. Porem, não houve a necessidade para a realização deste teste, pois o objetivo era trabalhar com as crianças abaixo da média.

Tabela 1: Teste 1 (7 anos) – Pé Manco

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 1

7

F

3 x

2

6

Aluno 2

7

F

3 x

3

7

Aluno 3

7

F

3 x

1

6

Aluno 4

7

F

3 x

1

6

Aluno 5

7

M

3 x

2

7

Aluno 6

7

M

3 x

1

6

Aluno 7

7

M

3 x

1

6

Aluno 8

7

M

3 x

2

7

A tabela 1 mostra que após os primeiros testes, alguns alunos destacaram-se mais que os outros Ou seja, tiveram número maior de acertos, os testes mostraram que: 5 alunos estão na idade motora fundamental estagio elementar (abaixo) e 3 alunos estão na idade motora fundamental estágio maduro (normal).

Tabela 2: Teste 1 (8 anos) – Saltar uma altura de 40cm

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 9

8

F

3 x

2

8

Aluno 10

8

F

3 x

1

7

Aluno 11

8

F

3 x

2

8

Aluno 12

8

F

3 x

3

8

Aluno 13

8

M

3 x

2

8

Aluno 14

8

M

3 x

1

7

Aluno 15

8

M

3 x

1

7

Aluno 16

8

M

3 x

1

7

 

A tabela 2 evidencia que após os primeiros testes, alguns alunos destacaram-se mais que os outros. Assim, os testes mostraram que 4 alunos estão na idade motora fundamental, estágio maduro (abaixo), e 4 alunos estão na idade motora especializada, estágio transitório (normal).

Tabela 3: Alunos selecionados com desempenho abaixo do esperado

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 3

7

F

3 x

1

6

Aluno 4

7

F

3 x

1

6

Aluno 6

7

M

3 x

1

6

Aluno 7

7

M

3 x

1

6

Aluno 10

8

F

3 x

1

7

Aluno 14

8

M

3 x

1

7

Aluno 15

8

M

3 x

1

7

Aluno 16

8

M

3 x

1

7

Para participação nas aulas de Kung Fu, optou-se por selecionar os alunos que estavam abaixo do desenvolvimento motor esperado, considerando os resultados observados na avaliação realizada, conforme na tabela acima.

Tabela 4 – Controle – mostra que os alunos permaneceram na sua idade motora ideal.

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 1

7

F

3 x

2

7

Aluno 2

7

F

3 x

3

7

Aluno 5

7

M

3 x

2

7

Aluno 8

7

M

3 x

2

6

Aluno 9

8

F

3 x

2

8

Aluno 11

8

F

3 x

2

8

Aluno 12

8

F

3 x

3

8

Aluno 13

8

M

3 x

2

8

Grupo controle, os alunos continuaram sua vida cotidiana escolar normalmente após os testes realizados, e não fizeram a prática do Kung Fu, pois a intenção era melhorar o acervo daqueles que realmente estavam com maiores dificuldades em seu desenvolvimento motor.

Uma semana após os testes serem realizados os alunos deram início às aulas programadas da modalidade arte marciais (Kung Fu) com a intenção de melhorar o acervo motor e cognitivo das crianças.  Após um período de 3 meses os alunos foram submetidos a um reteste para identificar o impacto e benefícios que o Kung Fu teve no desenvolvimento motor, além de identificar a idade e fase motora da criança, segundo a ampulheta de GALLAHUE (2002).

Resultado de imagem para desenvolvimento motor de 6 a 8 anos

Figura 1- As fases do desenvolvimento motor GALLAHUE, OZMUN,( 2001)

Tabela 5. Reteste - Grupo Controle alunos de 7 e 8 que seguiram sua vida cotidiana escolar normalmente.

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 1

7

F

3 x

1

6

Aluno 2

7

F

3 x

2

7

Aluno 5

7

M

3 x

3

7

Aluno 8

7

M

3 x

2

7

Aluno 9

8

F

3 x

1

7

Aluno 11

8

F

3 x

2

8

Aluno 12

8

F

3 x

1

7

Aluno 13

8

M

3 x

2

8

 

Após o período do estudo, alguns alunos mantiveram a média de acertos do primeiro teste permanecendo em sua idade motora ideal, outros até regrediram e ficaram abaixo de sua idade motora.

Tabela 6 – Reteste alunos de 7 e 8 anos que praticaram o kung Fu

Nome

Idade Cronológica

Sexo

Testes

Acertos

Idade Motora

Aluno 3

7

F

3 x

3

7

Aluno 4

7

F

3 x

2

7

Aluno 6

7

M

3 x

3

7

Aluno 7

7

M

3 x

3

7

Aluno 10

8

F

3 x

2

8

Aluno 14

8

M

3 x

2

8

Aluno 15

8

M

3 x

3

8

Aluno 16

8

M

3 x

3

8

 

Tabela 7- Conclusão dos testes

           Teste                                                  Reteste

Nome

Sexo

Idade Motora (abaixo)

Idade Motora (ideal)

Aluno 3

F

6

7

Aluno 4

F

6

7

Aluno 6

M

6

7

Aluno 7

M

6

7

Aluno 10

F

7

8

Aluno 14

M

7

8

Aluno 15

M

7

8

Aluno 16

M

7

8

 

Os alunos que praticaram o Kung Fu mostraram um melhor desempenho motor em sua coordenação, equilíbrio, cognitivo, espacial, ou seja, segundo os testes realizados, conforme as tabelas 6 e 7 os resultados mostraram que o kung Fu, ajudou a melhorar o desenvolvimento motor global das crianças com 7 e 8 anos. Por fim, não houve a necessidade em realizar teste de 9 anos da escala (EDM), escala de desenvolvimento motor de ROSA NETO, (2002), já que o objetivo era, deixar as crianças com déficit motor em sua idade motora ideal.

DISCUSSÃO

Segundo ROSA NETO (2002), quando se fala em desenvolvimento motor é possível fazer algumas ligações com a avaliação, a comparação, o resultado e o diagnóstico. Pela avaliação é possível saber qual o estágio motor inicial que a criança se encontra, e quantas dessas crianças, se encontram com maior facilidade de desenvolvimento motor global, obtendo um resultado que nos permite classificar com segurança algum tipo de diagnóstico.

Deve-se estimular uma educação de corpo inteiro, como DE MARCO (apud CAUDURO, 2001, p.88) afirma “eu sinto com minha mente, movimento-me com meu corpo, e movimentando-me com minha mente, sinto com meu corpo”. Não posso falar do meu corpo para meu corpo, sem ser meu corpo.

 (FONSECA, 1995) Dessa forma utilizando-se da educação psicomotora os professores podem contribuir para o desenvolvimento psicomotor dos alunos formandos de uma maneira integral para assim verificar de uma maneira global como está o desenvolvimento psicomotor de crianças em idade escolar.

O estudo mostrou que durante o período entre a 1ª e a 2ª avaliação houve ganhos importantes no desenvolvimento motor do grupo que praticou Kung Fu. A revisão de literatura mostrou que a luta para os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) se inserem na cultura corporal do movimento como um meio diferenciado de ensino e aprendizagem, cuja importância nas aulas de Educação Física se assegura como meio de ensino que pode ser utilizado de forma a aumentar o desenvolvimento motor e cognitivo do aluno, ampliando a área de atuação e de pesquisa do professor e do próprio aluno.

CONCLUSÃO

Os resultados aqui apontados mostraram que o Kung Fu, se inserido nas aulas de Educação Física Escolar, pode de fato estimular o desenvolvimento motor das crianças, contribuindo para a aquisição das habilidades globais.

Referencias:

BONATTO, L.; DARIDO, S. A separação dos conteúdos das “Lutas dos Esportes” na Educação Física escolar: necessidade ou tradição? Pensar a Prática, v. 14, n. 3, p. 117, 2011.

BRASIL, (1998), Ministério da Educação-Parâmetros Curricular Nacional (PCN’s) Ed. Brasília

CAETANO, Maria Joana Duarte.10 out. 2009. Desenvolvimento Motor de Pré-Escolares no Intervalo de 13 Meses. Revista Brasileira de Cine antropometria e Desempenho Humano, São Paulo, n. 2, p.5-13, jul. 2005.

CLARK J. E. Motor development. In: RAMACHANDRAN, A. Encyclopedia of human behavior. San Diego: Academic Press, p.245-255, 1994

DE MARCO; - (apud CAUDURO, 2001, p.88); CAUDURO, M. T. Do caminho da psicomotricidade à formação profissional. Novo Hamburgo: Feevale, 2001.

DORNELLAS JR, D. Treinamento de Karate para crianças de 5 a 7 anos. Monografia apresentada à faculdade de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Campinas-SP, 2004.

FONSECA, V. da. (1995). Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas. Desenvolvimento motor e aprendizagem.

GALLAHUE; OZMUN. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos. São Paulo: Phorte, 2001.

GALLAHUE, D. L. Undertanding motor development: infants, children, adolescents2 ed. Indianópolis: Brown & Benchmark Publishers, 1989.

LANÇANOVA, - J. E. S. Lutas na Educação Física Escolar: alternativas pedagógicas. Monografia- Universidade da Região da Campanha, Alegrete, 2006. 

ROSA NETO, Francisco. Manual de avaliação motora. ESCALA EDM. Porto Alegre: Artmed, 2002.                                                                      

Google Acadêmicos: GALLAHUE; OZMUN. Compreendendo o desenvolvimento motor: bebês, crianças, adolescentes e adultos.

Disponível em: < https://scholar.google.com.br/intl/pt-BR/scholar/about.html, > acesso em 17 abril 2017

HA YWOOD, M.K. Life Span Motor Development. Champaign: Htiman Kinetics, 1986. Desenvolvimento Motor ao Longo da Vida. Disponível em:         <www.rc.unesp.br/ib/efisica/motriz/01n1/2_Giselda_form.pdf > acesso em 21 Abril 2017

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