03/08/2017

O Futuro do Trabalho

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante, Articulista, Colunista, Docente, Consultor de Projetos Educacionais e Gestão do Conhecimento na Educação – www.wolmer.pro.br

 

            A revista Exame, Ano 51, Nº 15, Ed. 1143 de 02 de agosto de 2017, p. 60-66 publicou um texto intitulado Em Terra de robôs, quem tem alta escolaridade pode virar rei, entretanto o tema principal da revista foi O Futuro do Trabalho.

            Este tema apresenta-se de grande relevância em nossa contemporaneidade, afinal de contas, estamos entrando na era de algumas reformas como trabalhista, previdenciária e do ensino médio, e esta reportagem, mostra justamente o que nos espera em um futuro próximo.

            O Brasil é um país que se preocupa em produzir mão de obra barata, quanto a isso, não se precisa fazer uma imersão na história para entender este verdadeiro significado de mão de obra, mas para relembrar, apenas as mãos eram necessárias em um trabalho, e neste caso, apertava-se apenas parafusos. O que nos remete ao filme Tempos Modernos de 1936 em que o personagem de Charles Chaplin “o vagabundo” tenta sobreviver ao mundo moderno.

            A função era apenas apertar parafusos, precisava-se apenas da mão para se trabalhar. Não era necessário pensar, tomar decisão e tampouco se relacionar com ninguém, pois o foco era somente o parafuso.

            Este pensamente diverge das idéias de Waldez Ludwig que sempre defendeu o capital intelectual e que hoje, com a reportagem exibida pela revista Exame mostra justamente a importância em se desenvolver este capital.

            De acordo com o texto da revista Exame, o trabalhador deverá “Saber trabalhar em grupo, comunicar-se bem, escutar os outros, ser gentil, ter criatividade, ser capaz de solucionar problemas e ter pensamento crítico serão habilidades ainda mais valorizadas no futuro”, mas como desenvolver estas características em nossos alunos se os mesmos estão sendo preparados para serem eucaliptos (http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/a-educacao-nao-e-como-um-eucalipto), se com a reforma do Ensino Médio os mesmos estão sendo tolhidos de uma consciência crítica e ativa, de um protagonismo cognoscente e até mesmo de sua própria dignidade?

            O texto da revista reforça que em terra de robôs, quem tem alta escolaridade pode virar rei, mas que tipo de rei? Um “rei vesgo para terra de cegos?”.

            No Brasil, algumas instituições educacionais estão fabricando diplomas, pois viram isso como uma fábrica de dinheiro e desta forma, banalizou a escolarização, fomentou o analfabetismo funcional e idiotizou ainda mais seus alunos, pois saem até mesmo com um diploma de curso superior mas sem discernimento, sem posicionamento político, tornando-se apenas mais um idiota diplomado que mal sabe organizar e expressar suas idéias.

            Com o futuro do trabalho, estaremos caminhando para um problema social, ao qual teremos pessoas sem função e conseqüentemente sem renda, o que poderá acarretar em uma maior criminalidade e até mesmo as estatísticas relacionadas a violência como xenofobia, pois, o Brasil terá que importar mão de obra qualificada, já que nossos educandos estarão totalmente alienados.

            Em contrapartida, cabe a nós professores começarmos a trabalhar uma educação empreendedora (http://www.gestaouniversitaria.com.br/artigos/educacao-empreendedora) em nossos alunos.

Como citado no texto Educação Empreendedora, faz-se necessário perceber que ela deve ser vista como “um diferencial oferecido a comunidade escolar e cabe ressaltar que esta educação não se limita a fazer com que todos abram o seu próprio negócio, tornando-se empresário, mas que estas pessoas possam ter discernimento para observar um problema e encontrar algumas vezes, soluções simples que melhorarão o seu entorno social e/ou a qualidade de vida de sua comunidade”.

Interessante perceber que o futuro citado no texto da revista Exame, já faz parte de nosso presente, de nossas indústrias, e que não demorará estar no dia a dia de nossa comunidade, deixando às margens, nossos cidadãos “de alta escolaridade”, porém sem know-how, feeling e/ou expertise para enfrentarem esta amarga realidade criada pelas “faculdades” que não passam de fábricas de diplomas e engordar o próprio cofre com este nefasto sistema capitalista e a vender ilusões a seus alunos, ilusões estas que não passarão de poeiras ao vento.

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