26/07/2021

O Elitismo Exacerbado Desconstruindo a Educação Pública

Por Wolmer Ricardo Tavares – Mestre em Educação e Sociedade, Escritor, Palestrante e Docente – www.wolmer.pro.br

        

A educação é uma ação intencional, já dizia Lakatos e Marconi no livro Sociologia Geral, publicado pela Atlas em 1999. Os autores vão além e afirmam que esta ação tem como objeto suscitar e desenvolver o ser humano naquilo que lhe é possível, como nos estados físicos, intelectuais e morais.

Todavia, cabe observar que nossa educação pública está deixando a desejar neste quesito de desenvolver as habilidades de nossos educandos, pois não precisamos pontuar as causas, já que é de conhecimento de todos em saber que não há uma vontade política para fazer com que o povo pense, aliás, pensar é uma ação perigosa, já que te faz questionar a atual conjuntura.

A educação é também uma ação libertadora e desenvolve no cidadão toda sua autonomia em buscar novos conhecimentos, bem como sair da inércia em que o sistema impõe mediante a alienação e domesticação subalterna.

O educar também pode ser visto como um ato de rebeldia, já que uma pessoa ao receber uma educação de qualidade se transforma em um ser pensante e desenvolve todo o seu protagonismo cognoscente, mudando o seu entorno e desmistificando conceitos impostos por uma elite manipuladora.

A alienação da sociedade é tão gritante que hoje temos servidores públicos favoráveis a privatizações, e é justamente o profissional que tem a estabilidade no emprego, direitos e benefícios resguardados por lei, um plano de carreira que projeto e uma projeção profissional.

É um emprego que não exige experiência anterior e tem a aposentadoria garantida, entretanto, há funcionários públicos favoráveis as privatizações, e um dos motivos é a alienação ideológica política, o que em resumo é um pensamento que nasce nos verdadeiros imbecis.

Dando continuidade ao poder da educação, observe nossa história e façamos um recorte no viés religioso. Independente a religião assumida e não é intuito aqui fazer apologias a religião X ou Y, pode-se perceber que com um senso crítico que esta palavra tem a sua etimologia no latim religare, ou seja, ligar de novo o ser humano a Deus. O ser humano vai a Deus e Deus vai ao ser humano, e como sabem, as religiões no Brasil pregam o amor ao próximo, já que Deus é amor, e assim sendo, como dito Cristãos podem ser favoráveis ao armamento da sociedade?

Souza em seu livro Introdução a Sociologia da Educação, publicado pela Autêntica em 2007, cita Rouanet (1993) elucidando a importância em se criticar a religião, já que ela é vista como a principal responsável pela paralisação da inteligência.

Vale ressaltar que as falas de Rouanet estava embasada ao poder da Igreja, onde a verdade era embasada nas fantasias, quimeras e superstições, mas hoje, temos representantes cristãos a pregarem a sua verdade como absoluta, fazendo com que a intolerância vire a pedra da vez.

São hipócritas iludindo seus seguidores com o único intuito de roubar-lhes o pouco que tem, inclusive a própria dignidade.

Hoje, a alienação ideológica encontra-se tão polarizada que temos pobres da direita, posição política que contempla uma falsa elite e capitalistas sem capital. São proletariados a favor dos empresários. São os assalariados que se acham pertencentes a um status que não tem, e o pensamento é tão irrigado que são contra os governos que trabalham com o social, sendo que muitos destes usufruíram de alguns benefícios de governos anteriores.

ARANHA em seu livro História da Educação, publicado pela Moderna em 2000 deixa claro que 20 anos de ditadura militar, obscureceu nossa vida cultural, silenciou os intelectuais e artistas e intimidou professores e alunos, e estamos com o atual governo, repetindo estas mesmas coisas, já que a educação está sendo sucateada e o povo cada vez mais alienado.

Para a autora supracitada, não basta oferecer uma educação para todos, esta tem que ser de qualidade e de acordo com o entorno em que o educando encontra-se, para que este possa usufruir do conjunto de conhecimentos socialmente elaborados e reconhecidos como necessários para o exercício de sua cidadania, e para que este seja um agente protagonista de sua própria vida.

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