03/01/2019

O Ikigai na Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A palavra Ikigai tem a sua origem no Sul do Japão de Iki que tem o significado de vida e Kai que significa realização, desejos e expectativas. Assim começa o ano de 2019 para milhões de brasileiros, pois além de ser um novo ano, é também o ano de uma nova gestão em que alguns brasileiros ficam ansiosos por mudanças e os outros receosos com as mesmas, entretanto, cabe aqui torcer para que o melhor aconteça na área da educação que será a base de qualquer mudança significativa.

            O Ikigai significa então uma razão para ser, assim sendo, cabe a pergunta, a educação pública tem feito seus alunos levarem em consideração este questionamento ou simplesmente tem feito deles apenas uma massa de manobra?

            Cabe perceber que se a educação pública tem feito o seu aluno um ser questionador no qual tem o professor como mediador do conhecimento, reforçando o elo entre o conhecimento e a capacidade de discernimento do aluno e levando-o a um protagonismo crítico? Ou apenas mais um número a engrossar a estatística de analfabetismo funcional, tendo neste um ser néscio a acatar qualquer imposição arbitrária?

            A intenção deste texto não é dar respostas a pergunta acima, mas apenas fazer o caro leitor perceber qual tipo de educação pública que nossos alunos têm recebido.

            Eduardo Galeano, foi um jornalista e escritor uruguaio com mais de 40 livros publicados e traduzidos em diversos idiomas, e o mesmo esclarece que "Livre são aqueles que criam, não aqueles que copiam; livres são aqueles que pensam, não aqueles que obedecem. Ensinar é ensinar a duvidar", e nos dias de educação pública sofrível, a dúvida já não existe mais.

            O professor já não mais estimula a pesquisa e tampouco incentiva ao aluno a busca de seu próprio conhecimento e este mesmo aluno não consegue conceber um propósito a sua própria vida.

            Cabe ao professor trabalhar o saber e o conhecimento do aluno para que ele saia desta inércia e se transforme em um agente transformador de sua própria realidade, criando suas oportunidades e/ou aproveitando-as quando as mesmas forem aparecendo.

            A dúvida é um fator que deve seguir sempre o aluno, pois já dizia o filósofo Sócrates quando afirmava que só sei que nada sei e ia além ao esclarecer que a sabedoria começa na reflexão.

            Infelizmente, reflexão é algo que foge ao dia a dia da maioria dos alunos da educação pública, pois a mesma está tão caótica que o sistema a transformou em uma mera fábrica de certificados para alunos com pensamentos estéreis e alienados com a realidade.

            O professor tem a função de não deixar definhar o futuro e o futuro é feito de Ikigai, portanto cabe a educação pública trabalhar este termo que apesar de ser japonês, é a mola propulsora para que possamos recuperar a nossa dignidade e desenvolvimento como ser integral.

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